Autoconhecimento: programa corporativo faz pessoas repensarem sobre seus rumos (Alistair Berg/Getty Images)
Na onda da transformação digital — que domina o universo corporativo há alguns anos e ficou ainda mais potente com os efeitos da pandemia do novo coronavírus — há um mantra repetido por diversos executivos: as pessoas são importantes.
Em meio à digitalização dos processos, é unânime entre as principais consultorias que as habilidades humanas (como inteligência emocional ou capacidade criativa) serão indispensáveis para o futuro do trabalho.
Neste sentido, o autoconhecimento também ganha destaque, e ações para promover a prática se intensificam nas empresas. Um exemplo é o programa "Potenciar", do grupo Votorantim. Existente desde 2012, a iniciativa ganhou nova abordagem em função da pandemia: os aprendizados da empresa durante a crise serão repassados aos funcionários.
"Temos, basicamente, dois objetivos com o programa: ajudar o funcionário em seu processo de autoconhecimento e prepará-lo para que ele possa gerar impacto social positivo", diz Joyce dos Santos Alves, coach de desenvolvimento de pessoas na Votorantim.
Segundo ela, quem vivencia o processo tem mais engajamento, influencia colegas com os ideais do programa e colabora mais com a alavancagem dos negócios, contribuindo nas reuniões e fazendo novas conexões.
Alves explica que o 'Potenciar' tem duração de um ano, mas ocorre, principalmente, em quatro semanas intensivas. Cada uma das semanas tem um tema: #eu, #nós, #todos, #integração. A ideia é vivenciar situações relacionadas aos temas e trocar experiências com os participantes sobre as reflexões e as possibilidades de gerar impacto.
O histórico do programa mostra que, por vezes, a transformação é profunda. "Há funcionários que identificam seus propósitos, refletem sobre a carreira e decidem seguir outro rumo", diz Alves, em referência a funcionários que deixaram a Votorantim após concluir o 'Potenciar'.
Sem previsão para retorno ao escritório, a empresa enxerga no programa uma oportunidade de trabalhar novas vertentes, como o trabalho remoto, o relacionamento à distância e a inteligência emocional durante o confinamento. "Nos tempos de pandemia, queremos estar mais presentes do que estávamos no formato presencial", diz Alves.