A maquiagem masculina vem aí?
No que depender de grifes como Chanel, Tom Ford e Fenty Beauty, parece que sim
Guilherme Dearo
Publicado em 25 de julho de 2019 às 07h00.
Última atualização em 25 de julho de 2019 às 07h00.
Lançada pela Chanel no ano passado, a coleção Boy de Chanel , a primeira linha de maquiagem da grife francesa, é composta por uma base, uma caneta para sobrancelhas e um lip balm. Com o slogan "Be Only You", encoraja os homens a usar maquiagem para uma melhora sutil, para esconder o cansaço. A novidade foi endereçada inicialmente ao mercado coreano, onde não é vista como um tabu, e pouco a pouco está sendo testada em outras regiões.
Criada pela cantora Rihanna, a marca de cosméticos Fenty Beauty também aposta na tendência e começou a produzir tutoriais para ensinar o público masculino a manejar bases e pincéis. Outra grife que lançou gel para sobrancelhas e corretores masculinos é a Tom Ford. Estima-se que o mercado masculino de grooming tenha movimentado globalmente US$ 57,7 bilhões em 2017 e chegue a US$ 78,6 bilhões até 2023. E isso porque hoje a maioria dos homens recorre no máximo a um hidratante, a um protetor solar e à loção pós-barba. Qual será o impacto na indústria se todos aderirem aos pincéis, à base e ao gel para domar a sobrancelha?
Seria uma grande revolução? Sim, mas não exatamente uma novidade. Como esquecer daqueles ingleses de 1600 circulando pelos castelos com perucas - algumas delas usadas para esconder sintomas de sífilis, como perda de cabelo e erupções cutâneas - e os rostos cobertos de pó branco? Ou então do presidente Emmanuel Macron? Dois anos atrás, o presidente francês foi achincalhado por ter gasto 26 mil euros com um maquiador para embelezá-lo antes das aparições públicas em seus primeiros três meses no cargo. Com produtos como os da Chanel Macron poderia ter resolvido o problema sozinho.