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David Gilmour revive Pink Floyd em São Paulo

A psicodelia de Pink Floyd segue mais viva do que nunca. Assim demonstrou em São Paulo o guitarrista David Gilmour

David Gilmour: Gilmour percorreu as melodias do que foi, para muitos, um dos grupos mais influentes do século XX (Pierre Andrieu/AFP)

David Gilmour: Gilmour percorreu as melodias do que foi, para muitos, um dos grupos mais influentes do século XX (Pierre Andrieu/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2015 às 07h12.

Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 11h38.

São Paulo - A psicodelia de Pink Floyd segue mais viva do que nunca. Assim demonstrou nesta sexta-feira em São Paulo o guitarrista David Gilmour, que trouxe para sua primeira visita à América do Sul os acordes da banda que o impulsionou ao olimpo do rock.

Como se tratasse de um tributo, Gilmour percorreu as melodias do que foi, para muitos, um dos grupos mais influentes do século XX. Porém, o guitarrista deixou claro durante entrevista coletiva prévia à turnê que não tinha "nenhum interesse em voltar a trabalhar" com seus antigos colegas.

O eclético público do estádio Allianz Parque, formado por cerca de 40 mil pessoas, pareceu agradecer a escolha do repertório sem parar durante as mais de duas horas que durou o concerto.

No entanto, o primeiro acorde do repertório que Gilmour apresentará depois em Curitiba, Porto Alegre, Buenos Aires e Santiago do Chile, saiu de 'Rattle that Rock', a música que dá nome a seu último trabalho.

"Vamos tocar algumas canções novas e outras velhas, esperamos que estejam muito contentes porque definitivamente nós temos a intenção de estar", disse o artista. "Ah... esta vocês vão gostar", complementou.

Quase não tinha começado a tocar 'Wish you were here', que o público já tinha enlouquecido ao identificar a inconfundível pegada de Pink Floyd.

E embora tenha dito poucas palavras, Gilmour tratou de hipnotizar os presentes com um sucesso após outro, como 'Money'.

A vinheta com as moedas começou duas vezes em vão e quando todos pensavam que Gilmour estava brincando, o músico teve que confessar um pequeno "falha técnica".

A partir de então não houve como sufocar os gritos, que não deixaram de cantar o nome do grupo britânico enquanto o artista, visivelmente nervoso, tratava de apaziguar os ânimos. Mas quando viu que era uma luta perdida, deixou o instrumento de lado para desfrutar, ao fim, do banho de gente.

Quem também não ficou para trás foi o jovem saxofonista brasileiro que acompanha Gilmour, João de Macedo Mello, que deixou várias pessoas de boca aberta ao protagonizar em 'US and them' um dos momento mais marcantes da noite.

Após um intervalo de vinte minutos, o guitarrista retornou ao palco pisando forte e dissipando as dúvidas sobre o segundo espetáculo -de entradas esgotadas- que dará amanhã na capital paulista.

Embora longe do que o esperado, foram poucas as vezes que Gilmour se atreveu a mostrar suas mais recentes composições, que incluem influências menos progressivas e que, por outro lado, se aproximam de estilos como o jazz.

Pelo contrário, Gilmour continuou traçando sem titubear um concerto para melancólicos, mas com o selo de sucesso garantido. Tanto que até teve que pedir ao público em uma ocasião para que o deixassem prosseguir.

"Bom, basta!", exclamou entre risos. Mas não bastou, porque os insaciáveis admiradores não fizeram mas do que aumentar seu ensurdecedor clamor.

Entre mitos e lendas musicais, a grande ausente foi 'Another Brick in the wall', um deslize que o artista conseguiu ofuscar com o morno "bis", mais por tradição do que por euforia.

Assim, o mito Gilmour voltou a se aproximar do microfone para a música final, 'Comfortably Numb', cujo solo de guitarra já passou aos anais da história.

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