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As expectativas para o mercado de vinhos para 2024

O mercado espera a normalização do consumo de vinho, a venda de mais brancos e rosés e a busca por bebidas sem álcool

 (Catarina Bessell/Exame)

(Catarina Bessell/Exame)

Publicado em 3 de fevereiro de 2024 às 08h21.

O mercado de vinhos tem experimentado um dinamismo crescente nos últimos anos. No perío­do da pandemia de covid-19, o consumo da bebida acelerou, o que reconfigurou significativamente as vendas entre os diferentes canais. Já o pós-pandemia trouxe uma retração, interpretada como uma normalização do consumo, com maior presença em bares e restaurantes, uma diminuição nas vendas online e uma redução nos volumes de importação. Para o ano de 2024, alguns fenômenos devem marcar o cenário vinícola no Brasil.

O primeiro deles é a comercialização de vinhos premium e superpremium, resilientes em períodos de crise e crescentes em momentos de prosperidade econômica, uma expectativa para este ano. Nos vinhos de baixo custo, em 2023 vimos uma redução nas vendas e na importação (impactando especialmente vinhos chilenos). Em 2024, a redução das taxas de juro, o aumento do consumo e a aceleração do varejo devem impulsionar esses vinhos, com recuperação de market share e maior espaço na cesta de compras.

Tendência global impulsionada por millennials e pela geração Z, a busca por produtos com menor teor alcoólico ou completamente desalcoolizados deve crescer no mercado brasileiro em 2024, com vinícolas apostando no desenvolvimento de produtos nessas linhas.

Outra tendência é o interesse dos consumidores por vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais. Embora com menor velocidade no Brasil, devemos ver um aumento global na oferta dessas categorias neste ano.

Brancos, rosés e espumantes continuarão a ganhar mais espaço no consumo dos brasileiros, mesmo que ainda haja uma supremacia dos tintos. O crescimento desses estilos de vinhos no Brasil reflete muito o amadurecimento do mercado e a compatibilidade dos vinhos mais leves com o clima quente e a gastronomia local.

Do lado das importadoras, o crescimento exponencial no consumo de vinhos durante a pandemia resultou em uma explosão no número de novas empresas. Diante de uma competição acirrada e um mercado ainda retraído, muitos players pequenos tendem a abandonar o mercado, enquanto empresas mais profissionalizadas, com maior capacidade de distribuição e investimento, devem ganhar espaço e market share.

O ano de 2024 trará desafios significativos para o mercado de vinhos, marcado por uma carga tributária elevada e forte concorrência de outras categorias, principalmente de cervejas e de destilados. No entanto, será, sem dúvida, um ano repleto de grandes oportunidades para aqueles que estiverem atentos às tendências, às expectativas dos consumidores e às mudanças de comportamento.

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