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Canadense Quinn é 1ª atleta trans a conquistar medalha na Olimpíada

Meio-campista de 25 anos, Quinn tem uma longa história no time feminino canadense

A jogadora canadense Quinn

 (AFP/AFP)

A jogadora canadense Quinn (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 17h27.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 17h28.

A jogadora de futebol da seleção canadense Quinn se tornou o primeiro atleta abertamente transgênero e não binário a ganhar uma medalha olímpica nesta sexta-feira (6), em outro momento histórico dos Jogos Olímpicos de Tóquio, após a final vencida por sua equipe contra a Suécia (3-2 nos pênaltis após 1-1 no jogo), em Yokohama.

Quinn, que tem apenas um nome, começou como titular e foi substituída no final do primeiro tempo.
Meio-campista de 25 anos, Quinn tem uma longa história no time feminino canadense. Estreou em 2014 e conquistou a medalha de bronze nos Jogos do Rio-2016. Declarou transgênero no ano passado.
"Queria ser autêntica em todas as esferas da minha vida, e uma delas é o espaço público", disse Quinn, na época.

"Então, essa foi uma das razões por trás disso, porque eu estava cansada de ser maltratada e tudo mais", acrescentou ela. O status de jogadora transgênero pioneira nos Jogos de Tóquio veio ao mesmo tempo que o da levantadora de peso transgênero da Nova Zelândia Laurel Hubbard.

Hubbard, que o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconhece como tal, gerou polêmica e debate. Por quê? Os críticos argumentaram que a neozelandesa tinha vantagens físicas em seu corpo de seus anos de desenvolvimento como homem, tornando injusto para ela competir no torneio feminino contra levantadoras nascidas como mulheres.

A estreia de Hubbard nos Jogos não fez, porém, barulho esportivo, porque falhou em completar o levantamento e ficou fora da briga por medalhas.

Hubbard, de 43 anos, que tinha o dobro da idade de algumas de suas rivais e não competia internacionalmente desde antes da pandemia do coronavírus, admitiu que se sentiu "oprimida" por estar no centro das atenções.

Não é o caso de Quinn, que atua como meio-campista defensiva e joga no nível de clube ao lado de grandes estrelas femininas, como a americana Megan Rapinoe.

'A luta não terminou'

Quinn, que joga no OL Reign de Seattle na Liga Nacional Feminina dos Estados Unidos, também não enfrentou questionamentos sobre sua presença na seleção feminina canadense.

"Quero que minha história seja contada, porque, quando temos muita visibilidade trans, é aí que começamos a fazer um movimento e começamos a fazer progresso na sociedade", afirma Quinn, no site de seu clube.

Como Hubbard, Quinn falou sobre as lutas de ser transgênero em um mundo centrado no binário e enfrenta o desafio de ser um modelo a ser seguido nos Jogos para os jovens que vivenciam situações pessoais semelhantes.

"Estou recebendo mensagens de jovens dizendo que nunca viram uma pessoa trans no esporte antes", contou Quinn à rede CBC depois que o Canadá venceu as favoritas americanas por 1 a 0, que acabaram levando a medalha de bronze.

"O esporte é a parte mais emocionante da minha vida. Se posso permitir que as crianças pratiquem os esportes que amam, essa é a minha luta e é por isso que estou aqui", confessou.
Depois de chegar a Tóquio, Quinn refletiu sobre o que significava aparecer no maior palco do esporte como um atleta abertamente transgênero.

"Não sei como me sentir. Estou orgulhosa de ver 'Quinn' no elenco e no credenciamento. Mas me entristece saber que houve atletas olímpicos antes de mim incapazes de viver sua verdade em todo mundo", postou Quinn nas redes sociais.
E a luta continua.

"Existem meninas trans que estão proibidas de praticar esportes, mulheres trans que enfrentam discriminação e preconceito, enquanto tentam realizar seus sonhos olímpicos", refletiu ela. "A luta não acabou. Vou comemorar quando todos estiverem aqui", concluiu Quinn.

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