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A gente está ignorando a gravidade, diz Emicida sobre a pandemia

Para o rapper, discurso adotado por autoridades como Bolsonaro, ressoou não só entre apoiadores do governo, mas em setores "que estão no extremo oposto"

"Depois de 4 meses, as pressões não são só econômicas, mas psicológicas também", disse Emicida (Youtube/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2020 às 13h13.

Última atualização em 28 de julho de 2020 às 13h19.

Emicida foi o convidado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 27. Entre outros assuntos, o artista comentou sobre o controle da pandemia do novo coronavírus no Brasil. "A gente está ignorando a gravidade do que está acontecendo. A imagem do Brasil está completamente deteriorada, isso é muito sério. A gente não fala mais sobre controle do contágio, a gente já se refere à pandemia no passado", afirmou o compositor em resposta à jornalista Paula Carvalho, da rádio Jovem Pan.

Emicida ainda enfatizou que isso está atrelado à ideia de que a covid-19 é apenas uma gripe. Para o rapper, esse discurso adotado por autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, ressoou não só entre os apoiadores do governo, mas em setores "que estão no extremo oposto". Como exemplo, o cantor mencionou às manifestações antirracistas, ocorridas no Brasil no início de junho. Na época, ele se posicionou em suas redes sociais enfatizando que não sairia para as ruas em meio à pandemia.

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"Infelizmente, depois de quatro meses, as pressões não são só econômicas, mas psicológicas também. Eu sinto que a gente começou a entrar no automático e a ignorar a gravidade das coisas. As pessoas se sentem obrigadas a voltar para rua de alguma maneira, porque se sentem angustiadas", completou.

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