Carreira

Trabalho híbrido e home office dão mais espaço para o nomadismo digital

Bem-estar e flexibilidade são atrativos deste estilo de trabalho

Home office: segundo dados disponíveis na plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Pnad Covid, há 7,9 milhões de brasileiros trabalhando remotamente (SophonK/Getty Images)

Home office: segundo dados disponíveis na plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Pnad Covid, há 7,9 milhões de brasileiros trabalhando remotamente (SophonK/Getty Images)

Viajar quando e para onde quiser era um sonho de inúmeras pessoas, e com o aumento da adesão do teletrabalho, do modelo híbrido e do home office fez com que o nomadismo digital ganhasse mais adeptos e fosse possível trabalhar enquanto viaja. Segundo dados disponíveis na plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Pnad Covid, há 7,9 milhões de brasileiros trabalhando remotamente.

Esse movimento não é uma novidade da pandemia, mas ele ganhou impulso com o distanciamento social e a fuga das pessoas para sítios, praias e casas no campo, porém, isso deve se reafirmar ainda mais com as fronteiras abertas entre os países e após a aplicação da vacina.

“Os chamados nômades digitais não precisam, necessariamente, ter carteira assinada. Pelo contrário, muitos deles são autônomos e conseguem trabalhar para mais de uma empresa simultaneamente, basta apenas um computador e uma boa conexão com a internet. Esse estilo de vida tem chamado a atenção das pessoas, porque permite flexibilidade e bem-estar, inclusive, muitos desses profissionais ainda conseguem trabalhar com a passion economy, ou seja, eles transformam suas paixões e habilidades em negócio”, avalia Rafael Carvalho, COO da HeroSpark, solução para empreendedores digitais.

Entre os benefícios de ser um nômade digital estão: não ter habitação fixa, poder viajar em qualquer período do ano e usufruir melhor de promoções, experimentar novas culturas sem abdicar da carreira, liberdade, mobilidade, flexibilidade, satisfação,  conectividade, realização pessoal e profissional, entre outros.

Além do fator pandêmico, esse movimento também foi desencadeado com o aumento do número de profissões que precisam apenas de uma boa conexão com a internet. De acordo com o levantamento realizado pelo LinkedIn sobre as profissões em alta aparecem cargos de tecnologia e, na sexta posição, profissionais autônomos de conteúdo digital. Segundo a rede social, esse setor teve uma alta de 74% em contratações em 2020.

Outra categoria que também alavancou e que se encaixa ao perfil de um nômade é o de marketing digital, que aparece na 7ª posição. Essa é uma carreira que anda ao lado da produção de conteúdo e da tecnologia e foi impulsionado pelo aumento do consumo de conteúdos online no ano passado. “Todas as áreas, desde o setor administrativo, até a saúde ou comunicação conseguiram aproveitar o cenário para fazer uma transição para novos canais, como são as redes sociais. Até os pequenos empreendedores buscaram novos canais de comunicação com o seu público e buscaram cursos onlines para desenvolver novas habilidades para se sobressaírem neste momento no mundo virtual”, pontua Carvalho.

A HeroSpark, por exemplo, registrou um aumento de mais de 30% na busca pelo seu serviço no primeiro semestre do ano passado, comparado com o mesmo período de 2019. “Até hoje nós já auxiliamos mais de 1.700 negócios, criamos mais de 200 mil cursos e ultrapassamos a marca de 5 milhões de alunos, esses números devem aumentar ainda mais nos próximos anos com a tendência”, finaliza Carvalho.

A tecnologia, a globalização e a economia compartilhada sustentam também esse movimento. Cada vez mais jornalistas, web designers, escritores, revisores, programadores, analistas de redes sociais e publicitários dependerão menos de um lugar fixo para exercerem sua profissão. Entretanto, outros setores que não precisam necessariamente da internet para trabalhar, começarão a utilizar as redes para divulgarem seus trabalhos e é esse entendimento, junto com o protagonismo do home office e da reflexão sobre o modo de vida imposto por trabalhos formais, que farão que o nomadismo digital cresça ainda mais.

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