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Bordeaux chinesa? Por que o apelido se aplica a Ningxia

Província no sudoeste de Pequim é sede de vinícolas como Chandon, Chateau Changyu Moser XV e Helan Mountain

Domaine de Long Dai, vinícola chinesa: local de produção de grandes vinhos (Divulgação/Divulgação)

Guilherme Dearo

Publicado em 14 de agosto de 2020 às 08h00.

Durante uma recente visita à província de Ningxia, localizada no sudoeste de Pequim, na China , o presidente Xi Jinping declarou o seguinte: “Costumo servir vinhos da Changyu para outros líderes e não sabia que ela também produz rótulos tão bons em Ningxia”. Changyu é tida como a vinícola mais antiga do país do dragão foi instituída em 1892. Em 2013, a companhia montou o Chateau Changyu Moser XV, que acaba de lançar na Europa seu vinho “ícone”, o Purple Air Comes from the East 2016. Trata-se de um cabernet sauvignon cuja garrafa custa cerca de 150 libras. Deve-se a ele, é provável, o elogio do líder chinês.

Escorada pelas montanhas de Helan, Ningxia despontou como uma região produtora de vinhos graças ao clima desértico a latitude é a mesma de Bordeaux e aos estímulos do governo chinês. Os primeiros rótulos locais a ganhar o mundo foram os da Helan Mountain surgida em 1998, a vinícola pertence ao conglomerado francês Pernod Ricard. Outros vinhos bem reputados saem da Silver Heights, fundada em 2007 pela chinesa Emma Gao Yun, vinicultora treinada em Bordeaux. Instituída em 2013, a fábrica local da Chandon, uma das inúmeras marcas da LVMH, também está situada em Ningxia.

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Silver Heights, fundada em 2007 pela chinesa Emma Gao Yun, vinicultora treinada em Bordeaux (Divulgação)

“Se o vinho é bom uma hora os consumidores se rendem a ele, mesmo os mais exigentes”, diz Philippe de Nicolay Rothschild, lembrando que há duas décadas quase todo mundo torcia o nariz para os tintos argentinos e chilenos. No Brasil há uma década, o francês é dono do clube de vinhos Edega e de uma importadora batizada com suas iniciais. O foco da empresa são os rótulos produzidos pela família dele, no ramo desde 1853. Os mais conhecidos venerados no país de Mao Tsé-Tung saem do lendário Château Lafite Rothschild, em Bordeaux. Domaine d’Aussières, também na França, e Viña Los Vascos, no Chile, são outras das sete vinícolas do braço da família ao qual Philippe pertence.

A mais recente, a Domaine de Long Dai, está localizada na província de Shandong, na China, a 500 quilômetros de Pequim. Montada em parceria com a estatal CITIC a partir de 2009, lançou seu primeiro vinho em setembro último, um blend de uvas cabernet sauvignon, marselan e cabernet franc colhidas em 2017. Preço? Perto de 300 dólares e todas as 30 mil garrafas já foram vendidas. Na própria China.

Equipe da Helan Mountain, na China (Divulgação/Divulgação)

Vinho Domaine de Long Dai (Divulgação)

Vinho Ao Yun 2016 (Divulgação/Divulgação)

Vinho Pace 2017, do Chateau Changyu Moser XV (Divulgação/Divulgação)

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