Carreira

O tempo ajuda quem investe para se aposentar décadas antes

Se você ainda não tem uma reserva financeira para usar quando parar de trabalhar, pode estar comprometendo sua qualidade de vida lá na frente

Calculadora e números (Darren Shaw/Stock.Xchng)

Calculadora e números (Darren Shaw/Stock.Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 11h56.

São Paulo O brasileiro está ganhando mais. A parcela de trabalhadores com renda familiar acima de 7.475 reais será de quase 15% da população em 2014 — o dobro do percentual de dez anos atrás. Já o conjunto de pessoas com renda familiar de 1.734 a 7.475 reais vai representar 60% dos brasileiros no próximo ano, segundo pesquisa do centro de políticas sociais da Fundação Getulio Vargas.

Em 2004, esse grupo correspondia a 39,7% da população. O aumento da renda possibilitou que mais gente guardasse um dinheirinho, pensando na aposentadoria. Em 2007, 9,1 milhões de trabalhadores tinham um plano de previdência. Em agosto deste ano, o total de brasileiros com pelo menos um plano era de 12,7 milhões, segundo os dados da federação nacional de previdência privada e vida (Fenaprevi).

Corresponde a um aumento de 40%. "O crescimento da renda e da expectativa de vida favorece a adesão aos planos de previdência privada", diz Osvaldo do Nascimento, presidente da Fenaprevi.

Mas 48% dos brasileiros ainda não contribuem com nenhum plano de previdência, seja pública, seja privada, e 41% pagam somente o INSS, de acordo com o indicador serasa experian de educação financeira. os contratos de previdência complementar existentes no país representam cerca de 7% da população. Se você está pensando em entrar para o time de precavidos, quanto mais cedo começar, melhor.

"O tempo trabalha a favor dos que investem pensando no longo prazo. para quem vai contribuir por 15 anos, por exemplo, o valor da contribuição mensal tende a ser mais importante do que os juros sobre juros, já que o prazo é menor. Os juros têm mais peso para os investidores que dispõem de um período maior", diz Silvio Paixão, professor de finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).


Investir 120 reais (com ajustes na parcela de acordo com a infação) durante 15 anos, por exemplo, gera uma reserva acumulada de 95.420 reais ao final do período. Com o mesmo valor, mas no prazo de 30 anos, o montante fnal passará de 470.000 reais. "A disciplina de manter o investimento no longo prazo, ainda que com uma parcela não muito alta, é o segredo", diz a planejadora financeira Tatiana Engelmann.

Mas o tempo de contribuição não trabalha a seu favor se você começar a investir cedo com um valor muito baixo e só aumentar a quantia depois dos 40 anos.

"É preciso manter um patamar de aportes adequado à renda para conseguir se aposentar com pelo menos 80% do que recebe atualmente, somando previdência pública e privada", diz Keyton Pedreira, diretor executivo da seguradora Nunes & Grossi e idealizador do Buscaprev, ferramenta online que permite comparar planos oferecidos pelo mercado.

Para saber quanto aplicar, é preciso subtrair 20 de sua idade — o número final é o percentual dos rendimentos que deve ser investido todo mês em previdência privada, explica Pedreira. Por exemplo, se você tem 30 anos: 30 – 20 = 10. Portanto, para ter um benefício de 50% de seus ganhos atuais, é necessário separar 10% do salário. O restante virá da previdência pública. Se a renda subir, o valor da aplicação ou dos aportes deve acompanhar.

Acompanhe tudo sobre:Edição 186planejamento-financeiro-pessoalPlanos de previdênciaPrevidência privada

Mais de Carreira

Quer trabalhar com marketing digital, mas não sabe por onde começar? Aqui está o caminho

Concurso Público Correios: Edital é divulgado com salário de até R$ 6,8 mil

De pai para filha: A história da judoca Beatriz Souza que lutará pelo pódio nas Olimpíadas 2024

20 frases de despedida para colegas de trabalho

Mais na Exame