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Como o Rio de Janeiro se prepara para o carnaval não oficial

Por causa da pandemia, neste ano o feriado não coincidirá com a exibição das escolas de samba

(NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
AL

André Lopes

Publicado em 26 de fevereiro de 2022 às 16h04.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2022 às 16h04.

Apesar do carnaval do Rio de Janeiro acontecer este ano sem eventos oficiais devido ao coronavírus, uma série de festas privadas estão garantindo que foliões cobertos de glitter tenham muitas maneiras para se divertir.

O carnaval do Rio foi cancelado em 2021 por causa da pandemia e neste ano o feriado não coincidirá com a exibição das escolas de samba depois que os desfiles foram adiados para abril. Os blocos de rua também foram cancelados.

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Grégoire Putteman, organizador de festa que a atua como DJ sob o nome de Craig Ouar, disse que a decisão de cancelar os blocos foi “hipócrita” porque o Rio está praticamente normal.

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Ele disse que teve que limitar sua festa, Domply, para 1.500 pessoas, pela necessidade de checar comprovantes de vacinação dos frequentadores, e que conseguiria oferecer entrada grátis apenas até certo ponto. Em outros anos, ele conseguiu reunir até 3.000 foliões.

“Tudo já está acontecendo na cidade, há festas todo final de semana, há festas nas ruas, então proibi-las durante o carnaval não faz sentido”, disse. “As pessoas realmente querem fazer festa."

Apesar do grande número de eventos privados, as ruas do Rio de Janeiro estão muito mais calmas no período que antecede o carnaval este ano. Normalmente, os blocos começam ainda em janeiro, enchendo as ruas com grupos de samba e foliões com roupas malucas.

A ausência de eventos oficiais não impediu os turistas. Línguas estrangeiras podem ser ouvidas ao redor das praias da cidade, e quase 80% dos quartos de hotel estão ocupados, segundo o grupo da indústria hospedagem, HotéisRIO.

Alfredo Lopes, presidente da HotéisRIO, disse que espera que esse número suba a 85% nos próximos dias. Ele creditou as taxas de ocupação à vacinação, junto com a fraca cotação do real, que levou muitos brasileiros a optarem por viagens domésticas.

Dani Souto, que toca com o nome DJ Chãnce da Silva e organiza uma festa grátis anual chamada O/NDA, na qual ele espera entre 6.000 e 10.000 pessoas este ano, disse que é uma pena que sem os blocos muitas das oportunidades de festa envolvam ingressos pagos. Ele também lamentou o efeito financeiro que a ausência de eventos oficiais terá sobre muitos moradores da cidade.

“É triste”, disse. “O Rio de Janeiro é uma cidade que depende muito do carnaval, e o carnaval depende muito do Rio de Janeiro.”

Putteman disse que acreditava que algumas pessoas talvez ignorem a proibição de blocos.

“Além de todas as festas privadas que acontecerão, eu acho que muitos blocos vão aparecer de última hora e simplesmente dizer ‘dane-se’”, afirmou.

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