Erros de português prejudicam o candidato na entrevista de emprego?
Em sua coluna, o professor de português Diogo Arrais tira a dúvida sobre deslizes gramaticais na entrevista para uma vaga
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2021 às 16h22.
Última atualização em 15 de junho de 2021 às 16h30.
Por Diogo Arrais, professor de português (@diogoarrais)
Na busca por emprego, os intitulados " erros de português " (expressão popularizada, mas longe de ser elegante) podem atrapalhar? Depende e mostro os porquês.
Se a vaga exigir o domínio do padrão da Língua Portuguesa, o processo seletivo precisa ser justo e avisar ao candidato sobre essa exigência. Redatores, revisores textuais, professores, advogados são alguns exemplos de profissionais que necessitam de bom domínio gramatical.
Desenhista precisa dominar a norma gramatical, para garantir um novo emprego? Um desvio básico pode atrapalhar a reputação dele? Aparentemente sim, mas à primeira vista: o que vai interessar ao mercado é o resultado do trabalho, o desenho em si.
Há duas décadas, estudo a norma. Há uma, estou aqui neste espaço, mas a gramatiquice não acomete o mercado: são números expressivos, conversões, o funcionamento do produto, a boa crítica do consumidor. Contrata-se por eficiência, habilidade; às vezes, pelo gramatical, como no caso dos que escrevem, receitam, apresentam, discursam.
Quer dizer, então, que... nem tanto! Não são "oito" ou "oitenta": os atentos à ortografia, pronúncia, concordância, correlação verbal, pronominal, pontuação demonstram histórico nos estudos, leitura, crítica aguçada aos parágrafos. Quem se dedica ao padrão entenderá o padrão (exigido em processos seletivos e diversos cargos).
Sem citar nomes, quantas autoridades e marcas são cobradas quando cometem breves deslizes ortográficos? Ministros, chefes e presidentes: não à toa, tentam seguir o padrão da língua.
De que serve a gramática? Ordenação do pensamento, adaptação ao que se padronizou em uma língua e inúmeras ferramentas à consolidação de uma mensagem convincente. Postura remete a liderança (o objetivo de muitos profissionais). Gramática cria essa consciência postural.
Para inspirar pessoas, haverá um texto bem-feito. Os que visam aos degraus mais altos escreverão as próprias palavras, o próprio discurso, revisarão e serão entendidos.
Gramática é muito além de "certo" ou "errado".
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DIOGO ARRAIS
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Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS