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César Ades morre aos 69 anos

Professor do Instituto de Psicologia da USP era referência em estudos do comportamento animal

Ades foi vice-diretor e diretor do Instituto de Psicologia da USP no período de 2000 a 2004 e diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP de 2008 a janeiro de 2012 (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 15h37.

São Paulo - César Ades, professor titular do Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo ( USP ), morreu na noite de 14 de março, em decorrência de traumatismos causados por atropelamento em 8 de março, quando realizava caminhada na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo. O pesquisador era referência em estudos do comportamento animal (etologia).

Nascido no Cairo, Egito, em 8 de janeiro de 1943, Ades veio para o Brasil aos 15 anos. Graduou-se em psicologia em 1965 no Instituto de Psicologia da USP, onde realizou mestrado e doutorado em psicologia experimental, livre-docência, e se tornou professor titular em 1994.

Ades foi vice-diretor e diretor do Instituto de Psicologia da USP no período de 2000 a 2004 e diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP de 2008 a janeiro de 2012.

Cooordenou o Laboratório de Etologia do Instituto de Psicologia da USP, onde desenvolveu estudos nas áreas de comportamento, cognição e bem-estar animal.

Ainda na USP, foi membro do Conselho Universitário de 1998 a 2004, do Conselho Deliberativo do Hospital Universitário de 2000 a 2004 e do Conselho Curador da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) de 2004 a 2008.

Suas principais linhas de pesquisa eram nas áreas de comportamento de aranhas orbitelas, preás, cães e primatas, como muriqui, guariba e mico-leão.


Era membro do International Council of Ethologists, da International Society for Comparative Psychology, da Academia Paulista de Psicologia e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Etologia, da qual foi fundador.

Fundou a Revista de Etologia e participou como membro do conselho editorial das revistas Behavior and Philosophy e Acta Ethologica.

Realizou diversos projetos de pesquisa com apoio da FAPESP. O mais recente deles foi um estudo do comportamento e organização social do preá Cavia intermédia – uma espécie endêmica das ilhas Moleques do Sul, em Santa Catarina.

Ades coordenou no IP da USP uma pesquisa com cães, em que treinou uma cadela vira-lata para diferenciar frases com dois termos e usar teclas para se comunicar com humanos.

Por meio de pesquisas com aranhas, o pesquisador comprovou que elas são capazes de memorizar informações e, por meio dessa habilidade, aperfeiçoar instintos básicos, como os relacionados à caça e à construção de teias, que era tida como uma capacidade inata e inalterável durante o ciclo de vida do animal.

Em nota, o IEA declarou que Ades era uma personalidade de grande importância no meio acadêmico brasileiro, por sua estatura científica na área de psicologia experimental, alta competência e dinamismo como professor, e também pelas suas atividades bem-sucedidas na gestão universitária.

“De fato, suas gestões à frente do Instituto de Psicologia, em dois mandatos e, posteriormente, do Instituto de Estudos Avançados da USP, foram marcadas por uma grande dedicação, eficiência, comprometimento e visão de futuro”, afirma a nota.


“O Instituto de Psicologia, o Instituto de Estudos Avançados e a Universidade de São Paulo perdem, assim, um brilhante ex-aluno, professor, cientista e gestor, cuja ausência será muito sentida nas salas de aula, nos laboratórios, nas reuniões da Universidade, nos congressos brasileiros e internacionais e, talvez mais importante, nas nossas vidas, já que o César (como todos o chamavam) sempre tinha um sorriso e palavras agradáveis para todos, dos mais humildes aos mais graduados, dos mais próximos amigos (que eram muitos) aos que não conhecia”, destacou a nota do IEA.

O corpo de Ades foi velado na manhã de 15 de março na Biblioteca Dante Moreira Leite do Instituto de Psicologia da USP e foi sepultado, na tarde do mesmo dia, no Cemitério Israelita do Embu. O cientista deixa duas filhas.

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Nascido no Cairo, Egito, em 8 de janeiro de 1943, Ades veio para o Brasil aos 15 anos. Graduou-se em psicologia em 1965 no Instituto de Psicologia da USP, onde realizou mestrado e doutorado em psicologia experimental, livre-docência, e se tornou professor titular em 1994.

Ades foi vice-diretor e diretor do Instituto de Psicologia da USP no período de 2000 a 2004 e diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP de 2008 a janeiro de 2012.

Cooordenou o Laboratório de Etologia do Instituto de Psicologia da USP, onde desenvolveu estudos nas áreas de comportamento, cognição e bem-estar animal.

Ainda na USP, foi membro do Conselho Universitário de 1998 a 2004, do Conselho Deliberativo do Hospital Universitário de 2000 a 2004 e do Conselho Curador da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) de 2004 a 2008.

Suas principais linhas de pesquisa eram nas áreas de comportamento de aranhas orbitelas, preás, cães e primatas, como muriqui, guariba e mico-leão.


Era membro do International Council of Ethologists, da International Society for Comparative Psychology, da Academia Paulista de Psicologia e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Etologia, da qual foi fundador.

Fundou a Revista de Etologia e participou como membro do conselho editorial das revistas Behavior and Philosophy e Acta Ethologica.

Realizou diversos projetos de pesquisa com apoio da FAPESP. O mais recente deles foi um estudo do comportamento e organização social do preá Cavia intermédia – uma espécie endêmica das ilhas Moleques do Sul, em Santa Catarina.

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Por meio de pesquisas com aranhas, o pesquisador comprovou que elas são capazes de memorizar informações e, por meio dessa habilidade, aperfeiçoar instintos básicos, como os relacionados à caça e à construção de teias, que era tida como uma capacidade inata e inalterável durante o ciclo de vida do animal.

Em nota, o IEA declarou que Ades era uma personalidade de grande importância no meio acadêmico brasileiro, por sua estatura científica na área de psicologia experimental, alta competência e dinamismo como professor, e também pelas suas atividades bem-sucedidas na gestão universitária.

“De fato, suas gestões à frente do Instituto de Psicologia, em dois mandatos e, posteriormente, do Instituto de Estudos Avançados da USP, foram marcadas por uma grande dedicação, eficiência, comprometimento e visão de futuro”, afirma a nota.


“O Instituto de Psicologia, o Instituto de Estudos Avançados e a Universidade de São Paulo perdem, assim, um brilhante ex-aluno, professor, cientista e gestor, cuja ausência será muito sentida nas salas de aula, nos laboratórios, nas reuniões da Universidade, nos congressos brasileiros e internacionais e, talvez mais importante, nas nossas vidas, já que o César (como todos o chamavam) sempre tinha um sorriso e palavras agradáveis para todos, dos mais humildes aos mais graduados, dos mais próximos amigos (que eram muitos) aos que não conhecia”, destacou a nota do IEA.

O corpo de Ades foi velado na manhã de 15 de março na Biblioteca Dante Moreira Leite do Instituto de Psicologia da USP e foi sepultado, na tarde do mesmo dia, no Cemitério Israelita do Embu. O cientista deixa duas filhas.

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