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Wall Street volta a brigar por talentos

No último trimestre, contratações do setor financeiro nova iorquino apresentaram o maior crescimento em dois anos; Brasil segue tendência

Com aumento da demanda, salários no mercado financeiro americano podem crescer até 40% (./Reuters)

Com aumento da demanda, salários no mercado financeiro americano podem crescer até 40% (./Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 5 de julho de 2010 às 11h11.

São Paulo -- As empresas ligadas ao setor financeiro da cidade de Nova York, Estados Unidos, voltaram a recrutar mais no último trimestre.

É o que indicam as estatísticas divulgadas pelo Departamento de Trabalho do Estado de Nova York. De acordo com a instituição, do fim de fevereiro até maio, as companhias que prestam serviços financeiros contrataram 6.800 novos profissionais. Ao todo, existiam 429 mil pessoas empregadas na área em maio.

Esse é o maior crescimento do setor em dois anos. De acordo com especialistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, as novas contratações se devem ao fato de que os grandes bancos estão restabelecendo os cargos cortados durante a crise financeira.

O crescimento da demanda por novos profissionais também é fruto da onda de investimentos das empresas ligadas ao setor em áreas estratégicas como derivativos de ações e commodities.

A expectativa é de que a guerra por talentos se intensifique no setor. E isso, de acordo com os analistas, pode render aumento de salário para alguns cargos. Estima-se que as remunerações cresçam de 30% a 40% em 2010 com relação aos salários oferecidos no ano passado para algumas áreas.

O Brasil segue a mesma tendência. De acordo com pesquisa da Robert Half, o setor financeiro no país é o que mais deve contratar no mundo até dezembro. Quase a metade das instituições financeiras no país declararam que pretendem recrutar novos profissionais no período.

"Quando você está em crise a oferta de profissionais é maior que a demanda por posições. Então, as empresas acabam contratando profissionais mais qualificados", afirma Fábio Saad, da Robert Half. "Com o mercado aquecido, as instituições aumentam os salários para reter os talentos".

A expectativa é de que, no Brasil, os salários nas instituições financeiras tenham reajuste de até 30%.

Leia mais: Executivos de bancos no Brasil ganham até 30% mais do que no exterior

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