10 curiosidades sobre a relojoaria Omega
Marca alcançou status de rock-star entre colecionadores e entusiastas em todos os lugares
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 11h09.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h57.
Em 1848, Louis Brandt fundou a companhia que viria a ser Omega em La Chaux-de-Fonds, na suíça. No ano de 1877, seus filhos Louis-Paul e César se uniram a ele e a companhia passou a se chamar Louis Brandt & Fils. Em 1894, a marca produziu um novo movimento que se afirmou como um grande sucesso mundial, por conta de sua precisão e facilidade de reparos. Ele ficou conhecido como calibre Omega, e seu sucesso foi tanto que em 1903, o nome da companhia foi mudado para Louis Brandt & Frére – Omega Watch Co. E então surgiu o nome Omega.
Durante os séculos XIX e XX, antes do quartzo e do GPS, nações e indústrias dependiam da precisão de relógios mecânicos. Para encorajar melhorias neste campo, foram realizados testes no Observatório de Genebra. Esta maratona testava relógios dos mais diversos tipos por longos períodos. Os vencedores venciam uma publicidade substancial e direito de glória. As mais importantes marcas de relógio se degladiavam nesta verdadeira Copa do Mundo da relojoaria. A Omega conseguiu um sucesso tremendo nestes testes e conquistou diversos recordes mundiais. Nos testes realizados em 1931, a marca venceu em todas as seis categorias. Neste mesmo ano a companhia adotou o slogan “Omega – Exact time for live”, “Omega – O tempo exato para a vida”. Não era um exagero, mas um crédito apoiado por décadas de bons resultados obtidos no Observatório.
O líder da primeira expedição que alcançou o Polo Norte por uma rota terrestre foi Ralph Plaisted. Pilotando motos de neve e armado com Omega Speedmasters e sextantes, o time chegou ao Polo Norte depois de 43 dias de estrada, em 19 de abril de 1968. De três equipes, foi a de Plaisted que recebeu a confirmação independente de que havia alcançado o local, quando o avião da Força Aérea Americana C-135 voou sobre o ponto e confirmou sua localização. Entre nomes como Robert Peary e Frederick Cook, hoje, é Ralph Plaisted reconhecido por muitos historiadores a ser o primeiro a chegar lá. Em outro extremo, em fevereiro de 1990, Arved Fuchs e Reinhold Messner completaram o que alguns chamavam de “última viagem terrestre possível na Terra”. Eles cruzaram a Antártida à pé. A jornada de 2.800 km levou 92 dias. Eles enfrentaram temperaturas de -40°C e ventos que chegavam a quase 150 km/h. Quem acompanhou Messner durante a jornada foi um Omega Speedmaster.
No outono de 1962, um grupo de astronautas que incluía Walter Schirra e Leroy “Gordo” Cooper entraram em uma loja de relógios em Houston, no Texas, em busca de um modelo para ser usado no Projeto Mercury, primeiro projeto de exploração espacial da NASA. Eles saíram carregando Omegas Speedmasters. Foi assim que começou a relação da marca com o Espaço. No final do programa, no ano seguinte, astronautas se aproximaram do Diretor de Operações da NASA Deke Slayton e perguntaram se poderiam usar relógios em voos e treinos. O timing foi perfeito. Nesta época, a NASA tinha acabado de contratar uma equipe que realizaria testes e certificação em produtos que poderiam ser usados por astronautas. A agência espacial americana testou, então, modelos Omega, Rolex e Longines-Wittnauer. As provas eram brutais, feitas para verificar os relógios até sua destruição. Em 01 de março de 1965 um vencedor foi selecionado e certificou Speedmaster, de referência ST105.003 como “qualificado para todas as missões espaciais tripuladas”. Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong saiu do módulo Eagle para ser o primeiro ser humano a pisar em outro mundo. “Mas ele não usava seu Omega”, afirma Buzz Aldrin, que estava na missão em sua visita recente ao Brasil, durante um almoço com jornalistas. Seu relógio ficou dentra de Eagle porque o relógio de bordo da aeronave não estava funcionando. Mas poucos minutos depois, Buzz Aldrin pesou na lua vestindo seu relógio. E, então, Omega Speedmaster Professional se tornou o primeiro relógio a ser vestido na Lua.
A linha Seamaster foi lançada pela Omega em 1948 para celebrar o centésimo aniversário da marca. Isso faz com que este modelo seja o mais antigo da atual coleção, que inclui Speedmaster, Constellation e De Ville. O modelo foi feito com inspiração nos modelos que a Omega produziu para os militares britânicos no final da Segunda Guerra Mundial. Em 1957, a Omega lançou a linha profissional Seamaster com o lançamento do modelo Seamaster 300. A equipe de Jacques Cousteau usava este modelo durante seus experimentos no Mar Vermelho, na expedição “Precontinent II”, que pretendia provar que mergulhadores poderiam viver submersos em um ambiente com gás saturado por um longo período sem sofrer com efeitos adversos. Algumas outras unidades militares, como o Serviço Especial de Embarcações Britânico, também escolheram Seamaster 300 como relógio oficial. Como mergulhadores costumam, cada vez mais, trabalhar em maiores profundidades, a Omega começou a trabalhar em seu famoso PloProf (PLOngeur PROFessionel, ou “mergulhador profissional”) Seamaster 600, lançado para o público em 1970, após quatro anos de testes e pesquisas. Durante o processo de pesquisa e desenvolvimento, a Omega o testou em 600 metros em sua fábrica e a mil metros de profundidade na costa de Marselha. Em setembro do mesmo ano, três mergulhadores da empresa COMEX vestiram PloProf por oito dias e realizaram suas atividades na água por horas seguidas, todos os dias, a 250 metros de profundidade. Os mergulhadores da equipe de Cousteau também usaram seus modelos na costa de Marselha em um experimento em profundidades que chegam a 500 metros. A partir deste dia, Seamaster virou sinônimo de mergulho profissional.
O primeiro cronógrafo da marca foi produzido em 1898 e, em apenas 10 anos, o instrumento era usado para medir tempos em 16 competições esportivas. Depois de vencer o primeiro lugar em seis categorias do Observatório de Genebra, o Comitê Internacional Olímpico nomeou a Omega como a cronometrista oficial dos jogos olímpicos de 1932, em Los Angeles. Era a primeira vez que a marcação do tempo era dada para uma empresa. Omgega forneceu, então, 30 cronógrafos de alta precisão, que eram capazes de medir um décimo de segundo. Todos eles foram certificados pelo Observatório, assim como o Laboratório Nacional de Física, nos Estados Unidos. Mesmo os avançados marcadores de tempo da Omega não eliminaram as controvérsias olímpicas. Em cinco corridas diferentes, o campeão e o vice foram registrados com o mesmo tempo. A mais famosa polêmica envolveu a corrida de 100 metros, no duelo Ralph Metcalfe e Thomas Edward “Eddie” Tolan. Para os espectadores, parecia que Metcalfe e cronômetros oficiais gravou três vezes 10,3 segundos para ele e duas vezes 10,3 e uma 10,4 para Eddie. No entanto, Eddie foi consagrado vencedor graças à inserção de sistema fotográfico. Uma câmera filmou o final de cada corrida e foi usada para registrar o tempo a cerca de um centésimo de segundo. As regras da época afirmavam que o vencedor seria o primeiro a cruzar o torso na linha de chegada, não o que a alcançou primeiro. Depois de assistir ao filme, os juízes deram o prêmio a Eddie Tolan, que cruzou a linha completamente cinco centésimos de segundo antes de Metcalfe. Este episódio foi um presságio sobre a necessidade de temporizadores ainda mais precisos e melhores métodos de determinação de vencedores. A Omega afirma que, hoje, cronometrar Olimpíadas requer centenas de profissionais cronometristas e tratadores de dados, apoiados por até mil voluntários locais especialmente treinados, com cerca de 400 toneladas de equipamentos, que incluem placares, muitos quilômetros de cabos e fibras ópticas , além de tecnologia de ponta em cronometria desenvolvida pela Omega e adaptada para cada esporte.
Ao longo dos anos, o agente secreto mais famoso do cinema já vestiu diversas marcas de relógio. Mas hoje em dia nenhuma outra é melhor associada a ele do que Omega. O ano de 1995 marcou dois primeiros” na história de 007. O filme GoldenEye foi estrelado por um novo agente, Pierce Brosnan, e o relógio Omega Seamaster estreou em seu pulso. Desde então, Bond vestiu Omega em “O amanhã nunca morre”, “O mundo não é o bastante”, “Um novo dia para morrer”, “Casino Royale”, “Quantum of Solace” e “Skyfall”. Quanto se trata em cifras alcançadas por leilões, Omega Seamaster Planet Ocean está nos dois primeiros lugares. O primeiro, usado em Casino Royale, foi vendido por 250.250 Francos Suíços, mais de R$ 650 mil em valores de hoje. O segundo lugar é de um Planet Ocean usado na gravação de Skyfall, leiloado em um evento especial para os 50 anos de 007, no ano de 2012. Foram 236.473 Francos Suíços, ou R$ 616 mil. Foram muitos outros filmes, não apenas da franquia 007, que a Omega aparece. Mas uma das aparições mais importantes da marca foi no filme Apollo 13, em que retrata com precisão os astronautas vestindo seus Speedmasters. Por conta de um problema na aeronave, o filme relata o papel fundamental do relógio em substituição a um temporizador quebrado.
Embaixadores e amigos da marca de lado, a relojoaria já se provou como favorita de muitas celebridades e líderes. Mikhail Gorbachev era frequentemente fotografado com seu Constellation Manhattan de ouro. Além dele, o papa João Paulo II vestia um De Ville classic. Elvis Presley foi fotografado usando um Omega. Buddy Holly vestia um Omega ultra fino quando seu avião caiu, em fevereiro de 1959. Ringo Starr vestia um Omega enquanto se apresentava com os Beatles. Um dos donos mais famosos de um Omega foi John F. Kennedy, que vestia um quando assumiu a presidência em 1961. Ele ganhou este relógio d eum amigo antes das eleições. O verso do relógio continha a inscrição “President of the United States John F. Kennedy from his friend Grant”, “Presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, de seu amigo Grant”. Hoje em dia o relógio está exposto no museu da Omega.
Como vimos, desde seus primeiros dias, a relojoaria tem perseguido a alta precisão de cronometragem. Um dos objetivos primordiais dessa área é a baixa fricção do escapamento do relógio. Então, não é uma surpresa que, quando o renomado relojoeiro inglês George Daniels desenvolveu seu agora famoso escapamento co-axial, a Omega assumiu o desafio de colocá-lo em uma produção de larga escala. Esses esforços culminaram no lançamento do calibre Omega co-axial 2500, em 1999. A marca, então, ficou conhecida como a primeira a lançar um novo escapamento para um relógio em 250 anos. Em 2007, a marca lançou seu calibre proprietário 8500, com o escapamento de baixa fricção, eficiência mecânica e alto desempenho de cronometragem. O escapamento é usado em conjunto com um equilíbrio de livre rotação, o preferido para movimentos de relógios finos. A confiança é tanta do escapamento que todos os relógios contam com certificação COSC e vêm com quatro anos de garantia.
Em 2013, a Omega anunciou a criação do primeiro movimento resistente a campos magnéticos de até 15 mil gauss, excedendo, de longe, qualquer resistência magnética que qualquer outro relógio tenha conseguido antes. Muitos relógios com esta característica possuem caixas internas feitas de ferro, que distribui o magnetismo de uma forma que não afeta o movimento. Mas a abordagem da relojoaria foi a criação de peças-chave do movimento com componentes não-ferrosos, que elimina a necessidade de uma caixa interna e proporciona uma resistência ainda maior ao magnetismo. A abordagem da Omega tem a vantagem adicional de permitir que uma janela de data seja posicionada no mostrador. O mesmo para uma exibição no verso da caixa. Características que não são possíveis em relógios revestidos com ferro.
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