Chegada ao mercado brasileiro está prevista apenas para dezembro (Gabriel Aguiar/Exame)
Gabriel Aguiar
Publicado em 30 de junho de 2022 às 15h12.
Eis que teremos a Ferrari 296 GTB. E talvez seja o modelo mais polêmico da marca nos últimos anos: é o primeiro “oficial” com motor V6 – porque, antes disso, os italianos se recusaram a batizar a Dino dos anos 1960 – e ainda recebeu sistema híbrido com motor elétrico. Só não duvide das capacidades desse conjunto, que entrega 830 cv de potência e acelera até 100 km/h em 2,9 segundos.
VEJA TAMBÉM
“Quando entrei no carro, eu me arrepiei inteira. Porque o valor vai muito além do que simplesmente custa. É por todo trabalho artesanal. É uma obra de arte”, afirma Bia Figueiredo, piloto que já passou por Stock Car e Fórmula Indy. Tamanha exclusividade da marca, essa é a segunda vez que a brasileira (e embaixadora) dirige uma Ferrari; na primeira vez, há anos, foi para um programa da TV.
É verdade que o preço ainda não está cravado e parte desse atraso é culpa da tributação de motores híbridos – que podem pagar menos impostos, dependendo da eficiência energética. Ainda assim, já existem mais de 20 clientes em potencial na lista de espera. E olha que o “brinquedo” deve demorar até 18 meses para chegar depois da compra e as primeiras unidades só vêm em dezembro.
“Nos Estados Unidos, a previsão é que a 296 GTB custe cerca de 315 mil dólares; na Europa, deve ser 305 mil euros. Mas o Brasil é um dos mercados que mais investem em equipamentos opcionais, que podem custar até 90 mil dólares. Por aqui, o posicionamento ficará entre a F8 Spider (4,9 milhões de reais) e a SF90 (7,4 milhões de reais)”, afirma Eduardo Alves, gerente de vendas da Via Itália.
Por enquanto, a novidade veio apenas a passeio e ficará aqui por até 20 dias – quando será testada e apresentada aos clientes –, antes de retornar à Itália. E ainda não foram reveladas as expectativas de vendas no nosso mercado, só que, para este ano, a previsão é fechar com as mesmas 35 unidades de 2021. Considerando apenas a 296 GTB, quase 45% dos compradores serão novos na marca.
“Esse carro é muito esperado por aqui e já temos interessados que ainda nem conheceram de perto. Mas dependemos da capacidade de produção da fábrica e também da logística, que ficou mais difícil depois da pandemia. No ano passado, por exemplo, poderíamos ter vendido ainda mais. Para carros em ‘estoque’, que já estão em fabricação, nosso prazo de entrega é de seis meses”, diz Alves.
Pode até parecer que os italianos têm excesso de preocupação em relação à marca – e existe a lenda de que a Ferrari sempre produz menos que vende –, mas há uma categoria ainda mais exclusiva para as negociações: os clientes denominados iconas são escolhidos pela sede e são os únicos que podem comprar edições especiais e esportivos one-off (e há cinco membros desse grupo no Brasil).