É preciso ter uma postura madura ao ser questionado por perguntas muito pessoais (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 12h53.
São Paulo – Você já infringiu alguma lei? Utilizou drogas ilícitas? Por mais que as perguntas possam ser consideradas invasivas pelo candidato, em algumas empresas, principalmente nas multinacionais, esse tipo de questão é considerada essencial em um processo de seleção.
Alexandre Fantozzi, sócio da empresa de recrutamento e seleção Fantozzi & Associates, explica que alguns clientes não dispensam esse tipo de pergunta, pois determinadas colocações exigem habilidades específicas. Nesse caso, a reação do candidato e a maneira que lidará com a questão são os aspectos relevantes para os recrutadores.
“Não iremos julgar se o candidato fez ou não aquilo, não há uma resposta correta. Analisamos como ele reage em uma situação de desconforto”, afirma Fábio Saaad, gerente sênior das divisões de F&A e FSG da Robert Half.
A principal recomendação dos especialistas é responder honestamente. “No caso do tema das drogas, por exemplo, o que é preocupante é a instabilidade do candidato. Precisamos avaliar se ele tem controle emocional e tem capacidade para lidar com problemas”, explica Fantozzi.
As perguntas muito pessoais podem não ter sentido para os candidatos, mas profissionais que tendem a burlar regras para proteger colegas de trabalho ou já praticaram ações antiéticas precisam ser identificados na fase da entrevista pelos recrutadores.
Para Saad, se o candidato tem alguma informação obscura e que não foi bem explicada, será possível notar durante o desenvolvimento da resposta. Ou seja, reagir de forma explosiva ou intempestiva, é um indício de que o profissional está escondendo algo.
“Quanto mais maduro e objetivo, melhor”, diz Fantozzi. “Caso a pergunta entre em um assunto delicado, como divórcio, a morte de um familiar ou um abuso, o candidato deve deixar claro que este é um ponto delicado e que o incomoda. O recrutador irá entender”.