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Os passos para conseguir um emprego no Facebook

Confira as etapas e as perguntas mais comuns no processo de seleção da, agora, bilionária empresa de Mark Zuckerberg

Nova sede do Facebook (Reuters)

Nova sede do Facebook (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 13h20.

São Paulo – A empresa criada em um quarto de Harvard por Mark Zuckerberg vale hoje cerca de 100 bilhões de dólares. A abertura do capital do Facebook deixou muita gente rica e recolocou a companhia na lista dos lugares mais desejados para trabalhar.

E não é por acaso. Quem trabalha no escritório da Califórnia tem direito à comida de graça no refeitório, além de acesso à cozinha com “lanches ilimitados”. A academia da empresa também tem as portas abertas para seus funcionários.

Além disso, os funcionários têm direito a quatro meses de licença parental remunerada (nos Estados Unidos, não há uma lei federal que regule licença maternidade ou paternidade), com reembolso de gastos com creche e taxa de adoção. Os novos pais ganham até um bônus, chamado de “grana do bebê”, de quatro mil dólares.

São muitos os benefícios e, apesar do salário não ser abertamente divulgado pela empresa, estima-se que um engenheiro de software ganhe em média 8.500 dólares mensais por lá. Não é pouca coisa, mesmo. Quer trabalhar junto do Zuckerberg? Confira abaixo o processo seletivo do Facebook.

Como entrar em contato com o Mark?

Para o público geral, existem duas maneiras de entrar em contato com o Facebook na busca de emprego, as duas disponíveis através do site da rede social. Na página de “oportunidades de trabalho”, a rede de Zuckerberg mostra todas as vagas existentes, especificando os requisitos e as características do emprego. A partir de lá, é possível preencher alguns dados básicos e fazer upload do seu currículo.

Se você tem interesse em trabalhar com programação, porém, o Facebook tem uma opção de recrutamento menos tradicional. No item “Puzzles”, a rede convida os programadores a um desafio cronometrado. Se seu código passar o teste (que tem de ser feito individualmente e sem consulta), você recebe um telefonema do recrutador do Facebook.

A segunda etapa do processo consiste na entrevista por telefone. Os departamento de Recursos Humanos da empresa liga para pessoas que tenham passado no desafio de programação ou tenham um currículo interessante.



O candidatos selecionados são, então, convidados a uma entrevista presencial. Segundo relato dado por um funcionário do Facebook no site Glassdoor, foram três encontros no escritório em Palo Alto, Califórnia. “Meu conselho é que você tenha confiança em si mesmo e seja o mais honesto possível na entrevista”, escreve o atual engenheiro de software da empresa.

Se contratado, o candidato ainda tem espaço para negociar salários e benefícios. Além de ter a vantagem de fazer parte de uma das empresas mais valiosas da década.

Entrevista de emprego

A entrevista de emprego do Facebook, de acordo com os depoimentos dados ao site Glassdoor, a entrevista é informal e os recrutadores, “jovens e simpáticos”. Confira abaixo quatro perguntas típicas do recrutamento do Facebook e o que eles querem saber com elas:

O que você faria no primeiro dia de trabalho aqui no Facebook?

Segundo especialistas em recrutamento, esta questão quer medir a iniciativa de um profissional. “Uma pergunta dessas separa a pessoa que tem atitude e drive interno daquela que é mais cautelosa ou tem medo”, explica Ricardo Basaglia, diretor da empresa de RH Michael Page.

Do que você sente orgulho?

O objetivo desta questão é entender melhor o candidato – compreender aquilo que ele mais valoriza. “São diversas respostas possíveis. Uma pessoa pode sentir orgulho de uma característica sua, de realizações ou até de outras pessoas, por exemplo”, conta Rodrigo Forte, da EXEC.
Ele ressalta que as pessoas fazem melhor aquilo que valorizam mais: “Se você diz que sente orgulho das coisas que fez, eu posso acreditar que é alguém que gosta de realizar”, completa.

Por que você quer deixar seu emprego atual?

Esta pergunta pode ter objetivos diferentes dependendo do recrutador. Para Basaglia, por exemplo, ela é importante para ver se o candidato tem claro tudo o que ele realizou e o que ainda quer realizar.

O diretor da Michael Page também comenta que é preciso tomar cuidado com vieses extremamente pessoais. “É perigoso dizer que você está saindo porque teve uma briga com seu superior”, diz.

Já Forte busca compreender o que estimula e o que não satisfaz o funcionário. “É importante para saber se ele vai se dar bem na empresa”, justifica.

O recrutador da EXEC afirma que não vê grandes problemas se o candidato responder que houve desentendimentos com o chefe anterior: “Eu quero entender porque ele tinha dificuldade com o antigo gestor, mas claro que se ele disser que os últimos três chefes dele foram ruins, isso levanta algumas dúvidas”, pondera.


O que você faria se um colega seu não estivesse completando sua parte do trabalho?

Como acontece na maioria das questões de recrutamento, não existe uma resposta “certa” para esta pergunta. Elas procuram compreender melhor o candidato e ver se ele se encaixa na empresa.

“Você pode até tentar adivinhar o que o Facebook quer ouvir de um futuro funcionário, mas se mentir, vai se frustrar depois e vai decepcionar seus chefes”, diz Forte.
No caso de uma pergunta dessas, o Facebook quer compreender que tipo de colega você é, entender se você é omisso e se tem tato. Forte explica que o recrutador também quer saber sua capacidade de influência perante o grupo.

“E tudo depende da maneira como a pessoa responde. Se ela disser que conversaria com o gestor da equipe, isso pode indicar que o entrevistado é dedo-duro, ou ele pode ser visto como alguém que veste a camisa da empresa”, explica o diretor da EXEC.

Basaglia concorda: “É preciso tomar cuidado com as emoções, há diversas maneiras de um profissional lidar com essa situação. Mas a leitura tem de ser de negócio, sempre”.

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