Especialista em RH explica como os profissionais podem tomar a iniciativa no próprio crescimento.
Redator na Exame
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 12h30.
Amy Lentz, chefe de recursos humanos da Toms Shoes, entende bem os desafios e as limitações dos departamentos de RH. À frente da área há quatro anos, ela trabalha com recrutamento, onboarding e planejamento de sucessão, além de compartilhar conteúdos sobre o tema em seu projeto, Hack Your HR. Em suas redes sociais, Lentz busca esclarecer o papel do RH nas empresas, incentivando os profissionais a entenderem que, embora o RH possa oferecer suporte, ele não resolve tudo. As informações são da Business Insider.
Uma das maiores falhas de compreensão sobre o RH é achar que ele é o responsável por decidir promoções e aumentos salariais. Muitas pessoas recorrem ao RH pensando que ele pode intervir diretamente nesses casos, mas, como explica Lentz, o RH raramente possui poder de decisão final. O papel do RH é recomendar, com base em políticas internas, práticas legais e regras de remuneração, mas quem geralmente decide são lideranças executivas ou o setor financeiro.
Portanto, caso seu gerente tenha negado uma promoção ou aumento, é improvável que recorrer ao RH mude a situação. O RH pode, no máximo, apresentar sugestões, mas o poder de decisão normalmente está nas mãos de outros setores. Para evitar expectativas irrealistas, Lentz sugere uma comunicação direta com seu gerente sobre metas e critérios de crescimento.
O desejo de crescimento é natural, mas cabe ao próprio funcionário buscar as condições para isso. O RH pode apoiar o desenvolvimento profissional e fornecer recursos, mas nem sempre haverá oportunidades imediatas. A especialista explica que a prioridade do RH é atender às necessidades estratégicas da empresa e que o crescimento individual precisa estar alinhado a esses objetivos.
Lentz orienta que os profissionais tomem a iniciativa e levem seus interesses para o gestor, especialmente durante as avaliações de desempenho. Se a empresa passa por dificuldades financeiras, se há congelamento de contratações ou se o desempenho precisa melhorar, é provável que o momento não seja adequado para solicitar uma promoção. O RH pode e deve ser transparente sobre essas limitações, mas o impulso inicial deve partir do próprio profissional.
Lentz destaca que a expectativa de muitos profissionais de que o RH ou o gestor trará oportunidades diretamente ao funcionário é uma visão passiva que dificulta o crescimento. O RH pode apoiar no que for possível, mas é o próprio colaborador que deve estabelecer objetivos claros e vocalizar suas metas de carreira.
Ela recomenda que, ao ingressar em uma nova empresa, o funcionário faça uma conversa informativa com o RH para entender os recursos disponíveis para desenvolvimento e o processo de avaliação de desempenho. Buscar mentores, programas de crescimento e se familiarizar com as ferramentas de desenvolvimento oferecidas são passos importantes para estruturar um plano de carreira. Lentz enfatiza que aqueles que traçam e comunicam seus planos de crescimento têm mais chances de prosperar.