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Gênios intratáveis se acham acima das regras das empresas

O mundo não tem pena nem sente falta dos grosseirões

Ilustração - Zumbi persegue trabalhador (Hare Lanz/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 13h10.

São Paulo - Recentemente fui convidada para falar a um grupo de secretárias de elite, que assessoram presidentes de grandes corporações. Uma das profissionais disse que a grande maioria dos executivos de hoje tem comportamento bipolar. Ora são polidos, ora agem como loucos descontrolados. E, pior, disse a secretaria, eles não se dão conta do problema que têm.

Achei o comentário interessante e preocupante. O distúrbio bipolar é uma disfunção séria, que precisa ser tratada por um médico. Ele faz sofrer quem tem o distúrbio e igualmente quem tem de conviver com o doente.

Quando o problema é uma questão de saúde, o comportamento alterado, sem controle e pouco polido, pode ser medicado e tratado. Quando a questão é de comportamento , o tratamento pode ser mais complicado. Isso porque exige uma revisão de conduta.

O profissional de comportamento bipolar se acha acima das regras, é capaz de atitudes grosseiras e descontroladas — e não aceita feedback, pois ele acha tudo isso normal. Conviver com alguém assim é muito difícil, irritante e cansativo.

No mês passado, li uma matéria sobre a autobiografia de Paul Allen, um dos homens mais ricos do mundo e cofundador da Microsoft. Muito me surpreendeu a descrição que ele faz em sua obra de seu parceiro de início de negócios: um patrão intratável e um sócio difícil.

Sei também de um outro gênio, rival da empresa criada pelo senhor Allen e seu sócio, que acabou se tornando célebre pela falta de respeito com que trata a equipe. Ao que dizem — e está documentado em livros e periódicos —, os gritos a plenos pulmões e os adjetivos pejorativos são comuns no trato desse executivo com seu time.

Essa mesma pessoa tem diagnosticada uma doença aparentemente muito grave e, de tempos em tempos, ela se afasta dos negócios para se tratar ou para repousar, não se sabe ao certo.

O que sei é que jamais consegui ler uma linha complementar à notícia da doença em que alguém manifestasse solidariedade, preocupação ou qualquer sinal de tristeza com a circunstância. O mundo não tem pena nem sente falta dos grosseirões que se julgam acima do bem e do mal. Se você é assim, procure a ajuda de um psicólogo já.

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São Paulo - Recentemente fui convidada para falar a um grupo de secretárias de elite, que assessoram presidentes de grandes corporações. Uma das profissionais disse que a grande maioria dos executivos de hoje tem comportamento bipolar. Ora são polidos, ora agem como loucos descontrolados. E, pior, disse a secretaria, eles não se dão conta do problema que têm.

Achei o comentário interessante e preocupante. O distúrbio bipolar é uma disfunção séria, que precisa ser tratada por um médico. Ele faz sofrer quem tem o distúrbio e igualmente quem tem de conviver com o doente.

Quando o problema é uma questão de saúde, o comportamento alterado, sem controle e pouco polido, pode ser medicado e tratado. Quando a questão é de comportamento , o tratamento pode ser mais complicado. Isso porque exige uma revisão de conduta.

O profissional de comportamento bipolar se acha acima das regras, é capaz de atitudes grosseiras e descontroladas — e não aceita feedback, pois ele acha tudo isso normal. Conviver com alguém assim é muito difícil, irritante e cansativo.

No mês passado, li uma matéria sobre a autobiografia de Paul Allen, um dos homens mais ricos do mundo e cofundador da Microsoft. Muito me surpreendeu a descrição que ele faz em sua obra de seu parceiro de início de negócios: um patrão intratável e um sócio difícil.

Sei também de um outro gênio, rival da empresa criada pelo senhor Allen e seu sócio, que acabou se tornando célebre pela falta de respeito com que trata a equipe. Ao que dizem — e está documentado em livros e periódicos —, os gritos a plenos pulmões e os adjetivos pejorativos são comuns no trato desse executivo com seu time.

Essa mesma pessoa tem diagnosticada uma doença aparentemente muito grave e, de tempos em tempos, ela se afasta dos negócios para se tratar ou para repousar, não se sabe ao certo.

O que sei é que jamais consegui ler uma linha complementar à notícia da doença em que alguém manifestasse solidariedade, preocupação ou qualquer sinal de tristeza com a circunstância. O mundo não tem pena nem sente falta dos grosseirões que se julgam acima do bem e do mal. Se você é assim, procure a ajuda de um psicólogo já.

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