Conheça o jeans que promete ser mais sustentável do Brasil
Catarinense Damyller aposta em tecnologia espanhola para reduzir em 95% o consumo de água e já prevê produção de 1 milhão de peças por ano
Gabriel Aguiar
Publicado em 11 de novembro de 2022 às 08h00.
Você sabia que uma única calça jeans consome cerca de 3.789 litros de água para ser produzida? E a análise do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nem considera os impactos dos produtos químicos utilizados no tingimento. Mas isso não significa que todas as roupas são vilãs: a brasileira Damyller promete fazer odenimmais sustentável do mercado nacional.
Foram necessários 3 milhões de reais para importar as tecnologias de Valência, na Espanha. Só que o resultado é um verdadeiro alento à natureza, com diminuição de 95% no consumo de água e 85% no uso de produtos químicos – além de dispensar uso de cloro para tratamento das peças. Já a lavagem dos tecidos é feita com ar da própria atmosfera e utiliza ozônio durante o processo.
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Por enquanto, a empresa catarinense adaptou cerca de 80% da produção aos métodos sustentáveis, o que corresponde a 1 milhão de peças por ano. “E os 20% que faltam incluir são modelos que estão sendo encaixados nas linhas de produção”, diz Damylla Damiani, consultora de estilo da empresa. Já a capacidade das fábricas, ambas em Santa Catarina, deve crescer 30% em três anos.
“Trazer essa tecnologia com exclusividade para o Brasil nos dá a certeza de que estamos no caminho certo e temos orgulho em ter o jeans mais sustentável do mercado. Ainda mais porque os preços das peças foram mantidos e o material não mudou. Na prática, esse processo é quase imperceptível para os clientes”, afirma a executiva. Essa linha já oferece calças, jaquetas, camisas e shorts.
Essa não é primeira iniciativa da Damyller para reduzir os efeitos negativos no meio ambiente, já que a empresa apresentou uma linha sustentável (batizada EcoDamyller), em 2018, que prometia roupas jeans fabricadas com apenas 200 ml de água. E também coube à empresa provar, com exclusividade, tecnologias sustentáveis no mercado brasileiro que, depois, chegaram a players globais.
“Temos uma parceria com a Jeanologie, que fornece esses sistemas de produção, e damos feedbacks para ajudar na evolução dos processos. Claro que tivemos alguns contratempos, principalmente pela adaptação dos novos métodos, mas sempre superamos”, afirma Damiani. E a expectativa é que esse diferencial crie demanda para 10 novas lojas em 2023, somadas às mais de 110 de hoje.