Azul É a Cor mais Quente retrata romance lésbico
Cineasta Abdellatif Kechiche alcançou seu ponto máximo de ousadia e consagração em seu quinto longa
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 11h31.
São Paulo - Tunisiano radicado na França desde a infância, o cineasta Abdellatif Kechiche alcançou seu ponto máximo de ousadia e consagração em seu quinto longa, "Azul É a Cor mais Quente", vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2013.
Adaptando livremente a graphic novel homônima de Julie Maroh, Kechiche conta a história de Adèle (Adèle Exarchopoulos), adolescente que começa a descobrir a sexualidade, experimentando-a primeiro com um rapaz, depois encontrando outras formas de prazer com Emma (Léa Seydoux), uma estudante universitária e pintora.
Adèle não tem muitas ambições intelectuais. Apenas quer ser professora primária e viver com Emma, um despojamento que, afinal, cobra seu preço da própria relação com a outra, que é mais intelectualizada e madura.
Sem dúvida, a atriz novata Adèle Exarchopoulos parece uma força da natureza. É uma bela jovem, natural, visivelmente tirando inspiração de si mesma, de quem ela é, quando olha, quando sorri, quando anda, quando come, quando chora, quando faz amor.
Ao ser exibido em Cannes, o filme ensaiou ser um pequeno escândalo, com suas longas e voyeurísticas cenas de sexo entre as duas belas protagonistas, -que depois deram entrevistas criticando o diretor pela sua exposição, declarações depois relativizadas, especialmente por Adèle, que visitou o Brasil recentemente com Kechiche.
As cenas amorosas, longas, belas e bastante francas, justificam-se na história, adequando-se ao estilo habitualmente lânguido de Kechiche, que não economizou na extensão de seus filmes anteriores, "O Segredo do Grão" (2007) e "Vênus Negra" (2010), ambos com mais de duas horas e meia.
Ainda assim, não se revela imprescindível, no entanto, a longuíssima duração geral de "Azul..." - 2h57 -, com muitas sequências de discussão de relação e lágrimas que poderiam ser resolvidas com mais contenção, sem prejuízo da narrativa.
Em todo caso, "Azul É a Cor Mais Quente" saiu-se bem como um libelo pela liberdade sexual e um desafio aos conservadores no auge da polêmica em torno da aprovação do casamento gay, que provocou passeatas de apoiadores e opositores no primeiro semestre, dividindo a França.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
São Paulo - Tunisiano radicado na França desde a infância, o cineasta Abdellatif Kechiche alcançou seu ponto máximo de ousadia e consagração em seu quinto longa, "Azul É a Cor mais Quente", vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2013.
Adaptando livremente a graphic novel homônima de Julie Maroh, Kechiche conta a história de Adèle (Adèle Exarchopoulos), adolescente que começa a descobrir a sexualidade, experimentando-a primeiro com um rapaz, depois encontrando outras formas de prazer com Emma (Léa Seydoux), uma estudante universitária e pintora.
Adèle não tem muitas ambições intelectuais. Apenas quer ser professora primária e viver com Emma, um despojamento que, afinal, cobra seu preço da própria relação com a outra, que é mais intelectualizada e madura.
Sem dúvida, a atriz novata Adèle Exarchopoulos parece uma força da natureza. É uma bela jovem, natural, visivelmente tirando inspiração de si mesma, de quem ela é, quando olha, quando sorri, quando anda, quando come, quando chora, quando faz amor.
Ao ser exibido em Cannes, o filme ensaiou ser um pequeno escândalo, com suas longas e voyeurísticas cenas de sexo entre as duas belas protagonistas, -que depois deram entrevistas criticando o diretor pela sua exposição, declarações depois relativizadas, especialmente por Adèle, que visitou o Brasil recentemente com Kechiche.
As cenas amorosas, longas, belas e bastante francas, justificam-se na história, adequando-se ao estilo habitualmente lânguido de Kechiche, que não economizou na extensão de seus filmes anteriores, "O Segredo do Grão" (2007) e "Vênus Negra" (2010), ambos com mais de duas horas e meia.
Ainda assim, não se revela imprescindível, no entanto, a longuíssima duração geral de "Azul..." - 2h57 -, com muitas sequências de discussão de relação e lágrimas que poderiam ser resolvidas com mais contenção, sem prejuízo da narrativa.
Em todo caso, "Azul É a Cor Mais Quente" saiu-se bem como um libelo pela liberdade sexual e um desafio aos conservadores no auge da polêmica em torno da aprovação do casamento gay, que provocou passeatas de apoiadores e opositores no primeiro semestre, dividindo a França.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb