Japan House: Mostra Princípios Japoneses: Design e Recursos (Luciana Izuka /Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 15h34.
Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 17h06.
Para quem busca exposições em janeiro, cinco opções se destacam em São Paulo e no Rio de Janeiro. No MASP, Histórias LGBTQIA+ apresenta mais de 150 obras e documentos sobre diversidade até 13 de abril, abordando temas como amor e resistência. Já na Japan House, Princípios Japoneses explora design sustentável e filosofia mottainai até 4 de maio. Confira.
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand dedicou 2024 às Histórias da Diversidade LGBTQIA+ apresentando, de 13 de dezembro a 13 de abril de 2025, uma mostra coletiva que ocupa três espaços expositivos do museu. A exposição Histórias LGBTQIA+ reúne mais de 150 obras de arte e centenas de documentos nacionais e internacionais.
A mostra é organizada em oito núcleos: Amor e desejo; Ícones e musas; Espaços e territórios; Ecossexualidades e fantasias transcendentais; Sagrado e profano; Abstrações; Arquivos; e Biblioteca Cuir.
“O atual cenário global para pessoas queer e trans é desigual: a aceitação, a solidariedade e a visibilidade existem lado a lado com o ódio, a censura e a total proibição legal em diferentes partes do mundo. Assim, por um lado, uma atenção maior voltada a questões Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer, Intersexo, Assexuais e de outras minorias (LGBTQIA+) vem criando mais oportunidades para artistas e pensadores queer e trans. Todavia, por outro lado, pessoas LGBTQIA+ em todo o mundo – impactadas diferentemente por sua raça, classe, gênero, idade, nacionalidade – continuam enfrentando repressão. Nesse contexto, Histórias LGBTQIA+ reúne trabalhos que tematizam tópicos queer ou que sejam feitos por artistas, ativistas e pesquisadores LGBTQIA+. A mostra celebra a riqueza e a multiplicidade da criatividade queer nas artes visuais”, afirmam Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, MASP, e Adriano Pedrosa, diretor artístico.
Queer, na língua inglesa, originalmente significa "estranho", mas também, em algum momento, "sexualmente desviante". Porém, desde o final do século 20, tem sido reivindicado por lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros como um termo amplo para identificá-los.
Justapondo o passado e a contemporaneidade, a mostra apresenta trabalhos de diversos períodos e correntes artísticas, evidenciando visões das histórias LGBTQIA+ que atravessam o tempo e o espaço, e ainda apontam estratégias de resistência.
Serviço:
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
1º andar, mezanino e 2º subsolo
Até 13 de abril
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo
Horários: terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos R$ 70 (entrada); R$ 35 (meia-entrada)
Diversas e inusitadas soluções de design e processamento sustentável de recursos naturais ganham destaque na exposição inédita Princípios japoneses: design e recursos, que ocupa o andar térreo da Japan House São Paulo até 4 de maio de 2025.
Com entrada gratuita, a mostra reúne 16 projetos de 14 criadores que apostam em formas de aproveitamento máximo e minimização de desperdícios dos recursos e materiais, além de iniciativas para valorização de recursos e técnicas tradicionais japonesas. Com muitas possibilidades, a exposição apresenta iniciativas em áreas como arquitetura, design, artesanato tradicional, têxteis, itens de esporte e instrumentos musicais.
Alinhada com urgências de um mundo preocupado com as mudanças climáticas e muito mais consciente, a exposição surge a partir de um princípio milenar japonês, como comenta Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo e curadora da exposição. A inspiração para a mostra nasceu da longa tradição do “não desperdício”, parte da filosofia japonesa mottainai – junção do vocábulo de origem budista “mottai”, que se refere à essência das coisas, com a partícula “nai”, que indica negação na língua japonesa.
“Os japoneses costumam empregar essa expressão quando algo ainda pode ser aproveitado de alguma maneira, mas esse conceito se estende para além do desperdício material, já que é considerado por muitos uma prática cultural e um estilo de vida, que preza por um melhor uso dos recursos disponíveis, inclusive do tempo, além de um grande cuidado com relacionamentos interpessoais e com a natureza. O objetivo da exposição, ao apresentar essas iniciativas do Japão, é inspirar os brasileiros com soluções criativas e grandes inovações tecnológicas, que são guiadas por essa consciência da relação com a natureza. Ao mesmo tempo que trazemos exemplos de ponta, evidenciamos que essa preocupação está enraizada no Japão há muito tempo, como algumas peças especiais que fazem uso de técnicas milenares, caso do bashōfu , do aizomê e do kaibuki, presentes na mostra lado a lado de projetos novos e revolucionários”.
"Princípios japoneses: design e recursos" traz três perspectivas: “Formas de eliminar o desperdício”, “Aproveitamento máximo dos recursos” e “Recuperação por meio do design”.
Serviço:
Princípios japoneses: design e recursos
Japan House São Paulo, andar térreo – Av. Paulista, 52 - São Paulo
Até 4 de maio de 2025
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h. Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais) no site.
Com concepção e realização do Itaú Cultural e curadoria de Carol Barreto e Hanayrá Negreiros, ela se estende pelos três andares do espaço expositivo do Itaú Cultural, perpassando grupos diversos do pensar e fazer moda brasileira.
O primeiro andar (1º) tem foco em obras e artistas que trabalham com temáticas e grupos ancestrais, em um amplo leque que vai das Bordadeiras do Curtume do Vale do Jequitinhonha e Ekedy Sinha a Fernanda Yamamoto e Lino Villaventura. No segundo (-1), os trabalhos expostos abordam temas atuais, discussões diretamente ligadas a questões políticas, de gênero, raciais e performáticas, em uma mescla de nomes mais conhecidos da esfera de moda brasileira, independentes e alternativos – entre eles, Alexandre Herchcovitch, Dudu Bertholini, Fause Haten, Jal Vieira, João Pimenta, Lab Fantasma, Maxwell Alexandre, Sioduhi e Vicenta Perrota. Por fim, o terceiro andar (-2) remete aos fazeres, desenhos e costuras contínuos de um ateliê de moda; será, também, um espaço para acolher performances, esculturas têxteis, oficinas.
Serviço:
Pisos 1, -1 e -2
Até 23 de fevereiro de 2025
Av. Paulista, 149 - Bela Vista, São Paulo
A exposição apresenta a trajetória múltipla e o legado de Oswald de Andrade, por meio de documentos de época, como fotografias e manuscritos do homenageado, além das primeiras edições dos seus livros. A linha curatorial é composta de quatro eixos: apresentação; biografia, com fotografias e objetos pessoais originais, além de áudios em que ele recita a sua própria poesia, recortes jornalísticos, cadernos de memórias e vídeos com depoimentos do filho Rudá e da filha Marília e dos biógrafos Lira Neto e Maria Augusta Fonseca; literatura, política e modernismo, entre manifestos e obras diversas, como as primeiras edições de seus livros, entre eles, Pau Brasil, de 1925, e um vídeo sobre os manifestos de Oswald de Andrade, produzido pelo Itaú Cultural e dirigido por Rodrigo Mercadante; e produção teatral.
Serviço:
Até 23 de fevereiro de 2025
Sala Multiuso – 2º piso
Av. Paulista, 149 - Bela Vista, São Paulo
O Museu de Arte do Rio inaugurou em dezembro a mostra O dono do MAR, primeira exposição individual institucional que reúne e celebra a obra do artista Primo da Cruz (1983-2020). Nas obras apresentadas na mostra, a realidade e a imaginação convivem com crenças, desejos e vislumbres de um jovem criado em uma favela que viveu com as complexidades resultantes do amor de uma família e do descaso do Estado.
A obra de Primo da Cruz articula a sua experiência com a violência urbana, o seu trabalho no tráfico com uma formação evangélica. “É uma combinação de referências que faz a obra dele singular. É uma grande oportunidade que a gente tá tendo através da exposição no MAR de ter acesso a um mundo que a gente só vê nos jornais, nas televisões, de uma maneira estigmatizada e aqui a gente tem acesso através de um olhar sensível, crítico e criador de um artista que viveu neste mundo. Ele viveu o mundo da periferia e o mundo do tráfico, e ele se tornou artista ao longo da vida sendo também traficante. Ele fez da obra dele um lugar de uma enunciação sobre as estruturas sociais, econômicas, políticas e culturais dos morros e em especial do universo do tráfico. O que não significa apenas uma apologia ao tráfico, mas uma crítica ao sistema que faz com que jovens como ele, não tenham tido outras oportunidades na vida que não se envolver no tráfico de drogas”, afirma Clarissa Diniz, uma das curadoras da exposição.
A exposição reúne mais de 50 obras, entre pinturas e esculturas. No repertório visual e temático do artista se destacam personagens do seu dia a dia, o cotidiano periférico, a paisagem carioca, a vida no cárcere, além do seu contato com a religião. Uma das curiosidades da exposição é que o título “O DONO DO MAR” vem de uma obra onde Primo escreveu essa frase, trazendo mais significado para a mostra. Apresentar a produção de Primo da Cruz faz parte da política curatorial do Museu de Arte do Rio de não fazer distinção entre artistas já consagrados e artistas até então desconhecidos do grande público.
"Primo, um artista negro, criado em uma das maiores favelas da América Latina, a Rocinha, traz, para o MAR, a realidade direta pela qual muitas e muitos jovens negras e negros atravessam e prosperam. Assim imaginamos essa exposição”, revela Marcelo Campos, Curador-Chefe do MAR.
Serviço:
Museu de Arte do Rio – MAR
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro
Horário de funcionamento: De Terça-feira a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Ingressos: 20 reais (inteira) e 10 reais (meia-entrada). Terças-feiras gratuitas
Até 13 de Abril de 2025