Ayrton Senna celebra vitória em 1991: o brasileiro teve números impressionantes na sua carreira (Norio Koike/Divulgacao)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 19h32.
No dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna morreu ao volante de um carro de Fórmula 1, no circuito de Imola. Vinte anos depois, os fãs de automobilismo continuam reverenciado o piloto talentoso que virou ícone do esporte mundial.
O brasileiro, tricampeão mundial de F1, sofreu um acidente fatal na curva Tamborello. Sua Williams-Renault bateu contra o muro e o capacete amarelo do piloto ficou de lado, imóvel, durante longos segundos.
Vinte anos depois do drama, a emoção está à altura da lenda deste homem fora de série, do seu talento na pista e da sua determinação implacável. O nome dele era Ayrton Senna da Silva, nascido em 21 março de 1960 em São Paulo.
É difícil resumir a vida de um campeão com estatísticas, mas o fato é que o brasileiro teve números impressionantes na sua carreira.
Em 161 Grande Prêmios disputados de 1984 a 1994, conquistou 65 pole positions, 41 vitórias, subiu 80 vezes ao pódio e completou cerca de 3.000 voltas na liderança, além de ter se sagrado três vezes campeão mundial, em 1988, 1990 e 1991.
Em dez anos na F1, despontou logo no início da sua carreira, com as escuderias Toleman e Lotus e chegou ao auge na McLaren, onde protagonizou uma rivalidade acirrada com o francês Alain Prost.
Houve corridas eletrizantes, vitórias heroicas, decepções, insultos... Todos os ingredientes para uma carreira que entrou para a história.
Fim de semana trágico em Imola
A trajetória de Senna começou a tomar contornos mais tumultuados com a decisão de trocar a McLaren pela Williams em 1994.
Ayrton continuava voando nos treinos classificatórios, conquistando três pole positions nos três primeiros GPs da temporada, mas sem concretizar a vantagem em corrida.
O brasileiro rodou em Interlagos, chocou-se com outro carro no Japão e acabou sofrendo o acidente fatal em Imola, no fim de semana mais trágico da história da F1.
No sábado, o austríaco Roland Ratzenberger, que disputava sua primeira temporada na modalidade com a Simtek, morreu durante o treino classificatório, deixando o mundo do automobilismo em estado de choque.
O próprio Senna mostrou-se muito afetado com morte do colega. O brasileiro nunca escondeu sua preocupação com a segurança dos pilotos. Sua personalidade era enigmática, uma mistura de modéstia com orgulho, com agressividade total na pista e sensibilidade no paddock.
Um busto em Imola
Vinte anos depois da sua morte, Senna é ainda mais lembrado pelas suas qualidades como homem do que pelo seu imenso talento como piloto.
Todos se lembram do seu sorriso, das suas brincadeiras, de tudo que fez dele o líder carismático da F1 durante uma década e um novo herói para o Brasil, que vivia tempos difíceis, tanto no esporte quanto na economia e na política.
O ídolo escreveu algumas das páginas mais bonitas da história do automobilismo, lembradas em milhares de fotos e vídeos. Senna foi tema de livros, documentários, e até de quadrinhos.
Nesta quinta-feira, em Imola, que não recebe corridas de F1 desde 2006, será inaugurado um busto do piloto, dando início a quatro dias de comemoração no autódromo italiano.
Também está sendo esperada uma chuva de homenagens nas redes sociais, que não existiam quando o brasileiro voava nas pistas.
No dia 1º de maio, todos os fãs voltarão a sentir na flor da pele a emoção a tragédia de vinte anos atrás. Afinal, a maioria dos brasileiros se lembra exatamente onde estava e o que estava fazendo quando soube da morte do ídolo.