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Com direção de Jô Soares, 'O Libertino' estreia em SP

Um trecho da vida de Denis Diderot ganhou ares de comédia no espetáculo teatral escrito pelo dramaturgo francês Éric-Emmanuel Schmitt

Para Jô, os conflitos vividos por Diderot à sua época resistem, ainda hoje, como um prato cheio para uma comédia contemporânea (Otavio Dias de Oliveira/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 10h12.

São Paulo - Ética, conduta moral, sexo, amor e relações de poder são questões que fizeram parte da vida de um dos mais notórios e polêmicos iluministas da França do século 18, Denis Diderot (1713-1784). Apesar da seriedade do filósofo, um trecho de sua vida ganhou ares de comédia no espetáculo teatral "O Libertino", escrito pelo dramaturgo francês Éric-Emmanuel Schmitt. Com adaptação assinada por Jô Soares, que também fica a cargo da direção, a peça estreia hoje no Teatro Cultura Artística, no Itaim.

Para Jô, os conflitos vividos por Diderot à sua época resistem, ainda hoje, como um prato cheio para uma comédia contemporânea. "Ele mesmo não se levava a sério, era um otimista. É um drama cômico, que mistura biografia e ficção", explica o roteirista.

Em cena, o jovem Diderot é o editor de "A Enciclopédia" e está encarregado de escrever o verbete sobre a moral. Sedutor incorrigível, o filósofo é a pessoa menos indicada para discorrer sobre o tema. "Exploramos estas contradições do personagem", conta Cassio Scapin, que dá vida ao iluminista no palco e de quem partiu a ideia de fazer o espetáculo no Brasil. "Era 2008 e eu estava de férias em Paris. Assisti a uma peça que falava dele e fui seduzido pela história. É um personagem muito envolvente."

Quando Scapin, de 44 anos, conheceu a obra sobre Diderot, aliás, pensou que ele seria o personagem perfeito para seu momento maduro na carreira. Jô discorda. "Acho que ele só quis fazer a peça para ficar nu. Aliás, vale a pena vê-lo. Está muito malhado", brinca.

Na peça, Diderot se retira para descansar num castelo na área rural de Paris, propriedade do barão d’Holbach, seu amigo. Um antigo quarto de brinquedos é o único cenário. É lá que o francês posa seminu para um retrato, mas é interrompido a todo momento por seu secretário, na pele de Daniel Warren, que chega para lembrá-lo de que o tempo para concluir o verbete está passando. Rodeado de mulheres - a madame Diderot, a filha Angelique, a pintora, e até a filha do barão, uma espécie de lolita de 17 anos, vivida por Luiza Lemmertz - Diderot se divide entre a razão e desejo, e sempre adia o trabalho.

Segundo Jô Soares, o público se identifica facilmente com a trama. Apesar do figurino de época, é uma história, segundo ele, de costumes contemporâneos. "Os conflitos se repetem hoje. Os personagens são universais", conta. "O texto que se fala no palco é o mesmo falado pelo público. Não tem gírias, mas é uma linguagem simples, quase poética", diz. Estão ainda no elenco Luciana Carnieli, Tânia Casttelo e Erica Montanheiro. As informações são do Jornal da Tarde.

O Libertino - Teatro Cultura Artística (Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1.830). Tel. (011) 3258-3344. Estreia hoje. Quinta e sábado, 21 h; sexta, 21h30; domingo, 18h. Ingressos: de R$ 40 a R$ 60. Até 27/11.

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Para Jô, os conflitos vividos por Diderot à sua época resistem, ainda hoje, como um prato cheio para uma comédia contemporânea. "Ele mesmo não se levava a sério, era um otimista. É um drama cômico, que mistura biografia e ficção", explica o roteirista.

Em cena, o jovem Diderot é o editor de "A Enciclopédia" e está encarregado de escrever o verbete sobre a moral. Sedutor incorrigível, o filósofo é a pessoa menos indicada para discorrer sobre o tema. "Exploramos estas contradições do personagem", conta Cassio Scapin, que dá vida ao iluminista no palco e de quem partiu a ideia de fazer o espetáculo no Brasil. "Era 2008 e eu estava de férias em Paris. Assisti a uma peça que falava dele e fui seduzido pela história. É um personagem muito envolvente."

Quando Scapin, de 44 anos, conheceu a obra sobre Diderot, aliás, pensou que ele seria o personagem perfeito para seu momento maduro na carreira. Jô discorda. "Acho que ele só quis fazer a peça para ficar nu. Aliás, vale a pena vê-lo. Está muito malhado", brinca.

Na peça, Diderot se retira para descansar num castelo na área rural de Paris, propriedade do barão d’Holbach, seu amigo. Um antigo quarto de brinquedos é o único cenário. É lá que o francês posa seminu para um retrato, mas é interrompido a todo momento por seu secretário, na pele de Daniel Warren, que chega para lembrá-lo de que o tempo para concluir o verbete está passando. Rodeado de mulheres - a madame Diderot, a filha Angelique, a pintora, e até a filha do barão, uma espécie de lolita de 17 anos, vivida por Luiza Lemmertz - Diderot se divide entre a razão e desejo, e sempre adia o trabalho.

Segundo Jô Soares, o público se identifica facilmente com a trama. Apesar do figurino de época, é uma história, segundo ele, de costumes contemporâneos. "Os conflitos se repetem hoje. Os personagens são universais", conta. "O texto que se fala no palco é o mesmo falado pelo público. Não tem gírias, mas é uma linguagem simples, quase poética", diz. Estão ainda no elenco Luciana Carnieli, Tânia Casttelo e Erica Montanheiro. As informações são do Jornal da Tarde.

O Libertino - Teatro Cultura Artística (Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1.830). Tel. (011) 3258-3344. Estreia hoje. Quinta e sábado, 21 h; sexta, 21h30; domingo, 18h. Ingressos: de R$ 40 a R$ 60. Até 27/11.

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