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Cordel do Fogo Encantado anuncia novo disco e turnê

Desde janeiro do ano passado, a banda se reúne no Recife para elaboração de um novo álbum de inéditas, agora já em fase de finalização

Cordel do Fogo Encantado: a partir da segunda quinzena de abril, a banda inicia a turnê e os shows do novo trabalho (Reprodução Facebook/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 15h24.

São Paulo - José Paes de Lira, o Lirinha, rumou para o Recife, Pernambuco, assim que recebeu a notícia da morte de Naná Vasconcelos, aos 71 anos, naquela manhã de março de 2016. Seguiu para o sepultamento do mestre da percussão brasileira, onde encontrou Clayton Barros (violão e voz), Emerson Calado (percussão e voz), Nego Henrique (percussão e voz) e Rafa Almeida (percussão e voz). Ali estava o Cordel do Fogo Encantado, banda nascida de uma performance teatral, revolucionária ao inserir a poesia e a tradição do cordel - como são chamadas as histórias contadas pelo interior do estado de Pernambuco -, com uma poderosa percussão colocada na linha de frente das canções.

"Quando sai da banda, o Naná ficou muito sentido", conta Lirinha, sobre o momento no qual seguiu carreira solo, em 2010, e o Cordel do Fogo Encantado chegou ao fim - ou hiato. A voz do músico de Arcoverde, cidade do sertão pernambucano, a 250 km da capital, engasta ao deixar de ser uma lembrança e se tornar som. "Ele achava que não deveríamos parar por conta da contribuição que dávamos ao elemento percussivo da música. Ele tinha uma visão política disso, com o fato de a percussão reverberar o terceiro mundo, a África e a América Latina, e que nós a colocávamos em destaque, tirado do que chamamos de música de cozinha. Com a gente, ela era protagonista."

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Ao lado dos antigos companheiros de banda, a lamentar a partida do percussionista que produziu o primeiro disco da banda, chamado Cordel do Fogo Encantado, de 2001, Lirinha sentiu o embrião do retorno do grupo. "A gente deveria fazer um show em homenagem a Naná", disse ele aos outros. "Acho que esse momento foi o primeiro passo para a nossa volta", explica o vocalista.

Retorno, esse, confirmado com exclusividade pelo jornal "O Estado de S. Paulo". A partir desta sexta-feira, 23, o Cordel do Fogo Encantado está de volta. Sua discografia completa, com os três discos (o primeiro, já citado, O Palhaço do Circo Sem Futuro, de 2002, e Transfiguração, de 2006), enfim entra nas plataformas de música digital (nos serviços de streaming, como Spotify, Deezer, e na loja iTunes). Desde janeiro do ano passado, a banda se reúne no Recife para elaboração de um novo álbum de inéditas, agora já em fase de finalização.

Com o título de Viagem ao Coração do Sol, o quarto álbum do Cordel do Fogo Encantado foi gravado efetivamente no estúdio El Rocha, em São Paulo, e em Fortaleza, no Totem, de Yuri Kalil, que também é responsável pela mixagem do álbum. O disco chega em 6 de abril. E a partir da segunda quinzena do mesmo mês, a banda inicia a turnê e os shows do novo trabalho.

Todo o processo foi mantido em segredo pelos integrantes da banda - as notícias que saíram até então partiam de especulações e entrevistas com conhecidos do grupo. Agora, é para valer. "Queria, muito, poder dar essa notícia (da volta) para o Naná", encerra Lirinha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

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