Mal educado ou mal-educado, qual é o certo?
Diogo Arrais, professor de português do Damásio Educacional, explica se o certo é escrever mal educado ou mal-educado
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2014 às 10h44.
* Respondido por Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional
Copa é o que mais se vê nos últimos dias. No último mês, assistimos aos vários jogos empolgantes; assistimos às emocionantes partidas. Inicialmente vale revisar que o verbo assistir, no sentido de ver, exige a preposição A; por isso, o telespectador assistiu ao jogo ou assistiu à partida, com a ligação do citado A.
Em meio a tantas declarações ufanistas, um técnico disse:
“PRECISO VOLTAR AO MEU ESTILO MAL EDUCADO!”
Convoquemos, pois, nossa língua-padrão para um bom bate-bola!
O termo “mal” é advérbio e antônimo de “bem”, como em “O capitão do time parece nunca se sentir mal.” O termo “mau”, em contrapartida, é adjetivo e antônimo de “bom”, como em “O atacante uruguaio, em mau dia, foi repreendido por ser mau.”
A questão principal, pois, aqui, é: o técnico voltará a ser “mal educado” ou “mal-educado”?
A expressão “mal-educado” refere-se ao sujeito malcriado; da família mal-educada.
De acordo, com o gramático Luiz Antonio Sacconi, por exemplo, a forma “mal educado” (neste caso sem o uso de hífen) é uma expressão que se usa apenas na voz passiva – quando o sujeito recebe a ação verbal. Vejamos dois exemplos:
“Felipão não foi mal educado pelos pais.”
“Após uma trajetória de luta, sabe-que Neymar não foi mal educado pelos pais.”
Retornando à manchete, é preciso enfatizar que pouco se vê o adjetivo “mal-educado” ortograficamente exposto. Se o sujeito é ou será “mal-educado”, hífen nele, Arnaldo!
E com a passividade (se vir que foi mal educado por um certo alguém), aí se retira o hífen com a sola.
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