Carreira

Como se preparar para um teste de proficiência em inglês?

A fluência adquirida em um idioma estrangeiro é perdida se a pessoa não o usa regularmente ou não estuda para mantê-lo. Veja como cultivar a proficiência

Inglês: teste seu conhecimento sobre falsos cognatos (Bychykhin_Olexandr/Thinkstock)

Inglês: teste seu conhecimento sobre falsos cognatos (Bychykhin_Olexandr/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2021 às 19h33.

Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas

Por mais que o teste de proficiência do inglês seja uma competência avaliada há muitos anos em processos seletivos, há inúmeros candidatos que estudaram e acham que o tempo dedicado ao inglês já foi suficiente. Só que a fluência adquirida em um idioma estrangeiro é perdida se a pessoa não o usa regularmente ou não estuda para mantê-lo.

Nós aplicamos testes de proficiência e percebemos que alguns candidatos demoram para agendar a avaliação oral ou para realizar os testes escritos no formato múltipla escolha e redação, provavelmente, porque querem um tempo para se preparar.

Pode até ser que ajude a se soltar um pouco e pensar em possíveis respostas ao que será perguntado. Porém, dependendo do tempo sem estudo ou uso, algumas horas não vão trazer a fluência de volta.

Por conta disso, preparei uma lista com algumas dicas para essa etapa importante na busca de uma colocação no mercado de trabalho:

  • Um erro comum é o candidato acreditar que, falando pouco, estará correndo menos riscos de errar. Sem conteúdo, o avaliador terá dificuldades de identificar o nível de fluência, ou pior, poderá achar que o candidato não tem conhecimento ou fluência no idioma.
  • O candidato não deve impor o que quer falar, pois dá a nítida impressão de que decorou ou se preparou para falar sobre aquele assunto, quase sempre sobre sua experiência. O avaliador experiente fará perguntas diferentes e não só sobre a carreira.
  • Há muitas empresas e consultorias de recrutamento e seleção que contratam fornecedores para realizar o teste de proficiência. Desta forma, o avaliador não sabe detalhes do processo e, muito menos, se o candidato tem chances de passar para a próxima etapa. Portanto, o candidato não deve perguntar como ele foi no teste, se tem chances. Isso demonstra muita ansiedade e insegurança. Na verdade, o avaliador não tem autorização para dar feedback.
  • O candidato deve evitar respostas decoradas, ele tem de soar natural, desenvolto e que está presente na conversa. Uma conversa é um processo criativo, uma jornada que leva as pessoas para o mundo dos pensamentos e ideias. Cuidado com os clichês e respostas prontas.
  • Atenção para os vícios de linguagem em inglês, tais como: you know, kind of, then, so, right. Uma sugestão interessante é o candidato gravar algumas falas espontâneas, depois ouvir com o objetivo de perceber se tem algum desses vícios de linguagem e também se comete erros de gramática ou pronúncia. Se tiver dificuldade de fazê-lo sozinho, pode contratar uma escola de cursos customizados para ajudá-lo a identificar esses erros. O ideal é trabalhar para reduzir os erros e a repetição de palavras, elas soam como muleta e que você não tem muita consciência do seu discurso.
  • O candidato precisa estar sempre bem-informado, inclusive para a avaliação oral em inglês. O avaliador poderá fazer perguntas sobre fatos recentes a fim de checar seu vocabulário geral.
  • As avaliações orais cobram vocabulário de negócios, para isso é importante que o candidato esteja familiarizado com alguns jargões e expressões. Em alguns processos, é possível que seja cobrado o vocabulário específico da área de atuação. Por isso, é recomendado ler livros de negócios e sites especializados em notícias do mundo corporativo em inglês.
  • É muito comum avaliar candidatos que, mesmo tendo estudado por alguns anos, se comunicam, basicamente, usando o tempo presente dos verbos. Não fazem distinção se estão relatando fatos passados ou ações futuras. Isso pode causar ruídos na comunicação. A sugestão é estudar os tempos verbais e tentar usá-los corretamente em seu discurso. Veja este artigo e faça esse quiz.
  • Há muitas escolas de idiomas e várias não oferecem a carga horária necessária em sua grade para que os alunos atinjam a fluência. Consequentemente, nem sempre o nível avançado de uma escola é realmente esse nível quando comparado com a grade comum europeia CERF (Common European Framework of Reference for Languages). Essa grade é utilizada pelas consultorias de idiomas para definição do nível linguístico dos candidatos em processos seletivos. Se estiver inseguro, o candidato pode fazer uma avaliação de proficiência com laudo e orientações de como está sua fluência.
  • Adote a CEFR para dizer qual o seu nível atual de fluência. Veja detalhes neste artigo.

Para finalizar, a sorte é a combinação de oportunidade com a preparação. Deixo, então, duas frases em inglês de Jim Rohn para reflexão:

“Don’t wish it were easier, wish you were better.”

“Discipline is the bridge between goals and accomplishment.”

Prepare-se!

Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas (https://www.companhiadeidiomas.com.br). Graduada em Letras e Tradução pela Unibero. Curso de Business English em Boston pela ELC e extensões na área de Marketing na ESPM, FGV e Insper. Coautora do Guia de Implantação de Programas de Idiomas em empresas e autora do livro de poemas Fora da Linha. Mobilizadora cultural à frente do Sarau Conversar. Mentora da Fundação Everis. Quer falar comigo?

ligia@companhiadeidiomas.com.br

 

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