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Crie seu próprio índice de inflação pessoal

Já reparou que a inflação medida pelos indicadores oficiais quase nunca bate com a que você percebe no dia a dia? Veja como criar seu indicador

"O melhor é criar um índice de inflação pessoal. Complicado? Acredite, é mais fácil do que você imagina. " (Wilson/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 15h05.

São Paulo - Falar de i nflação no Brasil chega a dar calafrio. Lembrar dos tempos em que o quilo do chuchu custava 10 reais de manhã, 35 reais à noite e 50 reais no dia seguinte, e etiquetadoras de preços eram mais úteis do que talheres deixa qualquer um com o cabelo em pé.

Realmente, foi bastante turbulento.

Quase uma década de instabilidade e caos é mais do que suficiente para adquirir uma boa bagagem sobre planos de combate à alta de preços, principalmente quando a maioria não funciona.

Por isso que desde a década de 1990, quando implantaram o Plano Real, tempos de relativa calmaria financeira vieram às terras tupiniquins. Ainda assim, o fantasma nada camarada da inflação continua assombrando lares de nossa terra.

Todo mundo entende e sente no bolso o efeito da alta dos preços, que é bastante desagradável. E para ter uma medida desse fenômeno os economistas decidiram criar alguns índices que ficaram bem famosos: os tais de IGPM , IPCA e INPC .

Mas já parou para pensar que a inflação que eles anunciam nunca bate com a de casa? Uma hora o gasto mensal é menor do que o de costume e o jornal diz que os preços subiram; outra hora o dinheiro desaparece da conta e o governo fala que a inflação foi baixa. Dá para entender?

A verdade é que toda essa bagunça se dá pela metodologia usada para estimar os índices. O cálculo é bem simples: especialistas escolhem bens de consumo comuns à maior parte dos brasileiros para compor uma cesta. Essa cesta tem sua variação de preço total avaliada mensalmente, e com base nela são feitas as comparações.

Para analisar o efeito médio dos preços ao longo do tempo, a ideia parece ótima. Já para avaliar quanto uma cesta individual variou no mês, o índice é tão útil quanto um tapete de parede.

O melhor é criar um índice de inflação pessoal. Complicado? Acredite, é mais fácil do que você imagina. Seguindo a mesma proposta dos estimadores de mercado, o cálculo individual depende apenas de uma cesta de consumo com quantidades fixas.

Assim, é só colocar no papel os preços dos bens e repetir o processo todo mês. A partir daí, você terá uma clareza dos itens que pesam mais no seu orçamento pessoal.

O exercício é bem simples, e depois de algum tempo começa até a ajudar a cortar os gastos e, mais importante, a planejar seus investimentos. É experimentar para ver.

Samy Dana é professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, Ph.D. em administração e negócios e autor dos livros 10x sem juros, em coautoria com Marcos Cordeiro Pires, e Como passar de devedor para Investidor, com Fabio Sousa

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São Paulo - Falar de i nflação no Brasil chega a dar calafrio. Lembrar dos tempos em que o quilo do chuchu custava 10 reais de manhã, 35 reais à noite e 50 reais no dia seguinte, e etiquetadoras de preços eram mais úteis do que talheres deixa qualquer um com o cabelo em pé.

Realmente, foi bastante turbulento.

Quase uma década de instabilidade e caos é mais do que suficiente para adquirir uma boa bagagem sobre planos de combate à alta de preços, principalmente quando a maioria não funciona.

Por isso que desde a década de 1990, quando implantaram o Plano Real, tempos de relativa calmaria financeira vieram às terras tupiniquins. Ainda assim, o fantasma nada camarada da inflação continua assombrando lares de nossa terra.

Todo mundo entende e sente no bolso o efeito da alta dos preços, que é bastante desagradável. E para ter uma medida desse fenômeno os economistas decidiram criar alguns índices que ficaram bem famosos: os tais de IGPM , IPCA e INPC .

Mas já parou para pensar que a inflação que eles anunciam nunca bate com a de casa? Uma hora o gasto mensal é menor do que o de costume e o jornal diz que os preços subiram; outra hora o dinheiro desaparece da conta e o governo fala que a inflação foi baixa. Dá para entender?

A verdade é que toda essa bagunça se dá pela metodologia usada para estimar os índices. O cálculo é bem simples: especialistas escolhem bens de consumo comuns à maior parte dos brasileiros para compor uma cesta. Essa cesta tem sua variação de preço total avaliada mensalmente, e com base nela são feitas as comparações.

Para analisar o efeito médio dos preços ao longo do tempo, a ideia parece ótima. Já para avaliar quanto uma cesta individual variou no mês, o índice é tão útil quanto um tapete de parede.

O melhor é criar um índice de inflação pessoal. Complicado? Acredite, é mais fácil do que você imagina. Seguindo a mesma proposta dos estimadores de mercado, o cálculo individual depende apenas de uma cesta de consumo com quantidades fixas.

Assim, é só colocar no papel os preços dos bens e repetir o processo todo mês. A partir daí, você terá uma clareza dos itens que pesam mais no seu orçamento pessoal.

O exercício é bem simples, e depois de algum tempo começa até a ajudar a cortar os gastos e, mais importante, a planejar seus investimentos. É experimentar para ver.

Samy Dana é professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, Ph.D. em administração e negócios e autor dos livros 10x sem juros, em coautoria com Marcos Cordeiro Pires, e Como passar de devedor para Investidor, com Fabio Sousa

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