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Conheça 3 carreiras em alta para brasileiros nos EUA

Pensando em fazer as malas? Veja as áreas com mais oportunidades para brasileiros que imigram para os Estados Unidos a trabalho

Bandeira dos Estados Unidos com nota de dólar (mars58/Thinkstock)

Bandeira dos Estados Unidos com nota de dólar (mars58/Thinkstock)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 15h00.

Última atualização em 13 de dezembro de 2017 às 15h00.

São Paulo — Apesar de todas as políticas restritivas do governo Trump à imigração, os Estados Unidos continuam sendo o destino mais procurado do mundo por quem busca fazer carreira internacional. Segundo um estudo recente da revista “Forbes”, a porcentagem de estrangeiros procurando emprego na terra do tio Sam saltou de 30% em 2016 para 37% em 2017.

Não é para menos. No 2º trimestre de 2017, a economia norte-americana superou as expectativas dos analistas e cresceu a uma taxa anual de 3,1%. Graças à forte confiança do mercado interno, o FMI elevou a previsão de expansão econômica do país para este ano e o próximo.

O desemprego é baixo, a qualidade de vida é alta, e o mercado está fervilhando de vagas que pagam bem. “O maior problema para o brasileiro que quer trabalhar lá não é conseguir emprego, mas conseguir o visto”, explica Jorge Botrel, sócio da JBJ Partners, empresa especializada em expatriação para os Estados Unidos.

Se você é como a maioria das pessoas, só vai conseguir entrar para trabalhar legalmente no país se tiver uma ligação prévia com uma instituição americana. Mas mesmo isso não é garantia de nada. Se já conseguiu esse vínculo, é preciso verificar qual é o tipo de documento mais indicado para o seu caso. E prepare-se: existe um vasto universo de opções.

Na categoria de vistos, por exemplo, existe o H-1B, destinado a profissionais técnicos com curso superior; o H-1C, voltado para enfermeiros; e o H-3, específico para trainees. Os vistos da categoria F são os mais adequados para estudantes acadêmicos e seus dependentes, ao passo que a categoria L se destina à transferência de executivos com conhecimento especializado do seu país de origem a uma empresa dos Estados Unidos.  

Segundo Botrel, os brasileiros estão começando a descobrir os vistos EB-1 e EB-2, voltados a “profissionais com habilidades extraordinárias”. Trata-se, grosso modo, de uma autorização concedida a executivos, CEOs, diretores, cientistas e outros profissionais que sejam capazes de comprovar sua excelência numa determinada área de atuação.

Não é preciso ser um “gênio” para conseguir isso. “Se você lembrar que só 10% da população norte-americana tem MBA, você já está acima da média só por ter esse diploma”, diz Botrel. Não que o MBA seja o suficiente para conseguir esse tipo de visto, é claro, mas a comparação mostra como é possível sim ser considerado um profissional diferenciado para os padrões americanos.

No entanto, o processo de conseguir um visto por ter habilidades extraordinárias costuma ser longo e trabalhoso. “Você precisa reunir provas da sua excelência, como artigos, premiações, participações em eventos, entrevistas para a mídia, cartas de recomendação de pessoas de destaque nos Estados Unidos e no Brasil, entre outros materiais”, explica o especialista.

Ter realizado alguma façanha na sua área também ajuda. Botrel conta o caso de um cliente, CEO de uma empresa de telecomunicações, que contribuiu de forma decisiva para fazer o negócio crescer 300% em pouco tempo. “Reunimos diversos materiais sobre workshops, entrevistas e palestras que ele deu dentro e fora do Brasil, e ele acabou conseguindo o visto”, explica.

Não é fácil, mas é possível. A crise econômica no Brasil e o endurecimento das políticas imigratórias da era Trump fizeram com que o perfil do imigrante brasileiro mudasse bastante. “Deixou de ser o do trabalhador pouco qualificado, que aceita subempregos só para ganhar em dólar, e passou a ter um nível de escolaridade bem mais avançado”, resume Botrel.

Se o seu plano é conseguir um emprego nos Estados Unidos e estabelecer uma carreira por lá, também é importante estar atento às áreas que oferecem mais oportunidades. Veja a seguir as mais aquecidas para brasileiros no momento:

1. Tecnologia da informação

De longe, diz Botrel, essa é a área que mais “patrocina” vistos para estrangeiros nos Estados Unidos, além de oferecer remuneração bastante atrativa. Um engenheiro de operação de sistemas (DevOps), por exemplo, ganha em média mais de 9 mil dólares por mês, segundo o site “Glassdoor”.

“Empresas de tecnologia como Google, Tesla e Amazon estão com muitas vagas abertas para engenheiros de software, engenheiros de hardware, gerentes de projetos técnicos ou gerentes de TI de forma geral”, explica o sócio da JBJ Partners.

A oferta de vagas é grande — e os salários são competitivos — porque falta mão de obra especializada em TI nos Estados Unidos, assim como no mundo de forma geral. Daí, também, o olhar estendido dos empregadores sobre profissionais estrangeiros. Segundo Botrel, quem é realmente qualificado nessa área tem chance praticamente garantida de conseguir um emprego no país.

2. Gestão de produto, marketing e inovação

Numa economia aquecida como a norte-americana, muitas empresas buscam profissionais que possam ajudá-las a expandir seus negócios, conquistar novos mercados e ter ideias originais para se diferenciar da concorrência. Por esse motivo, há uma explosão de oportunidades para gerentes de produto, gerentes de marketing e gestores da inovação, os chamados creative managers.

Empresas de tecnologia como Facebook, Uber e Microsoft estão entre as que mais oferecem vagas para essas áreas. “Elas não precisam só de engenheiros de software e gerentes de TI para fazer os produtos, mas também de pessoas capazes de aperfeiçoá-los, divulgá-los e vendê-los”, diz Botrel.

Assim como qualquer outra, a área exige domínio completo do inglês, além de criatividade, resiliência e fortes habilidades de comunicação — pontos que são diferenciais competitivos "naturais" do brasileiro em relação ao norte-americano, comenta o especialista. 

3. Análise de dados

Eleita a carreira mais promissora nos Estados Unidos em 2017, a ciência dos dados é outra área em franca expansão que costuma empregar muitos estrangeiros no país. De acordo com o Glassdoor,  salários para posições como gerente de análise, engenheiro e cientista de dados variam entre 8,8 e 9,3 mil dólares por mês.

A área tem a vantagem de não exigir nenhum tipo de licença para trabalhar lá, como é o caso das carreiras em saúde, que estão com tudo, mas exigem do estrangeiro um árduo trabalho de revalidação de diploma para exercer a atividade no país. “Não é fácil encontrar um profissional realmente habilitado para trabalhar com análise de dados, que é uma atividade muito nova”, diz Botrel. "Há muitas vagas em aberto nessa área, e a maioria com excelentes salários".

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