"O dilema das redes": documentário lançado pela Netflix em 9 de setembro mostra como as redes sociais estão prejudicando nossas relações. (Netflix/Divulgação)
Matheus Doliveira
Publicado em 30 de setembro de 2020 às 14h55.
Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 17h10.
Se você ainda não assistiu, muito provavelmente pelo menos já ouviu falar do documentário The Social Dilemma 2020 ("O Dilema das Redes"), lançado pela Netflix no dia 9 de setembro. No filme dirigido por Jeff Orlowski, especialistas em tecnologia e profissionais da área discutem sobre os impactos devastadores que o uso exacerbado das redes sociais pode ter sobre nossa vida, sociedade e democracia.
Ironicamente, os usuários estão utilizando as próprias redes sociais para comentar o documentário que aconselha a redução do uso dessas tecnologias. três semanas após o lançamento do filme, um levantamento feito pela Decode, empresa de análise e pesquisa em big data, mostra que buscas por "Desativar / excluir Facebook" cresceram 250% no Google entre 9 e 29 de setembro.
Os termos "excluir Instagram"; "desativar notificações" e "desativar temporariamente" também estão sendo mais procurados pelos brasileiros: 100%, 110% e 120%, respectivamente.
Não é possível afirmar uma relação direta entre os termos pesquisados e o documentário, mas na semana seguinte ao seu lançamento, as buscas pelo filme no Google cresceram 200%, tendo o maior volume no domingo dia 20. Embora os números demonstrem que o filme chamou a atenção das pessoas, os comentários nas próprias redes sociais, também analisados pela Decode, revelam que o conteúdo não refletiu numa mudança prática. "Tentamos levantar dados que possam indicar novas tendências de comportamento e há uma crescente procura por formas de desativar perfis nas redes. Se levarmos em conta que a própria Netflix se beneficia dos mesmos algoritmos sociais para investir em seus produtos, essa onda também pode estar tendo efeitos previsíveis e desejáveis", diz Lucas Fontelles, analista da Decode.
Além das buscas no Google, no Twitter, 56% das pessoas comentaram que não vão reduzir o uso de redes sociais e 45% publicaram que têm vontade diminuir a frequência nessas plataformas.