Grandes construções puxam demanda por arqueólogos
São Paulo – As construções que tornaram o Brasil um verdadeiro canteiro de obras não movimentam apenas as profissões ligadas a engenharia. O mercado também está de olho nos arqueólogos. Esse interesse não é gratuito. Desde 2002, as empresas responsáveis por grandes empreendimentos que têm risco de impacto ambiental são obrigadas a contratar arqueólogos para […]
Talita Abrantes
Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 17h04.
Última atualização em 18 de outubro de 2016 às 11h53.
São Paulo – As construções que tornaram o Brasil um verdadeiro canteiro de obras não movimentam apenas as profissões ligadas a engenharia. O mercado também está de olho nos arqueólogos.
Esse interesse não é gratuito. Desde 2002, as empresas responsáveis por grandes empreendimentos que têm risco de impacto ambiental são obrigadas a contratar arqueólogos para acompanhar as obras.
Em campo, o trabalho deles é diagnosticar a existência de possíveis sítios arqueológicos e atuar nas escavações. “O tempo é limitado para isso”, conta Renato Kipnis, da Scientia Consultoria. “Em média, a equipe têm de 4 a 5 anos para completar todo o projeto de arqueologia. Em outras condições, o prazo ideal seria de décadas”.
Por conta disso, os sítios arqueológicos que precedem as construções demandam tantos profissionais. Para se ter uma ideia, nos quase 50 sítios arqueológicos (foto ao lado) presentes na área de construção da Usina de Santo Antônio, no Rio Mandeira, trabalha, atualmente, uma equipe de 58 profissionais, entre técnicos, assistentes e arqueólogos.
Mas o trabalho não está restrito ao campo. Feita a coleta dos materiais, a missão desses profissionais continua nos laboratórios. “Como há poucos arqueólogos no mercado, hoje, quase todos estão nos sítios arqueológicos, diz o especialista.
Apesar da expansão da demanda, a profissão ainda não é regulamentada no país. Mas algumas instituições de ensino, como a Universidade Federal de Rondônia, já oferecem cursos de graduação em arqueologia.