Conferência tem estudos promissores sobre cura da Aids
Um estudo realizado na França mostrou que pacientes que se trataram com antiretrovirais 10 semanas após infecção com HIV não tiveram manifestação da doença
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2012 às 09h12.
Washington - Três estudos apresentados nesta quinta-feira, na XIX Conferência Internacional sobre a Aids, em Washington, apontam os caminhos para uma futura cura da pandemia, que afeta 34 milhões de pessoas em todo o planeta.
Um estudo realizado com 12 pacientes na França , que iniciaram o tratamento com antiretrovirais 10 semanas após a infecção com o HIV e depois abandonaram a medicação, revelou que a Aids não se manifestou, mesmo após seis anos.
Este grupo não eliminou por completo o HIV, mas manteve um nível extremamente baixo do vírus em suas células e não desenvolveu a Aids.
"Estes resultados sugerem que o tratamento antiretroviral deve começar o mais cedo possível após a infecção", disse Charline Bacchus, principal responsável pelo estudo da ANRS, a agência nacional de pesquisa da Aids na França.
"Mesmo seis anos após a interrupção do tratamento, os pacientes que receberam antiretrovirais logo após a infecção tiveram a capacidade de controlar o HIV".
Os pesquisadores continuam estudando as características imunológicas deste grupo em busca de pistas sobre a causa de não necessitarem de medicação permanente, como ocorre com a grande maioria dos pacientes com HIV.
Um segundo estudo divulgado em Washington envolve dois homens com HIV que não apresentaram sinais do vírus após oito e 17 meses depois de receber transplantes de células-tronco devido a uma leucemia.
Os dois casos são diferentes do famoso "paciente de Berlim", o americano Timothy Brown, que se considera curado do HIV e da leucemia após receber um transplantes de médula óssea de um raro doador que possuía resistência natural ao HIV (sem receptor CCR5, que age como porta de entrada do vírus nas células).
Os dois homens receberam transplantes de medula de doadores com receptor CCR5, mas segundo os pesquisadores, a manutenção do tratamento com antiretrovirais durante o processo impediu que as células doadas fossem infectadas e permitiu que proporcionassem aos pacientes novas defesas imunitárias.
O estudo, apresentado na 19ª Conferência Internacional da Aids por Daniel Kuritzkes, professor de medicina do Hospital Brigham and Women, em Massachusetts, traz a possibilidade de que os dois homens estejam livres do HIV.
Um terceiro estudo, sobre como um medicamento contra o câncer ajudou a eliminar o HIV de células de pacientes infectados, foi apresentado por David Margolis, da Universidade da Carolina do Norte.
Os pesquisadores empregaram o medicamento de quimioterapia vorinostat para reviver e desmascarar o HIV latente em células CD4+ T de oito pacientes que também recebiam antiretrovirais para impedir a multiplicação do vírus.
Margolis, cujo estudo foi publicado na quarta-feira na revista britânica Nature, disse que a comunidade científica vê com entusiasmo a possibilidade de encontrar a cura da Aids, mesmo que isto exija vários anos.
"Não posso dizer quanto tempo vai levar, mas há um caminho claro e podemos avançar".
Washington - Três estudos apresentados nesta quinta-feira, na XIX Conferência Internacional sobre a Aids, em Washington, apontam os caminhos para uma futura cura da pandemia, que afeta 34 milhões de pessoas em todo o planeta.
Um estudo realizado com 12 pacientes na França , que iniciaram o tratamento com antiretrovirais 10 semanas após a infecção com o HIV e depois abandonaram a medicação, revelou que a Aids não se manifestou, mesmo após seis anos.
Este grupo não eliminou por completo o HIV, mas manteve um nível extremamente baixo do vírus em suas células e não desenvolveu a Aids.
"Estes resultados sugerem que o tratamento antiretroviral deve começar o mais cedo possível após a infecção", disse Charline Bacchus, principal responsável pelo estudo da ANRS, a agência nacional de pesquisa da Aids na França.
"Mesmo seis anos após a interrupção do tratamento, os pacientes que receberam antiretrovirais logo após a infecção tiveram a capacidade de controlar o HIV".
Os pesquisadores continuam estudando as características imunológicas deste grupo em busca de pistas sobre a causa de não necessitarem de medicação permanente, como ocorre com a grande maioria dos pacientes com HIV.
Um segundo estudo divulgado em Washington envolve dois homens com HIV que não apresentaram sinais do vírus após oito e 17 meses depois de receber transplantes de células-tronco devido a uma leucemia.
Os dois casos são diferentes do famoso "paciente de Berlim", o americano Timothy Brown, que se considera curado do HIV e da leucemia após receber um transplantes de médula óssea de um raro doador que possuía resistência natural ao HIV (sem receptor CCR5, que age como porta de entrada do vírus nas células).
Os dois homens receberam transplantes de medula de doadores com receptor CCR5, mas segundo os pesquisadores, a manutenção do tratamento com antiretrovirais durante o processo impediu que as células doadas fossem infectadas e permitiu que proporcionassem aos pacientes novas defesas imunitárias.
O estudo, apresentado na 19ª Conferência Internacional da Aids por Daniel Kuritzkes, professor de medicina do Hospital Brigham and Women, em Massachusetts, traz a possibilidade de que os dois homens estejam livres do HIV.
Um terceiro estudo, sobre como um medicamento contra o câncer ajudou a eliminar o HIV de células de pacientes infectados, foi apresentado por David Margolis, da Universidade da Carolina do Norte.
Os pesquisadores empregaram o medicamento de quimioterapia vorinostat para reviver e desmascarar o HIV latente em células CD4+ T de oito pacientes que também recebiam antiretrovirais para impedir a multiplicação do vírus.
Margolis, cujo estudo foi publicado na quarta-feira na revista britânica Nature, disse que a comunidade científica vê com entusiasmo a possibilidade de encontrar a cura da Aids, mesmo que isto exija vários anos.
"Não posso dizer quanto tempo vai levar, mas há um caminho claro e podemos avançar".