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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.
No mês de março, 2,314 milhões de brasileiros, ou 10,8% dos que procuraram emprego nas seis principais regiões metropolitanas do país, não conseguiram encontrar uma vaga no mercado. País que tem o desemprego como um grande inimigo, o Brasil também é, de acordo com pesquisa da Gallup Organization, terra de insatisfação para quem já conseguiu espaço e salário. O estudo ouviu 1012 pessoas em 11 regiões e mostra que 78% dos funcionários brasileiros não estão engajados em seu trabalho - o que pode causar um custo produtivo ao país de até 88 bilhões de reais anuais.
Destes 78%, 61% se encaixaram na categoria "não engajados", ou seja, não psicologicamente envolvidos com a empresa e prontos a deixar o cargo caso recebam proposta de outra empresa. Os 17% restantes estão desencantados com o trabalho e deixam clara sua insatisfação - são os "ativamente desengajados". Somente 22% dos trabalhadores brasileiros afirmaram estar satisfeitos com o que fazem, e por isso, de acordo com a pesquisa, são mais dedicados e produtivos.
O motivo de tanto descaso, diz a Gallup, é o gerenciamento ineficiente de pessoas. Aqueles que não se comprometem com suas tarefas geralmente o fazem por não receberem reconhecimento e atenção quando dão opiniões, e também por não terem idéia de como podem desenvolver a carreira profissional na empresa. A pesquisa mostrou, por exemplo, que 84% dos trabalhadores que pedem demissão deixam o emprego por não conseguirem manter um bom relacionamento com seu gerente direto.
Mas o Brasil não é o único a sofrer do mal do desalento no trabalho, e pode até comemorar dados mais positivos do que os de Inglaterra e Alemanha, por exemplo, onde apenas 19% e 13% dos trabalhadores, respectivamente, são engajados. Outros, no entanto, como Estados Unidos (28% de engajados) e o nosso vizinho Chile (25% de engajados) apresentam taxas maiores de funcionários dedicados.