Após protestos, Santander fecha museu sobre diversidade
A mostra Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, estaria aberta à visitação até o dia 08 de outubro, mas foi cancelada por protestos
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2017 às 11h28.
Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 11h38.
São Paulo - A mostra Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, que estaria em cartaz no Santander Cultural , em Porto Alegre, entre os dias 15 de agosto e 8 de outubro, foi cancelada por causa da insatisfação de alguns dos frequentadores.
Neste domingo, o local fechou as portas após protestos, incluindo do MBL (Movimento Brasil Livre), considerarem a mostra um "desrespeito".
De acordo com o Santander Cultural, a exposição havia sido montada "para nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação à questões de gênero, diversidade, violência".
Com curadoria de Gaudêncio Fidelis, a exposição tinha ao todo 270 trabalhos de 85 artistas que abordavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade.
Entre os artistas, havia nomes consagrados como Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Clóvis Graciano, Ligia Clark e Leonilson. A mostra foi viabilizada pela captação de R$ 800 mil por meio da Lei Rouanet.
Um dos vídeos difundidos que protestavam contra a exposição citava o artigo 208 do código penal: "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso".
Em seguida, alguém corrige o manifestante, lembrando que o Brasil é laico. A postagem, feita na quinta-feira, 9, obteve mais de 11 mil compartilhamentos.