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Live para 1,3 milhão de pessoas discute letramento racial nesta terça

Evento vai mobilizar funcionários da PepsiCo, Ambev, Vale e mais 44 empresas, mas será aberto para todo o público no YouTube

Jovem negro: o Mover quer criar 10 mil cargos de liderança para profissionais negros até 2030 (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Jovem negro: o Mover quer criar 10 mil cargos de liderança para profissionais negros até 2030 (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 23 de novembro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 23 de novembro de 2021 às 07h27.

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O MOVER, o Movimento pela Equidade Racial, vai realizar uma aula de letramento racial que pode se tornar a maior live já realizada por empresas.

A grandiosidade do evento em ocasião do Dia da Consciência Negra, e do aniversário de um ano do MOVER, se dá pela mobilização de 1,3 milhão de funcionários das 47 empresas participantes do movimento, entre elas gigantes como Ambev, BRF, Vale, Nestlé e Lojas Renner.

Todas as equipes dessas companhias vão parar por uma hora para aprender sobre o racismo estrutural no Brasil e o papel de cada um para o combate da desigualdade.

A ação, chamada de Dia de Mover, acontece nesta terça-feira, 23, às 9h. Além do evento ser aberto para amigos e familiares dos funcionários, qualquer pessoa poderá assisti-lo pelo YouTube.

Assim, a live pode ganhar uma proporção maior do que o número previsto inicialmente, o que pode equiparar a iniciativa com lives de famosos na pandemia.

Em abril de 2020, por exemplo, o show online da Marília Mendonça bateu o recorde do maior número de visualizações na história do YouTube com 3,3 milhões de acessos simultâneos.

Alex Carreteiro, membro do Conselho Deliberativo do MOVER e presidente da PepsiCo Foods Brasil, fala como o aprendizado é um passo importante para reconhecer os efeitos de 400 anos de escravidão na sociedade.

“O letramento é obrigatório para gerentes de toda a companhia, mas queríamos criar um movimento transversal para capacitar não um, mas todos os colaboradores e até pessoas de fora. A ideia do movimento é ir além do que uma só empresa pode fazer”, diz.

Segundo ele, o letramento é apenas o começo do que vem pela frente com o Mover. As companhias participantes vão investir R$ 45 milhões para realizar ações como essa nos próximos três anos.

A megalive, idealizada pela Fibra.AG com apoio do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), é uma das ações práticas para trazer conhecimento sobre a causa para todas as camadas das organizações, indo além da diretoria.

A programação terá rodas de conversa, vídeos, entrevistas e participação de artistas e personalidades reconhecidas na causa da equidade racial.

Entre os participantes, estão Luana Génot, diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR); Helen Pedroso, diretora de Relações Institucionais da Rede Brasil do Pacto Global da ONU; e Gabriela Augusto, diretora da Transcendemos. 

Até 2030, o MOVER também se comprometeu em criar 10 mil posições de liderança para profissionais negros.

Segundo Gilberto Costa, Diretor Executivo da Associação do Pacto de Promoção da Equidade Racial, a tendência para a pauta da diversidade e inclusão dentro das organizações passa por essa inteligência coletiva.

“Acho que cada vez mais as empresas vão precisar se unir em prol da formação para depois absorver a mão de obra. Como tem acontecido com parcerias para formar jovens em tecnologia. Diversas empresas, inclusive concorrentes, têm se juntando para formar jovens e sem saber se ele vai entrar no seu negócio. A movimentação é por uma bandeira única, não por empresas A ou B”, diz.

Assista aqui o Dia de Mover.

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