Carreira

Minha segunda carreira

Há um ano decidi que ao completar 65 anos de idade iria terminar meu ciclo no Citibank. Comecei, então, a desenvolver um plano de trabalho e também de vida - para minha "segunda carreira". A idéia era que tudo estivesse bem encaminhado quando chegasse o "Dia D": 30 de junho de 2001. O principal desafio […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.

Há um ano decidi que ao completar 65 anos de idade iria terminar meu ciclo no Citibank. Comecei, então, a desenvolver um plano de trabalho e também de vida - para minha "segunda carreira". A idéia era que tudo estivesse bem encaminhado quando chegasse o "Dia D": 30 de junho de 2001. O principal desafio era determinar planos mensais de trabalho sobre minha "segunda carreira", mas que não interferissem nas minhas responsabilidades profissionais como presidente do Citibank no Brasil.

A partir do início deste ano, quando o relógio começou a rodar mais rápido, passei a ter planejamento semanal para dar início à prioridade número 1: escrever meu livro "Vivendo e aprendendo as lições de um lutador". Durante o primeiro semestre do ano, me envolvi com detalhes da publicação junto ao editor. Tudo para garantir a fase de execução, trabalho que estou desenvolvendo agora.

A segunda prioridade, paralela ao livro, seria voltar às minhas origens. Iniciei minha vida profissional em jornalismo. Voltar após 46 anos de trabalho no Citibank seria mais uma realização pessoal. Como jamais perdi o vínculo com a arte de escrever tenho mais de uma centena de artigos publicados nos principais jornais do país esse objetivo não parecia demasiado absurdo. Mantinha bom relacionamento com o pessoal da imprensa. Isso me ajudou a colocar em contato com editores e diretores de redação dos jornais de maior circulação. Para não chegar de mãos vazias, preparei um cartão de visitas: uma coletânea de cerca de 20 artigos publicados ao longo dos dois últimos anos.

Gostaria de fazer tudo isso sem perder contato com a área empresarial, onde vivi a maior parte dos meus últimos anos. Por conta disso, decidi cumprir meu mandato na presidência da Associação Brasileira de Bancos Internacionais, ANBI, até setembro deste ano. Por último e não menos importante, o meu dia ou a minha futura semana deveriam contemplar mais tempo para algumas das minhas atividades comunitárias bem como para minha família. Trabalhar 10 ou 12 horas diárias, cinco dias por semana, além de algumas horas adicionais nos sábados, domingos e feriados, nunca mais. Minha "segunda carreira" deveria manter-me ocupado e livre ao mesmo tempo. Fácil de dizer mas não tão fácil assim de realizar.

Agora, ex-presidente do Citibank, encontro-me em plena atividade. Pouco frustrado, pois o livro deveria estar mais adiantado, mas feliz por progressos importantes conseguidos em outras atividades. Tenho encontrado tempo para trabalhar, manter meus contatos pessoais e ir ao clube para meu exercício e minha sauna semanal. Como continuamos sempre "vivendo e aprendendo", qual a lição que tirei dessa fascinante fase de minha vida? Quarenta e seis anos de trabalho ininterruptos em uma única organização não devem nunca ser desprezados. Mas se a transição para a "segunda carreira" for adequadamente realizada - e o planejamento é indispensável o sol continuará a brilhar a cada novo amanhecer.

Alcides Amaral é ex-presidente do Citibank, aposentado recentemente. Hoje, é jornalista.

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