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Mães mentoras: Veja as frases que esses líderes ouviram de suas mães e que os levaram ao sucesso

Essas mulheres transformaram a vida e a carreira de seus filhos e filhas por meio de palavras que os incentivam até hoje

Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões com sua mãe Maria Gorete Lyra: “A minha mãe investiu fortemente na minha bolsa de valores emocionais” (Gerando Falcões/Divulgação)

Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões com sua mãe Maria Gorete Lyra: “A minha mãe investiu fortemente na minha bolsa de valores emocionais” (Gerando Falcões/Divulgação)

Publicado em 11 de maio de 2024 às 12h16.

Última atualização em 11 de maio de 2024 às 15h00.

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O Dia das Mães é uma data que pode ser celebrada para além da forma comercial. A importância da mãe na vida de uma filha ou filho pode ser essencial para o seu sucesso em todas as áreas, inclusive, na área profissional.

Veja como esses líderes conquistaram o sucesso em suas carreiras com frases ditas por suas mães.

“Não importa de onde você vem, mas para onde você vai”

“A minha mãe investiu fortemente na minha bolsa de valores emocionais. Ela não tinha dinheiro, mas investia emocionalmente em mim. Ela me ensinou que eu nunca fui pobre, que eu só não tinha dinheiro. São coisas distintas”, diz Edu Lyra, fundador e CEO da Gerando Falcões, ONG de desenvolvimento social focada em favelas.

Edu é o único filho de Maria Gorete Lyra, que foi mãe aos 17 anos de idade. A ligação de mãe e filho sempre foi muito forte, não apenas pelas palavras de incentivo da mãe, mas também pela ausência do pai. A infância de Edu foi vivida boa parte em uma favela do Jardim Nova Cumbica, em Guarulhos.

“Ela conseguiu me provar que a minha riqueza era da alma. Eu estava no barraco, mas a minha mãe me fazia enxergar que o meu futuro não era no barraco”.

E a frase que sua mãe sempre lhe dizia, muita gente já ouviu Edu dizer em seus livros e palestrar: “Filho, não importa de onde você vem, mas para onde você vai, e você pode ir para onde você quiser”.

A mãe de Edu o criou sendo diarista, limpando as casas nos centros de São Paulo. “Lembro que a minha mãe já deixou de comer para me dar”, diz Edu. Mas esse não foi o momento mais desafiador de mãe e filho. “Os momentos que mais me marcaram foi quando a gente ia visitar o meu pai no presídio e ela era revistada nua na minha frente. Eram momentos muito difíceis, de humilhação, a comunidade toda ficava sabendo”, afirma Edu que comenta que a mãe de certa forma tentava mostrar uma outra realidade para o filho.

“Lembro que a minha mãe não me falava que meu pai estava preso, mas que ele estava trabalhando em uma fábrica, e que logo voltaria para casa”, diz Lyra que comenta que teve um pai ausente pelo crime do 0 aos 8 anos de idade.

Maria Gorete além de líder da casa, também era um teste para Edu. Quando ele pensou em criar a Gerando Falcões, que é uma ONG, ele levou a ideia para a mãe. “Ela comentou que não entendia muito o que era uma ONG, mas se era para ajudar as pessoas, que eu deveria fazer, era só colocar o pé que Deus me daria o chão. Ela sempre teve uma relação muito forte com Deus.”

Foi então que aos 23 anos, Edu largou a faculdade de jornalismo e começou a escrever um livro de forma independente, pegando patrocínio com empreendedores da cidade. “Comecei a vender o livro por R$ 9,90 de porta em porta. Vendi 5 mil livros em 3 meses e com o dinheiro eu gerei a Gerando Falcões, sempre apostando muito da força do empreendedorismo.”

A ONG, segundo Edu Lyra, está presente em mais de 5 mil favelas do Brasil, construíram uma rede com 2 mil empreendedores sociais em favelas, na pandemia alimentaram mais de 1.5 bilhão de pessoas e o objetivo para os próximos 2 anos é tirar 200 mil pessoas da pobreza.

“Construímos uma série de tecnologias sociais, entre elas temos as Maras, que é uma rede de venda direita de favela focada em mulher e até o final do ano devemos chegar em 15 mil mulheres que irão gerar renda por meio de suas vendas online, sendo a grande maioria mães”, afirma Lyra.

A mãe do Edu mora hoje em Poá, São Paulo, presta serviço para a Gerando Falcões e é casada com o seu pai, que hoje é um homem livre das drogas e do mundo do crime.

“Devo tudo o que conquistei à minha mãe, porque ela é a razão de eu estar aqui. Tudo o que eu faço é uma forma de celebrar a existência dela, cada pessoa que eu tiro da pobreza com o meu time, cada real que eu capto, cada ação que eu tomo é uma forma de eu celebrar a vida dela”, afirma Edu.

Maria Gorete Lyra com Edu Lyra, fundador da ONG Gerando Falcões (Gerando Falcões/Divulgação)


"O crescimento é infinito, só depende de você"

Juliana Felmanas é a única filha da Karla Felmanas, VP da farmacêutica Cimed, e conta que a frase que a sua mãe sempre repetia e que lhe marca até hoje é: "O crescimento é infinito, só depende de você".

“Essa mensagem, que também era uma lembrança constante do meu avô, enfatiza que o quanto queremos evoluir depende da nossa dedicação e força de vontade”, afirma Juliana que é neta de João de Castro Marques, fundador da Farmacêutica Cimed, e diretora de Inovação e Novos Negócios da companhia.

Para Juliana, sua mãe a ensinou sempre a pensar que tudo vai dar certo, por isso a considera sua base tanto na vida pessoal quanto na profissional.

“É uma visão otimista que traz leveza para a vida. Ela tem esse lado de olhar para tudo com muita alegria”, diz. “Fui criada com muita autonomia e tenho muita gratidão por isso, porque essa liberdade me ensinou sobre responsabilidade, o que foi fundamental para o meu desenvolvimento profissional”, afirma a filha que é formada em Administração de Empresas e aos 25 anos ocupa um cargo de diretoria.

A morte do avô João Marques, aos 74 anos, em 2022, foi o momento mais desafiador para a mãe e filha. “Foi um período de grande dor e dificuldade para toda a família, e enfrentar essa perda juntas nos exigiu muita força e união.”

A união de Karla e Juliana também já trouxe muita alegria dentro e fora da empresa.

“Acredito que minha mãe sentiu muito orgulho quando Carmed Fini viralizou. Foi um momento em que pudemos ver o resultado do nosso trabalho e da nossa visão estratégica juntas, como um time, e isso certamente encheu minha mãe de orgulho”, afirma Juliana.

As apostas para o negócio da família seguem otimistas. Segundo Juliana, o foco está em explorar o mercado de estética, tanto que recentemente esteve na Coreia em busca de novas tendências e parcerias. “A linha de Milimetric PRO tem sido nossa aposta. Essas é uma das tantas novidades que temos para os próximos meses e anos da Cimed.”

Com mais de 30 anos de experiência no setor farmacêutico e atualmente ocupando a posição de vice-presidente da Cimed, Karla Felmanas segue com sua carreira e com a família. Além de Juliana, Karla é mãe de Pedro e Eduardo, e vive uma nova fase, trabalhando ao lado dos três na companhia.

“É um privilégio ter a Karla como mãe. Uma mulher forte e determinada, e ao mesmo tempo engraçada e acolhedora, o que a torna uma grande inspiração para nós três, seus filhos, que convivem com ela dentro e fora da empresa. Estamos trabalhando em grandes projetos juntas, que em breve vamos comunicar.”

Além do papel de mãe, Karla assumiu o cargo de VP da Cimed em 2018, ajudando o seu irmão João Adibe, atual CEO da companhia, a honrar o legado do pai. A Cimed se tornou a terceira maior farmacêutica em volume de vendas do Brasil, saindo da 36 posição, em um período de 10 anos. No ano passado, a companhia atingiu a meta de R$ 3 bilhões de faturamento.

Karla Felmanas, vice-presidente da Cimed, e Juliana Felmanas, diretora de Inovação e Novos Negócios da companhia (Cimed/Divulgação)

Adquirir sabedoria é a coisa mais sábia que você pode fazer”

“Eu vejo minha mãe até hoje como uma estrela que me guia, ela tá sempre apontando pra mim o caminho da sabedoria. As minhas conquistas até hoje foram porque ela me ensinou a tomar decisões corretas e seguir pelo caminho certo. Eu não negocio os princípios que minha mãe me ensinou”, afirma André Soler, fundador da ONG SP Invisível, que ajuda pessoas em situação de rua a ter acesso a recursos essenciais, e filho da Silvana Soler.

A relação de mãe e filho sempre foi muito forte, mas se intensificou quando Soler estava na sexta série.

“Nessa época fui diagnósticado com dislexia. Foi muito difícil pra mim. Eu achei que eu não seria alguém que conseguisse fazer alguma coisa importante ou algo que fizesse a diferença no mundo. Duvidei muito do meu potencial, mas minha mãe me ajudou muito a superar essa situação, dizendo sempre que eu era capaz, e que adquirir sabedoria é a coisa mais sábia que você pode fazer”, diz.

André lembra dessa confiança sendo intensificada em vários momentos, inclusive quando decidiu empreender no SP Invisível, há 9 anos. Para fazer a primeira ação social, ele precisou pedir um dinheiro emprestado para a mãe e prometeu que devolveria assim que arrecadasse a quantia.

“Ela confiou em mim. Sinto que esse foi um dos momentos que ela viu que eu faria de tudo para ajudar as pessoas. Ela é a pessoa que nunca deixou de acreditar em mim até hoje. Muita da minha motivação vem dessa força que a minha mãe me trouxe. Sem o apoio dela eu não teria conseguido chegar aonde eu cheguei.”

Entre 2014, ano que foi fundada a ONG, até 2023, foram mais de 36 mil moletons doados, 106 mil refeições entregues, mais de 150 mil produtos de higiene pessoal doados e 45 pessoas treinadas sobre capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho em São Paulo.

“Neste ano em que completaremos 10 anos, temos o objetivo de treinar 100 cidadãos para ajudá-los a entrar no mercado de trabalho, principalmente mulheres que moram na rua”, afirma André que recebeu o Prêmio Santo Dias, reconhecimento do estado de São Paulo para entidades que lutam pela defesa dos direitos humanos .

Silvana Soler e André Soler, fundador da SP Invisível (SP Invisível)

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