Academia de Cinema dos EUA quer promover atores com deficiência
Hollywood volta a atenção para mais um grupo sub-representado, o que o Oscar não deixa mentir
Guilherme Dearo
Publicado em 24 de junho de 2020 às 10h23.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, que trabalha para diversificar suas fileiras e renovar a premiação do Oscar, volta a atenção para outro grupo sub-representado: atores com deficiência.
Em parceria com a Ruderman Family Foundation, a organização está incluindo atores com deficiência ao Academy Gold Program, um estágio voltado para jovens atores de minorias. O programa terá 74 participantes, nove dos quais são aspirantes a atores com deficiência.
Hollywood não tem exibido muitos atores com deficiência na tela nos últimos anos. E isso é particularmente evidente durante o Oscar, que frequentemente homenageia atores sem deficiência por interpretarem o papel de uma pessoa com deficiência física ou mental.
De fato, 78% dos personagens com deficiência são interpretados por atores sem deficiência, segundo estudo da Ruderman. E as pessoas com deficiência têm duas vezes mais chances de ficarem desempregadas do que outros americanos, de acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA.
A situação também apresenta uma oportunidade financeira, segundo o estudo da Ruderman. Um aumento na representação poderia ajudar a aproveitar US$ 10,4 bilhões em poder de compra.
CBS e BBC são dois dos únicos estúdios que se comprometeram a aumentar retratos precisos de atores com deficiência.
A nova parceria pode ajudar a mudar a maneira como Hollywood opera, afirmou Jay Ruderman, presidente da fundação, em comunicado. “Ter mais pessoas com deficiência envolvidas na frente e atrás da câmera oferecerá mais oportunidades, aumentará a representação autêntica na tela e melhor representará o mundo ao nosso redor.”