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Por que 70% dos profissionais com emprego fixo estão dispostos a trabalhar como freelancers

Pesquisa conduzida com 1.050 profissionais mostra que 74% passaram a ver o formato como uma opção viável na pandemia

 (foto/Thinkstock)

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Karina Souza

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 08h30.

Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 16h18.

A pandemia mudou radicalmente a forma como grande parte dos profissionais trabalha – e, é claro, obrigou certa parte deles a trabalhar de casa. Dados divulgados pelo Ipea em setembro mostravam que 11,7% dos brasileiros estavam em home office, um potencial que foi projetado em 22,7% das ocupações no país em junho do mesmo ano. Com a migração do emprego fixo para dentro de casa, grande parte dos profissionais percebeu que poderia acumular mais um trabalho como freelancer, segundo a Fiverr, plataforma que conecta empresas a esses profissionais autônomos.

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De acordo com o estudo, conduzido com 1.050 profissionais em diferentes países, 70% dos que têm emprego fixo estão propensos a assumir trabalhos como freelancer em 2021. Para 84% deles, a motivação surgiu com o início da pandemia.

Mas, afinal, por que os profissionais buscam fazer isso? Entre os entrevistados, 57% afirmaram que a flexibilidade proporcionada pelo home office contribuiu para que quisessem atuar como freelancers. Já 43% disseram que estão mais abertos porque querem tentar algo novo e 39% disseram que estão mais propensos porque têm mais tempo disponível.

“A pandemia fez com que as pessoas procurassem formas alternativas de exercerem suas atividades. Para aqueles que estavam acostumados a trabalhar em um formato mais tradicional, a adesão forçada ao home office acabou funcionando como uma experiência que mostrou que é possível unir flexibilidade e produtividade. É muito natural que os profissionais queiram manter os aspectos mais positivos desta vivência daqui para frente, o que acaba contribuindo para que muitos se direcionem para o mercado freelancer”, explica Peggy De Lange, VP de Expansão Internacional da Fiverr.

Economia e necessidade de satisfação

Em países como o Brasil – nos quais o desemprego bate recorde, segundo os dados divulgados em dezembro pelo IBGE – fica difícil ignorar o efeito econômico como mais um ponto pelo qual os profissionais estão dispostos a acumular funções.

Ainda de acordo com a pesquisa, 30% dos entrevistados que declararam estar abertos ao trabalho freelancer querem procurar uma alternativa de trabalho; 26% querem compensar a redução de salário e 3% optaram por estarem desempregados.

Quase metade dos profissionais entrevistados afirma que as chances de procurar um novo emprego aumentou em 2020. As razões apontadas para isso foram a busca por satisfação no trabalho (42%), flexibilidade de horário (41%) e experiência em novos setores (35%).

A busca por empreender fica em último lugar, sendo apontada por 25% dos entrevistados. Entre os não freelancers, 41% querem empregos que tenham horários mais flexíveis, índice que é de 39% entre os autônomos.

Oportunidades x desafios

Ao mesmo tempo em que o home office trouxe oportunidades, também trouxe empecilhos notados pelos profissionais. E, quando lazer e trabalho ficam confinados no mesmo lugar, fica difícil não notar a dificuldade de separar ambos os momentos, aspecto campeão em menções pelos entrevistados (42%).

Em seguida, o amplo volume de distrações em casa (40%) e a dificuldade em manter uma rotina regular (26%) foram mencionados. Apesar de essenciais, a internet e a falta de um espaço dedicado para o trabalho foram percebidos como desafios menores para os profissionais (18% e 19%, respectivamente).

Ao mesmo tempo em que trabalhar da cama pode ser ótimo, é necessário ter cuidado. O principal argumento contra o uso de dispositivos na cama é que isso pode estreitar ainda mais as fronteiras entre o trabalho e a casa, além de interromper seu ciclo de sono.

Para os defensores da cultura da "mesa de trabalho", não dá para ser produtivo na cama. A escritora Susan Orlean, por exemplo disse à revista “The New Republic” em 2013: “Não conheço ninguém que trabalhe encostado, mas conheço muita gente que trabalha na cama (meu marido, por exemplo). Acho que todos eles são um bando de preguiçosos se deteriorando rapidamente. Ou talvez eles sejam muito mais felizes (e mais inteligentes) do que os outros.”

Aparentemente, grande parte dos profissionais ainda compra essa ideia. Para melhorar a experiência do home office, 68% investiram no ambiente doméstico e, em 2020, eles gastaram em média R$ 1050,00 para aperfeiçoar seus espaços de trabalho em casa.

 

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