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Sexting: mais um vilão para a boa reputação profissional

Entenda a prática que quase acabou com a carreira de um deputado americano e como se prevenir contra isso

Anthony Weiner, deputado norte-americano e praticante do sexting: postou fotos apenas de cueca no Twitter (Getty Images)

Talita Abrantes

Publicado em 9 de junho de 2011 às 10h06.

São Paulo – Mais um escândalo sexual coloca outro político americano na berlinda. Só que agora as provas não são manchas em um vestido. Mas, sim, posts no Twitter.

Essa semana, o deputado democrata Anthony Weiner, finalmente, admitiu ter enviado uma foto de si mesmo usando apenas uma cueca na rede de microblogs.

Mais um que caiu nas artimanhas do sexting. O neologismo (feito da combinação entre as palavras sex e texting) refere-se à prática de enviar imagens com conteúdo sensual ou erótico via celular ou internet.

Comum entre adolescentes (em 2009, falava-se até de que a prática tinha virado uma febre entre menores de 18 anos nos Estados Unidos), o sexting está entrando também no mundo dos adultos. E, com isso, promete manchar alguns bons currículos por aí – e até levar o praticante para a justiça, dependendo do caso e contexto.

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“Em si, praticar o sexting com fotos próprias não é crime quando se trata de um adulto, mas se enviada por um menor caracterizará Ato Infracional”, afirma a advogada Cristina Sleiman, especializada em Direito Digital. O problema é a repercussão que a publicação dessas imagens pode ter para a sua carreira.

O caso de Wainer é emblemático. Apesar de não ter contato físico (como outros escândalos sexuais de políticos americanos), existem provas irrefutáveis do fato. E em algumas delas, ele está quase nu.

“Essas imagens são mais viscerais do que recibos de hotéis”, afirma articulista em matéria do jornal The New York Times referindo-se a outros escândalos do tipo. Talvez por isso, acredita-se que levará um tempo até que os eleitores americanos se esqueçam do fato.

E é a esse ponto que muitos praticantes do sexting não ficam atentos. “O grande risco das redes sociais é a impossibilidade de antever o futuro a médio prazo”, diz André Asseff, diretor de operações da Desix. “É preciso uma racionalização do uso da rede”.

Até existem meios para retirar determinados tipos de conteúdo da internet. Mas nem sempre isso é possível.


“Quando a pessoa for procurar um emprego ou se submeter ao teste de sindicância dos concursos públicos pode ser reprovada por causa disso”, diz Cristina. “Eu mesma não vou a um médico sem antes fazer uma pesquisa sobre ele no Google”.

Cuidados
Não adianta. A regra de ouro para casos desse tipo é bom senso. “A dica é ter cautela com as fotos, com quem está compartilhando e com o meio que vai usar para isso”, diz Cristina.

E nem pensar em praticar sexting no ambiente de trabalho. Recentemente, a funcionária de determinada empresa descarregou fotos íntimas com o namorado no computador da empresa. Um funcionário da área de TI viu as imagens e as compartilhou com outras pessoas da companhia. O caso foi parar na Justiça.

“Boa parte das pessoas não sabe que o uso dos recursos da empresa, mesmo os virtuais, são passíveis de monitoramento da companhia”, afirma Asseff. “Nesse caso, ela errou tanto quanto ele, que compartilhou”.

O cenário se complica quando há a imagem de terceiros e menores em jogo. “O direito à imagem é uma garantia constitucional”, explica Cristina. Isso significa que ninguém pode compartilhar fotos de terceiros sem a devida autorização. Quando isso acontece, a vítima pode entrar com uma ação cível contra a pessoa que publicou as imagens.

Agora, se nas imagens compartilhadas estiverem retratados menores de 18 anos, o ato pode ser considerado como pedofilia. De acordo com Cristina, se um adulto enviar fotos impróprias para menores, os pais do adolescente ou criança podem processá-lo por disseminar conteúdo impróprio para menores.

No caso de Weimar, por enquanto, ficou apenas o mal estar. Ele que é casado e pretende se candidatar à prefeitura de Nova York vai ter que batalhar muito até 2013 para restaurar sua imagem perante os eleitores americanos.

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