Casual

Após instabilidade em 2018, novo Bordeaux ganha confiança

Na próxima semana a atenção mundial do vinho dever estar em Bordeaux já que milhares de comerciantes e jornalistas desembarcam na região

 (Plateresca/Thinkstock)

(Plateresca/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 31 de março de 2019 às 07h00.

Última atualização em 31 de março de 2019 às 07h00.

Na próxima semana a atenção mundial do vinho dever estar em Bordeaux já que milhares de comerciantes e jornalistas desembarcam na região para o ritual anual da primavera. Durante a agitada semana de degustação, o ritmo será frenético. Depois de avaliar a qualidade e tomar notas, o próximo compromisso será coletar informações e impressões locais sobre a colheita e a produção do vinho.

A grande questão é sempre a qualidade dos vinhos. Como se comparam à maravilhosa safra de 2016 que começa a chegar às lojas? Vale a pena o investimento? Como a Lix-Ex apontou no último relatório, o bom vinho superou as ações globais em 2018. Mesmo vinhos com ótima qualidade, se o preço não for justo, os investidores não compram, diz a Lix-Ex.Em jantar no Commanderie du Bontemps em Nova York no início de março, Olivier Bernard, proprietário da Domaine de Chevalier em Pessac-Leognan, ao sul de Bordeaux, estava radiante. “Em 2018, fiz o melhor vinho da minha vida”, disse ele.

Para outros, 2018 foi um pesadelo. A produtora, Caroline Frey, proprietária da Château La Lagune, ao sul de Margaux, disse que devido ao granizo “do tamanho de um ovo de pomba”, não conseguiu produzir nada.

Emmanuel Cruse, chefe da Commanderie e co-proprietário da Château d’Issan em Margaux, resumiu que “2018 foi uma surpresa total, uma colheita fora do comum. Primeiro nos desesperamos, então, celebramos”.

Então, quais outros produtores são vitoriosos em 2018, quais saíram perdendo, e quais irão acrescentar valor? Após degustar mais de 500 tipos de vinhos na próxima semana, direi com detalhes. Por enquanto o fator determinante é o tempo.

Contornando o clima

“O ano teve duas estações”, explicou Jean Garandou do Château Latour durante o jantar, degustando a elegante safra de 1999. O primeiro semestre de 2018, até julho, foi molhado, com tempestades de granizo, muita chuva e doenças de fungo que atacam as vinhas, potencializadas pelo tempo úmido. De acordo com o relatório anual de colheita da Gavin Quinney, proprietária do Château Bauduc, depois de um inverno molhado, a primavera trouxe chuva constante, deixando o solo encharcado em algumas vinícolas e era difícil evitar que o mofo se espalhasse. Algumas propriedades perderam 30% da sua safra.

Mas o segundo semestre, o resto de julho, agosto e setembro, foi um verão maravilhoso e seco, ensolarado que continuou até outubro, e de acordo com o relatório Quinney com “ótimas condições de colheita”.

Em resumo, os produtores cujas vinícolas foram atingidas pelo granizo ou que não conseguiram controlar o mofo sofreram com pouquíssima produção ou nenhuma. Mas a qualidade das uvas foi boa para a maioria dos produtores, o que significou vinho muito bom. E esse será o grande fator de influência no preço.

Acompanhe tudo sobre:FrançaVinhos

Mais de Casual

Esta rua superou a Quinta Avenida, em Nova York, como a mais cara do mundo para varejo

Os sucessos do cinema e a magia dos contos de fada ganham vida nos Parques Temáticos da Disney

Qual a diferença entre vinho orgânico, biodinâmico, convencional e natural

Hyrox: a nova competição fitness que está conquistando o mundo