Artista transforma em arte material recolhido em lixões
Recuperando telas de televisores e cabos telefônicos descartados, o artista pretende despertar a nostalgia por tecnologias em desuso
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2012 às 11h37.
Buenos Aires - O artista espanhol Daniel Canogar recuperou telas de televisores, cabos telefônicos e fitas de vídeo de lixões de Buenos Aires para sua exposição "Latidos", com a qual pretende despertar "a nostalgia" por tecnologias em desuso.
"Espero que as instalações façam o espectador lembrar-se de coisas de seu passado e apreciar mais estas tecnologias que desprezamos com tanta facilidade", afirmou o artista à Agência Efe.
Canogar (Madri, 1964) expõe desde semana passada no Espaço Fundação Telefónica de Buenos Aires seis instalações que buscam "surpreender" o público e dar uma nova utilidade aos aparelhos jogados no lixo.
"Tenho uma lembrança muito física de algum dos materiais, foram parte da minha vida", comentou o artista, que se considera parte de uma geração marcada pelo "atrito do analógico com o digital" e prefere falar de reutilização antes de reciclagem.
"Os artistas sempre utilizamos os materiais que estavam ao nosso redor e é o que tentei realizar em minha obra", ponderou.
Precisamente a recuperação de resíduos dá origem ao nome da mostra. "Latidos" é o termo em espanhol para se referir às batidas do coração e Canogar tenta buscar em suas obras o mínimo sinal de vida presente nestes materiais "em perigo de extinção".
"Estas tecnologias têm data de validade, assim como eu como ser humano", destacou o artista, que começou a trabalhar com este tipo de materiais há quatro anos.
Os objetos recuperados parecem ganhar vida própria sob os jogos de luzes que percorrem circuitos e fitas de vídeo que, como ocorre na montagem intitulada "Scanner", uma instalação criada em 2009 na qual apresenta, dentro de um quarto totalmente escuro, um grande emaranhado de cabos sobre os quais projeta linhas de luz brancas que parecem percorrer as redes.
Os cabos "descartados e desprezados" ganham "uma segunda utilidade", segundo Canogar, que muda a obra em função do local de exposição.
Em "Frequência", outra das obras em exibição, máscaras de telas analógicas de televisão mostram cartas de ajuste e sinais em branco com as quais parecem recuperar a transmissão, enquanto na instalação "Spin" vários discos DVD refletem na parede a projeção dos filmes que contêm.
Filho do pintor abstrato Rafael Canogar, o artista se formou como fotógrafo e realizou várias exposições com murais gigantes em Madri, Roma, Nápoles e no Rio de Janeiro.
Um de seus trabalhos mais reconhecidos é instalação de vídeo "Travessias", que expôs na sede do Conselho Europeu em Bruxelas durante o primeiro semestre de 2010, coincidindo com a presidência espanhola de turno da União Europeia, na qual utilizou também cabos eletrônicos e lâmpadas LED.
"Me identifico muito com as tecnologias", finalizou o artista madrilenho, cuja obra será exibida em Buenos Aires até o mês de junho.
Buenos Aires - O artista espanhol Daniel Canogar recuperou telas de televisores, cabos telefônicos e fitas de vídeo de lixões de Buenos Aires para sua exposição "Latidos", com a qual pretende despertar "a nostalgia" por tecnologias em desuso.
"Espero que as instalações façam o espectador lembrar-se de coisas de seu passado e apreciar mais estas tecnologias que desprezamos com tanta facilidade", afirmou o artista à Agência Efe.
Canogar (Madri, 1964) expõe desde semana passada no Espaço Fundação Telefónica de Buenos Aires seis instalações que buscam "surpreender" o público e dar uma nova utilidade aos aparelhos jogados no lixo.
"Tenho uma lembrança muito física de algum dos materiais, foram parte da minha vida", comentou o artista, que se considera parte de uma geração marcada pelo "atrito do analógico com o digital" e prefere falar de reutilização antes de reciclagem.
"Os artistas sempre utilizamos os materiais que estavam ao nosso redor e é o que tentei realizar em minha obra", ponderou.
Precisamente a recuperação de resíduos dá origem ao nome da mostra. "Latidos" é o termo em espanhol para se referir às batidas do coração e Canogar tenta buscar em suas obras o mínimo sinal de vida presente nestes materiais "em perigo de extinção".
"Estas tecnologias têm data de validade, assim como eu como ser humano", destacou o artista, que começou a trabalhar com este tipo de materiais há quatro anos.
Os objetos recuperados parecem ganhar vida própria sob os jogos de luzes que percorrem circuitos e fitas de vídeo que, como ocorre na montagem intitulada "Scanner", uma instalação criada em 2009 na qual apresenta, dentro de um quarto totalmente escuro, um grande emaranhado de cabos sobre os quais projeta linhas de luz brancas que parecem percorrer as redes.
Os cabos "descartados e desprezados" ganham "uma segunda utilidade", segundo Canogar, que muda a obra em função do local de exposição.
Em "Frequência", outra das obras em exibição, máscaras de telas analógicas de televisão mostram cartas de ajuste e sinais em branco com as quais parecem recuperar a transmissão, enquanto na instalação "Spin" vários discos DVD refletem na parede a projeção dos filmes que contêm.
Filho do pintor abstrato Rafael Canogar, o artista se formou como fotógrafo e realizou várias exposições com murais gigantes em Madri, Roma, Nápoles e no Rio de Janeiro.
Um de seus trabalhos mais reconhecidos é instalação de vídeo "Travessias", que expôs na sede do Conselho Europeu em Bruxelas durante o primeiro semestre de 2010, coincidindo com a presidência espanhola de turno da União Europeia, na qual utilizou também cabos eletrônicos e lâmpadas LED.
"Me identifico muito com as tecnologias", finalizou o artista madrilenho, cuja obra será exibida em Buenos Aires até o mês de junho.