Bob Dylan vende direitos de suas músicas por US$ 300 milhões
Com o acordo, gravadora terá direito à renda que Dylan recebe como compositor e controlará os direitos autorais das canções
André Martins
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 13h37.
Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 15h59.
Bob Dylan vendeu todo o seu catálogo de canções para a Universal Music por um valor estimado de 300 milhões de dólares. Com o acordo, a gravadora terá direito à renda que Dylan recebe como compositor e controlará os direitos autorais das canções. Segundo apurou o jornal The New York Times, essa pode ser a maior aquisição da história envolvendo direitos de publicação musical.
O acordo anunciado nesta segunda, 7, engloba mais de 600 composições do cantor de 79 anos, incluindo clássicos que mudaram o mundo como Blowin 'in the Wind, The Times They Are A-Changin' e Like uma Rolling Stone e musicas do seu novo álbum o Rough and Rowdy Ways.
“Não é nenhum segredo que a arte de compor é a chave fundamental para toda boa música, nem é um segredo que Bob é um dos maiores praticantes dessa arte”, disse Lucian Grainge, executivo-chefe da Universal Music, em comunicado anunciando o acordo.
Em seis décadas, Bob Dylan remodelou o folk, o rock e o pop e inspirou incontáveis cantores. Vendeu mais de 125 milhões de discos em todo o mundo e suas canções foram regravadas mais de 6.000 vezes por outros artistas, segundo a Universal Music. Sua contribuição ao mundo da música é tão marcante que em 2016 o cantor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura “por ter criado novas expressões poéticas na grande tradição da canção americana”.
A transação com a Universal Music não inclui canções que Dylan escreva no futuro, deixando em aberto a possibilidade de que o cantor possa escolher trabalhar com outra gravadora ou administrar os próprios direitos.
A negociação histórica vem na esteira da recuperação do mercado musical causada pelo serviço de streaming. De acordo com a National Music Publishers Association, as gravadoras nos Estados Unidos arrecadaram 3,7 bilhões de dólares em 2019, o que atraiu novos investidores pela receita constante e crescente gerada pelos direitos musicais.