Exame Logo

David Bowie está decidido a surpreender com "Blackstar"

O artista parece ter voltado com a mesma energia do boom dos anos de 1970 quando, multiplicando os trajes e personagens, parecia ditar moda

David Bowie: Bowie tem prazer em esticar e desconstruir suas canções, sem se limitar aos três ou quatro minutos do formato normal de pop-rock (Getty Images/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 12h47.

David Bowie mostra que continua a ser um roqueiro decidido a surpreender, entregando-se a sedutoras experimentações no 25ª álbum de sua carreira, "Blackstar", que será lançado na sexta-feira, dia do seu 69º aniversário.

Há três anos, também em seu aniversário, era lançado "Thin Duke", escolhido para acabar com os muitos anos de silêncio, com a canção "Where are we now?", reavivando a chama que alguns consideravam vacilante.

Dois meses depois, um álbum com acentos rock e melodias acessíveis, "The Next Day", confirmou o retorno em grande forma do artista de mil faces, em silêncio por anos, mas celebrado com uma grande exposição itinerante que alcançou em 2015 o milionésimo visitante durante sua passagem por Paris.

Desde então, o londrino multiplica seus projetos: trilha sonora de série, comédia musical e algumas aparições, como no último álbum do The Arcade Fire.

O artista parece ter voltado com a mesma energia do boom dos anos de 1970 quando, multiplicando os trajes e personagens, parecia ditar moda e jamais deixava de ser assunto.

Este gosto pela experimentação o levou desta vez para o lado do jazz: o seu 25º álbum, sob o signo de uma estrela preta misteriosa ("Blackstar"), é atravessado por baterias epilépticas, fluxos e explosões de saxofone (o primeiro instrumento de Bowie) e uma voz de veludo, espalhando ora doçura, ora uma ansiedade maçante.

Bowie tem prazer em esticar e desconstruir suas canções, sem se limitar aos três ou quatro minutos do formato normal de pop-rock.

Por vezes, encontramos algumas ressonâncias com álbuns anteriores, como o singular "Low" (1977) ou o cobre "Black Tie White Noise" (1993), que relançou o artista depois dos anos 1980, muito difíceis para ele.

Com "Blackstar", a ideia não foi muito fazer um disco de jazz, mas "gravar um álbum de David Bowie com músicos de jazz que não tocariam necessariamente jazz", explicou recentemente à rádio americana NPR Tony Visconti, produtor "histórico" do astro.

"Ele teve em sua equipe um músico de jazz importante durante uma ou duas décadas, Mike Garson, um pianista de jazz muito talentoso. Então, já existia uma pitada de jazz em algumas de suas produções anteriores. E David conhece muito bem os acordes do jazz", ressaltou o seu produtor.

"Tudo começou com uma canção ou duas, para alcançar vários títulos e, em seguida, um projeto de álbum completo", declarou, por sua vez, o saxofonista americano Donny McCaslin, cujo "sax" é onipresente neste álbum, onde também aparecem o baterista de jazz Mark Guiliana e o músico e produtor James Murphy (ex-LCD Soundsystem).

No final de 2014, os dois primeiros títulos, "Sue (Or In A Season Of Crime)" et "'Tis A Pity She Was A Whore", prenunciaram o que viria. Eles são encontrados, em versões rock-jazz, entre as sete faixas deste novo álbum.

Os fãs também puderam ouvir há algumas semanas "Blackstar", título de dez minutos escrito pelo astro para a série policial franco-britânica "Panthers".

Esta canção introdutória define o tom para todo o disco, com suas letras sombrias e diferentes atmosferas, que vão desde o free jazz ao som "orientalizing", passando por uma "massa negra".

Contudo, Bowie evita se perder em um álbum muito experimental, entregando-se por vezes às suas inclinações de rock e pop.

Ele flutua, portanto, na introdução de "Lazarus" um perfume de rock "cold wave" dos anos 80, algumas ressonâncias hip hop em "Girls Loves Me" e uma bela guitarra melódica na canção final, "I Can’t Give You Everything".

Veja também

David Bowie mostra que continua a ser um roqueiro decidido a surpreender, entregando-se a sedutoras experimentações no 25ª álbum de sua carreira, "Blackstar", que será lançado na sexta-feira, dia do seu 69º aniversário.

Há três anos, também em seu aniversário, era lançado "Thin Duke", escolhido para acabar com os muitos anos de silêncio, com a canção "Where are we now?", reavivando a chama que alguns consideravam vacilante.

Dois meses depois, um álbum com acentos rock e melodias acessíveis, "The Next Day", confirmou o retorno em grande forma do artista de mil faces, em silêncio por anos, mas celebrado com uma grande exposição itinerante que alcançou em 2015 o milionésimo visitante durante sua passagem por Paris.

Desde então, o londrino multiplica seus projetos: trilha sonora de série, comédia musical e algumas aparições, como no último álbum do The Arcade Fire.

O artista parece ter voltado com a mesma energia do boom dos anos de 1970 quando, multiplicando os trajes e personagens, parecia ditar moda e jamais deixava de ser assunto.

Este gosto pela experimentação o levou desta vez para o lado do jazz: o seu 25º álbum, sob o signo de uma estrela preta misteriosa ("Blackstar"), é atravessado por baterias epilépticas, fluxos e explosões de saxofone (o primeiro instrumento de Bowie) e uma voz de veludo, espalhando ora doçura, ora uma ansiedade maçante.

Bowie tem prazer em esticar e desconstruir suas canções, sem se limitar aos três ou quatro minutos do formato normal de pop-rock.

Por vezes, encontramos algumas ressonâncias com álbuns anteriores, como o singular "Low" (1977) ou o cobre "Black Tie White Noise" (1993), que relançou o artista depois dos anos 1980, muito difíceis para ele.

Com "Blackstar", a ideia não foi muito fazer um disco de jazz, mas "gravar um álbum de David Bowie com músicos de jazz que não tocariam necessariamente jazz", explicou recentemente à rádio americana NPR Tony Visconti, produtor "histórico" do astro.

"Ele teve em sua equipe um músico de jazz importante durante uma ou duas décadas, Mike Garson, um pianista de jazz muito talentoso. Então, já existia uma pitada de jazz em algumas de suas produções anteriores. E David conhece muito bem os acordes do jazz", ressaltou o seu produtor.

"Tudo começou com uma canção ou duas, para alcançar vários títulos e, em seguida, um projeto de álbum completo", declarou, por sua vez, o saxofonista americano Donny McCaslin, cujo "sax" é onipresente neste álbum, onde também aparecem o baterista de jazz Mark Guiliana e o músico e produtor James Murphy (ex-LCD Soundsystem).

No final de 2014, os dois primeiros títulos, "Sue (Or In A Season Of Crime)" et "'Tis A Pity She Was A Whore", prenunciaram o que viria. Eles são encontrados, em versões rock-jazz, entre as sete faixas deste novo álbum.

Os fãs também puderam ouvir há algumas semanas "Blackstar", título de dez minutos escrito pelo astro para a série policial franco-britânica "Panthers".

Esta canção introdutória define o tom para todo o disco, com suas letras sombrias e diferentes atmosferas, que vão desde o free jazz ao som "orientalizing", passando por uma "massa negra".

Contudo, Bowie evita se perder em um álbum muito experimental, entregando-se por vezes às suas inclinações de rock e pop.

Ele flutua, portanto, na introdução de "Lazarus" um perfume de rock "cold wave" dos anos 80, algumas ressonâncias hip hop em "Girls Loves Me" e uma bela guitarra melódica na canção final, "I Can’t Give You Everything".

Acompanhe tudo sobre:ArteEntretenimentoEuropaIndústria da músicaMúsicaPaíses ricosReino UnidoRock

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Casual

Mais na Exame