Toronto ou Vancouver? Onde estudar no Canadá
Veja quais são as diferenças entre as duas cidades mais procuradas pelos brasileiros que querem fazer cursos no Canadá
Maurício Grego
Publicado em 17 de outubro de 2015 às 06h00.
Última atualização em 5 de janeiro de 2018 às 18h04.
São Paulo - Se você acha que a disparada do dólar norte-americano acabou de vez com o seu sonho de estudar em um país de língua inglesa, talvez você tenha deixado escapar uma opção: o Canadá .
Nos últimos anos, o país se tornou um destino muito procurado por brasileiros que querem aprender ou aperfeiçoar o idioma .
Além de ser uma alternativa mais econômica frente ao real desvalorizado, o Canadá é reconhecido mundialmente por sua receptividade - apesar do frio - e pelos vultosos investimentos em educação.
"Há toda uma infraestrutura para os estudantes. Você tem saúde, segurança, transporte e um respeito muito forte à dignidade das pessoas", afirma Rosa Maria Troes, fundadora da Canadá Intercâmbio, empresa que leva brasileiros para fazer cursos no país.
Outro diferencial apontado por ela está na própria língua: o inglês canadense é muito fácil de entender, o que facilita o aprendizado.
“Enquanto os norte-americanos têm muitos sotaques regionais e os britânicos falam 'mais para dentro', os canadenses têm um inglês mais standard, mais padrão”.
Rivalidade
Apesar de terem em comum as vantagens descritas acima, as duas cidades mais procuradas pelos brasileiros têm estilos de vida tão diferentes (e rivalidades tão semelhantes) quanto São Paulo e Rio de Janeiro.
"Quem vai para Toronto primeiro, costuma preferir Toronto. E quem conhece Vancouver antes, só quer saber de Vancouver", comenta Rosa.
Veja a seguir qual cidade combina mais com o seu perfil.
Vancouver
Com cerca de 600 mil habitantes, Vancouver é ainda o destino mais procurado no Canadá por quem está começando a aprender o idioma.
Por ser menor e voltada para o turismo, a cidade facilita a adaptação de quem é de fora. Por isso, é indicada para quem pretende fazer um curso de curta duração.
“É tudo pertinho e, depois de uma semana, você já se sente em casa”.
O ritmo de vida de Vancouver também é mais interessante para jovens de até 20 anos, que normalmente ainda não têm tanta independência.
“É mais tranquilo. A vida noturna também existe na cidade, mas acaba por volta das 2 horas da manhã”.
As ricas belezas naturais - motivo pelo qual é comparada ao Rio - e o clima mais ameno da cidade contribuem para que ela seja mais aproveitada durante o dia.
A fama de ser chuvosa também perdeu força com as mudanças climáticas dos últimos anos. “Nos últimos tempos, tem chovido bem menos”, conta Rosa.
Toronto
Acelerado e dinâmico, o estilo de Toronto é mais semelhante ao de São Paulo. Com 2,8 milhões de habitantes, a cidade respira cultura e é voltada para os negócios.
“O passo de Toronto é o passo do business. A economia é mais diversificada e as baladas viram a noite”, conta Rosa.
Pelo grande número de universidades, Toronto é mais procurada por pessoas que querem aperfeiçoar o inglês ou fazer cursos especializados. Há mais oportunidades de educação superior do que em Vancouver.
As características de cidade grande também fazem o destino ser mais indicado para viagens longas.
Há milhares de restaurantes, festivais e eventos culturais. “Lá dá para fazer atividades diferentes por meses”, afirma Rosa.
O ritmo e a dimensão de Toronto também preocupam mais os pais de adolescentes. Assim, a cidade acaba sendo mais procurada por adultos com mais de 20 anos.
Se você gosta de frio, o inverno em Toronto também pode ser uma boa opção. Diferentemente de Vancouver, a cidade está preparada para temperaturas de -40°C e muita neve. “Você experimenta melhor o frio lá. Quando neva em Vancouver, a cidade fica um caos”.
Crise?
Apesar do cenário econômico desfavorável, a procura por cursos de inglês e especialização no Canadá tem aumentado, segundo Rosa. Isso ocorre porque a educação é um investimento seguro em tempos de crise, segundo ela.
“A educação não vai sair de moda nunca. É com ela que nos reinventamos em situações difíceis”, diz.
O resultado do aperto financeiro não é a redução no número de viagens, mas o perfil delas.
Para se sobressair diante da retração do mercado de trabalho, muitas pessoas têm procurado pacotes mais curtos para impactar menos seu orçamento e se concentrado mais na especialização profissional.