Arábia Saudita irá construir cidade em linha reta com 170 km de extensão
A cidade futurista The Line pretende ter 1 milhão de habitantes, e a construção começará ainda no primeiro trimestre deste ano
Julia Storch
Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 15h16.
Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 15h26.
Imagine uma cidade sem carros, em que tudo pode ser resolvido em poucos minutos de caminhada em meio à natureza. Utópico demais para o século 21? Pois é isto o que a Arábia Saudita acaba de lançar, mais uma cidade que pretende revolucionar a arquitetura do país. Trata-se do The Line, uma cidade com 170 quilômetros de extensão em que é possível fazer tudo a pé, em menos de 5 minutos.
A cidade será composta de vilas que terão serviços essenciais, como escolas,clínicas médicas, lazer e espaços verdes próximo às moradias, para que tudo possa ser feito caminhando. Os serviços da cidade estarão no primeiro subsolo. Já o segundo subsolo do The Line contará com uma linha metroviária que percorrerá toda a extensão da cidade, conectando as vilas mais distantes.
O projeto foi desenvolvido pelo governo saudita, que tem o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman como presidente do conselho da empresa NEOM (que também é uma cidade planejada). Em comunicado à imprensa, o príncipe falou sobre o propósito da construção de uma cidade sem trânsito e poluição. “Em cidades que são vistas como as mais avançadas do mundo, as pessoas passam anos de sua vida viajando diariamente. Em 2050, a duração do trajeto será em dobro. Além disso, 90% das pessoas respiram ar poluído. Por que devemos sacrificar a natureza em prol do desenvolvimento? Por que deveríamos perder 1 milhão de pessoas a cada ano devido a acidentes de trânsito? E por que devemos aceitar desperdiçar anos de nossa vida indo para o trabalho? Portanto, precisamos transformar o conceito de uma cidade convencional em futurista”, concluiu.
A cidade está localizada em NEOM, ligando a costa do Mar Vermelho com as montanhas e vales do noroeste da Arábia Saudita. The Line tem a ambição de ser o centro de inovação global, já que mais de 40% da população global é capaz de chegar na cidade em menos de 4 horas de voo, e 13% do comércio mundial flui através do Mar Vermelho.
A construção pretende ser “uma resposta direta a alguns dos desafios mais urgentes que a humanidade enfrenta hoje”, disse ainda o comunicado. A construção da cidade pretende gerar 380.000 empregos e adicionar 48 bilhões de dólares para o PIB do país até 2030.
A cidade terá capacidade para 1 milhão de habitantes, preservando 95% da natureza dentro do NEOM, sem carros, sem ruas e sem emissões de carbono. Para o príncipe a construção é a primeira cidade, em 150 anos, que foi projetada em torno das pessoas, e não de estradas. O plano é que a construção aconteça ainda no primeiro trimestre deste ano.