Carreira

Os primeiros empregos (bem) inusitados de 5 executivos poderosos

O caminho do sucesso nem sempre é óbvio, como provam Elon Musk, Jack Welch, Marissa Mayer, Jim Skinner e Richard Branson

Elon Musk: ele limpava a sala de caldeiras de uma madeireira (Bill Pugliano/Getty Images)

Elon Musk: ele limpava a sala de caldeiras de uma madeireira (Bill Pugliano/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2017 às 09h33.

Última atualização em 10 de março de 2017 às 15h16.

Começar a carreira profissional não é fácil, mas é preciso começar de algum jeito. E a boa notícia é que experiências valiosas podem vir de qualquer lugar, seja a chapa do McDonald’s ou uma sala de caldeiras – e estes são apenas dois exemplos de primeiros empregos inusitados de grandes executivos contemporâneos.

A lição oferecida por gente como Jack Welch, Elon Musk, Marissa Mayer, Richard Branson e Jim Skinner, que juntos representam centenas de bilhões de dólares em seus próprios grupos ou comandando grandes empresas, é simples: não importa onde estiver ou por qual motivo, dê seu melhor e boas coisas virão.

Confira abaixo um pouco mais sobre cada uma dessas experiências e inspire-se.

Jack Welch

Sempre precoce, Jack Welch, que foi por anos CEO da General Electric e é considerado um dos maiores executivos dos Estados Unidos, começou a trabalhar aos oito anos de idade.

O emprego foi o mesmo por uma década: caddie, os auxiliares de jogadores de golfe que andam pelo campo carregando os tacos.

“Eu carregava uma única bolsa quando era pequeno e ascendi até carregar uma em cada ombro”, escreveu. “Ser caddie foi o melhor aprendizado que já tive. Presenciei cada aspecto do comportamento humano.”

Entre péssimas experiências com jogadores que trapaceavam havia os clientes generosos, tanto de espírito quanto financeiramente. “Isso causou uma impressão duradoura em mim e tentei, ao longo de minha, ser mais generoso com aqueles que tinham menos que eu.”

Aos 18, ele deixou o emprego após um membro do clube, um homem com fama de difícil, exigir que buscasse uma bola na água. Welch se recusou e, num acesso de fúria, jogou os tacos do jogador na água e ele que fosse buscar tudo – e depois saiu correndo.

“Não tenho certeza do que aconteceu comigo”, escreveu. “Fui demitido, claro. E foi o fim da minha carreira como caddie.”

Elon Musk

Pouco antes de fazer 18 anos, Elon Musk, fundador e CEO da Tesla e da SpaceX e cofundador do PayPal, se mudou da África do Sul para o Canadá.

Após um ano no país, ele começou a trabalhar limpando a sala de caldeiras de uma madeireira. Vestindo um macacão com capuz para evitar materiais perigosos, ele entrava nas caldeiras com uma pá e retirava manualmente os resíduos fumegantes.

“Não havia como escapar de lá e, se você ficasse lá mais de trinta minutos, ficava quente demais e morria”, disse. Das trinta pessoas que começaram naquela primeira semana, só três ficaram no final – incluindo Musk.

Hoje um dos empresários mais inovadores do mundo, ele também é conhecido pelo faro para negócios promissores – neste outro texto você confere suas 12 lições sobre investimentos.

Richard Branson

Empreendedor serial nato, Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, iniciou sua carreira aos 11 anos. Em parceria com o melhor amigo, começou um criadouro de periquitos durante as férias.

“Enxergamos uma lacuna no mercado para vendê-los porque eram muito populares com as crianças na escola”, lembrou ele. O negócio deu certo, mas não tanto. “Eles se multiplicaram mais rápido do que conseguíamos vendê-los.”

Quando chegou a hora de voltar às aulas – as crianças, inclusive Branson, deixavam a cidade –, ele deixou um monte de pássaros pela casa. Sua mãe, que ele credita como sua maior inspiração de empreendedorismo, soltou todos que sobraram.

A primeira empreitada financeiramente bem sucedida, a revista “Student”, veio meros sete anos depois.

E aos 20 e poucos, começou seu império de negócios de verdade, vendendo discos por encomenda. Logo lançou a gravadora Virgin Records – e nunca mais parou.

“Não comecei negócios para fazer dinheiro. Cada produto e serviço Virgin tornou-se realidade para fazer uma diferença positiva na vida das pessoas”, escreveu. “E ao focar na felicidade dos clientes, conseguimos construir um grupo bem-sucedido de empresas. O fato é que, se você fizer o bem e se divertir, o dinheiro virá.”

Marissa Mayer

Hoje presidente e CEO do Yahoo (embora o cargo atualmente seja de transição, enquanto a venda da empresa para a Verizon termina) Marissa Mayer começou como caixa de supermercado, aos 16 anos.

“Aprendi que a velocidade importa – eles mediam nossa taxa de itens por minuto e o único jeito de poder trabalhar no checkout expresso era cobrando 40 itens por minuto consistentemente durante um turno de oito horas”, contou.

Mayer observou na prática conceitos que estudaria mais tarde, como custo-benefício e outros traços comportamentais. Tais conhecimentos, aliados à prática profissional, a levariam a ser vice-presidente de serviços locais e geográficos do Google e uma das executivas mais bem pagas do Vale do Silício.

Ela também criou um hábito de caixa importante nos EUA, que, ao contrário das coloridas notas brasileiras, só imprime notas verdes. “Viro todas as notas na minha carteira do mesmo lado porque precisávamos fazer isso para contar no fim do expediente”, continuou. “Ainda hoje me incomodo se uma nota estiver virada para o lado errado.”

Hoje, o sonho do Yahoo (que já foi uma das maiores empresas de tecnologia dom mundo) pode até ter acabado, já que a crise por qual a empresa passava culminou em sua venda para a Verizon e deve envolver inclusive uma mudança de nome. Ainda assim, mesmo dividindo opiniões, Mayer continua sendo um nome bastante poderoso na indústria tecnológica.

Jim Skinner

Entre 2004 e 2012, Jim Skinner foi CEO da maior empresa de serviços alimentícios do mundo, o McDonald’s – e começou quarenta anos antes, virando hambúrgueres na chapa.

O primeiro trabalho de Skinner foi num restaurante da rede na cidade em que morava, no Estado de Iowa, quando ainda estava no ensino médio.

Ao se formar, entrou na Marinha americana, onde passou dez anos e voltou ao fast food como trainee de gerente. “Fiquei feliz que alguém queria me contratar”, disse.

Mesmo sem diploma universitário, galgou os degraus da companhia até chegar à equipe de gerência internacional e, de lá, supervisionou os negócios em mais de cem países até ser convidado para comandar a empresa.

“A primeira coisa que um formando deve fazer hoje é arranjar um emprego”, resumiu em uma entrevista, lembrando que provavelmente não será algo que você ame fazer.

“Mas é preciso começar. É preciso ter vontade de trabalhar. E, naquele trabalho, você deve agregar valor à empresa, ganhar experiência e estar comprometido com a marca. Faça o melhor que pode fazer.”

*Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar

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