Cineasta italiano emociona Cannes com filme "Mia Madre"
Cineasta italiano Nanni Moretti levou Cannes às lágrimas neste sábado com "Mia Madre", filme onde ele explora a morte de uma mãe
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2015 às 15h05.
O italiano Nanni Moretti levou a Croisette às lágrimas neste sábado com "Mia Madre", filme onde ele explora a morte de uma mãe, mas que também representa tudo de seu cinema, com risos e lágrimas.
"Meus filmes sempre tiveram esses dois aspectos, com momentos de dor e outros divertidos, mas não se trata de uma estratégia, é uma maneira de contar a vida das pessoas", declarou Nanni Moretti aos jornalistas após a exibição para a imprensa, onde o filme foi aclamado.
Nesta nova corrida pela Palma de Ouro - prêmio que ele conquistou em 2001 com o devastador "O Quarto do Filho" - Moretti relata desta vez a crise atravessada por Margherita (Margherita Buy), uma cineasta confrontada com a doença de sua mãe.
"Mas enquanto 'O Quarto do Filho' evocava um fantasma, o medo da perda de um filho, 'Mia Madre' fala de uma coisa vivida e que está mais na ordem natural das coisas", indica.
Sobre as semelhanças com Margherita, o diretor romano de 61 anos afirmou que "há muito de mim neste personagem, mas não tudo (...) enquanto que Giovanni - o irmão de Margherita que domina a situação, interpretado por Moretti - é talvez a pessoa que eu quero ser".
Para Margherita Buy, o aspecto autobiográfico do filme é óbvio. Comovente em seu papel de diretora em apuros, seu nome foi pronunciado na sexta-feira para um prêmio de interpretação.
"Alguma coisa de Nanni"
"Mas é claro que há algo de Nanni no filme. Esse desconforto que vivemos quando precisamos gerenciar o trabalho e uma situação pessoal difícil é algo que ele experimentou", disse a atriz favorita de Moretti.
Ela interpretou a psicanalista do soberano pontífice em "Habemus Papam", em 2011, e uma mãe de família em "O Crocodilon" (Il Caimano), em 2006.
Misturando fantasia e realidade, como muitas vezes ocorre nas produções de Moretti, o filme evoca as dores profissionais da cineasta, forçada a lidar com o ego do astro americano de seu filme, interpretado por John Turturro.
Irresistível no papel de ator e mentiroso patológico incontrolável, Turturro disse que estava "muito emocionado por este cenário maravilhoso".
Ao vê-lo dançar na tela, não há como não pensar em "Barton Fink" dos irmãos Coen - presidentes do júri deste ano - que lhe permitiu obter o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes de 1991 e deu aos dois cineastas americanos a Palma de Ouro.
"Fiquei seguro em saber que o ator que interpreta esse papel tem uma relação com a Itália, isso me tranquilizou", disse Nanni Moretti. De origem italiana, John Turturro interpreta em italiano no filme.
Paralelamente à doença da mãe, o filme centra-se sobre a crise existencial de Margherita, divorciada, que acaba de deixar seu amante e vive com sua filha em plena crise da adolescência.
Foi durante a edição de seu filme anterior, "Habemus Papam", que a própria mãe de Moretti, professora de literatura clássica, como no filme, morreu.
O filme foi uma maneira do cineasta superar o luto? "Para diretores e atores, o cinema não tem papel terapêutico. Para alguns espectadores pode ser", ironizou.
O italiano Nanni Moretti levou a Croisette às lágrimas neste sábado com "Mia Madre", filme onde ele explora a morte de uma mãe, mas que também representa tudo de seu cinema, com risos e lágrimas.
"Meus filmes sempre tiveram esses dois aspectos, com momentos de dor e outros divertidos, mas não se trata de uma estratégia, é uma maneira de contar a vida das pessoas", declarou Nanni Moretti aos jornalistas após a exibição para a imprensa, onde o filme foi aclamado.
Nesta nova corrida pela Palma de Ouro - prêmio que ele conquistou em 2001 com o devastador "O Quarto do Filho" - Moretti relata desta vez a crise atravessada por Margherita (Margherita Buy), uma cineasta confrontada com a doença de sua mãe.
"Mas enquanto 'O Quarto do Filho' evocava um fantasma, o medo da perda de um filho, 'Mia Madre' fala de uma coisa vivida e que está mais na ordem natural das coisas", indica.
Sobre as semelhanças com Margherita, o diretor romano de 61 anos afirmou que "há muito de mim neste personagem, mas não tudo (...) enquanto que Giovanni - o irmão de Margherita que domina a situação, interpretado por Moretti - é talvez a pessoa que eu quero ser".
Para Margherita Buy, o aspecto autobiográfico do filme é óbvio. Comovente em seu papel de diretora em apuros, seu nome foi pronunciado na sexta-feira para um prêmio de interpretação.
"Alguma coisa de Nanni"
"Mas é claro que há algo de Nanni no filme. Esse desconforto que vivemos quando precisamos gerenciar o trabalho e uma situação pessoal difícil é algo que ele experimentou", disse a atriz favorita de Moretti.
Ela interpretou a psicanalista do soberano pontífice em "Habemus Papam", em 2011, e uma mãe de família em "O Crocodilon" (Il Caimano), em 2006.
Misturando fantasia e realidade, como muitas vezes ocorre nas produções de Moretti, o filme evoca as dores profissionais da cineasta, forçada a lidar com o ego do astro americano de seu filme, interpretado por John Turturro.
Irresistível no papel de ator e mentiroso patológico incontrolável, Turturro disse que estava "muito emocionado por este cenário maravilhoso".
Ao vê-lo dançar na tela, não há como não pensar em "Barton Fink" dos irmãos Coen - presidentes do júri deste ano - que lhe permitiu obter o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes de 1991 e deu aos dois cineastas americanos a Palma de Ouro.
"Fiquei seguro em saber que o ator que interpreta esse papel tem uma relação com a Itália, isso me tranquilizou", disse Nanni Moretti. De origem italiana, John Turturro interpreta em italiano no filme.
Paralelamente à doença da mãe, o filme centra-se sobre a crise existencial de Margherita, divorciada, que acaba de deixar seu amante e vive com sua filha em plena crise da adolescência.
Foi durante a edição de seu filme anterior, "Habemus Papam", que a própria mãe de Moretti, professora de literatura clássica, como no filme, morreu.
O filme foi uma maneira do cineasta superar o luto? "Para diretores e atores, o cinema não tem papel terapêutico. Para alguns espectadores pode ser", ironizou.