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Alemanha publica lista com 25 quadros do tesouro de Munique

Imagens desta lista foram publicadas em um site depois das pressões em torno de uma maior transparência perante a descoberta das 1,4 mil obras de arte


	Munique: de acordo com a promotoria de Augsburgo, 970 das 1,4 mil obras achadas devem ser investigadas para terem sua origem determinada
 (Wikimedia Commons)

Munique: de acordo com a promotoria de Augsburgo, 970 das 1,4 mil obras achadas devem ser investigadas para terem sua origem determinada (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2013 às 10h58.

Berlim - As autoridades alemãs publicaram uma lista de 25 quadros do chamado "tesouro de Munique" ao considerar as suspeitas de que as obras encontradas na última semana em um apartamento sejam arte roubada de pessoas perseguidas pelo nazismo.

As imagens com as 25 obras desta lista foram publicadas em um site (www.losart.de) depois das pressões em torno de uma maior transparência perante a espetacular descoberta das 1,4 mil obras de arte, as quais estavam perdidas e foram encontradas em um apartamento do bairro de Schwabing, em Munique.

Embora tenha sido mantida em segredo durante um ano e meio, a descoberta em questão foi revelada somente na última semana pela revista "Focus".

Segundo a promotoria de Augsburgo, a descoberta do tesouro em questão não foi divulgada antes por causa do desejo das autoridades de esclarecer a procedência das obras com tranquilidade e sem pressões.

Os quadros estavam em poder de Cornelius Gurlitt, filho do marchand Hildebrandt Gurlitt, quem durante os tempos do nacional-socialismo (1933-1945) recebeu do regime obras da chamada "arte degenerada", os quadros do início do século XX confiscados de museus para serem vendidos no exterior.

Gurlitt recebeu parte dessas obras em comissões e também comprou outras do regime, todas por um preço abaixo preço.

Depois da guerra, o marchand assegurou que sua coleção tinha sido destruída durante os bombardeios aliados a Dresden e, por isso, o achado de Munique surpreendeu o mundo todo.

Os especialistas consideram que parte dos quadros achados em Schwabing era de museus alemães e foram expatriados pelos nazistas por considerá-los "arte degenerada".


Algumas das telas teriam passado a ser propriedade de Gurlitt, um fato que poderia dificultar a recuperação das mesmas por parte dos museus do ponto de vista legal.

No entanto, existe a suspeita de que outra parte da coleção de Gurlitt esteja formada por obras de colecionadores judeus que foram desapropriadas ou vendidas por pressões do regime nazista. Neste caso, os proprietários originais dessas obras ou seus herdeiros teriam direito à restituição.

De acordo com a promotoria de Augsburgo, 970 das 1,4 mil obras achadas devem ser investigadas para terem sua origem determinada, já que, entre estes, 380 quadros pertencem a chamada "arte degenerada" e 590 obras foram expropriadas ilegalmente pelos nazistas.

"A origem das obras do chamado "tesouro de Schwabing" tem que ser esclarecida da forma mais rápida e transparente possível", assinalou em comunicado conjunto o governo alemão e o bávaro.

Na lista de 25 obras publicadas há algumas que cabem dentro do que os nazistas chamavam "arte degenerada", como duas aquarelas de Otto Dix e telas de Marc Chagall e Henri Matisse, o que, no entanto, não quer dizer que elas não tenham sido arrebatadas de colecionadores judeus.

Além disso, há outras obras, como uma gravura de Antonio Canaletto e um desenho de Eugène Delacroix, que não tem nenhum vínculo com esse tipo de arte.

Também aparecem na lista obras de Max Liebermann, Auguste Rodin, Carl Spitzweg e Honoré Daumier, este último com um quadro intitulado "Don Quixote e Sancho Pança", de 1865. 

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