Como procurar trabalho durante o expediente
Mudar de emprego quando ainda se está com a carteira assinada é uma estratégia segura e que pode render aumentos salariais. Saiba quais são as atitudes para uma busca eficiente
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2014 às 12h07.
São Paulo - Em tempos de economia estagnada, como os que o Brasil enfrenta, a melhor maneira de procurar emprego é quando ainda se está com a carteira assinada. Fazer a transição sem enfrentar o desemprego tem algumas vantagens.
A mais mensurável é o impacto no bolso: quem está empregado costuma ter propostas com salários de 15% a 30% maiores em comparação com os ganhos anteriores, segundo um levantamento da Talenses, empresa de recrutamento executivo, de São Paulo. Já quem está sem trabalhar recebe propostas com salário igual ao do último emprego ou até mais baixo.
“Se você está fora do mercado, tem menos poder de barganha para negociar um rendimento mais alto”, diz Alexandre Benedetti, gerente executivo de finanças da Talenses. Além do ganho financeiro, um ponto positivo é a serenidade para encontrar a vaga certa.
“Como existe estabilidade financeira, os profissionais costumam pensar mais sobre a mudança e não aceitam qualquer oferta apenas por desespero”, diz Caroline Cadorin, gerente da Hays, consultoria de recrutamento executivo , de São Paulo.
Antes de enviar currículo, entenda o motivo de seu descontentamento. O problema é o salário? O chefe? A falta de perspectiva? Saber o que o deixa desanimado é crucial. Em alguns casos, dá para resolver a crise internamente em uma conversa franca com o chefe.
“Só vá para o mercado se tiver certeza de sua decisão”, diz Helena Ribeiro, presidente do Grupo Empreza, consultoria de RH, de Goiânia. Os indecisos costumam voltar atrás ao receber uma nova proposta porque percebem que ainda não estão prontos para mudar de emprego — ou porque notam que ainda têm planos na atual empresa.
A palavra de ordem para quem está procurando emprego nessas condições é discrição. Por isso, selecione as pessoas com as quais vai conversar sobre o assunto. Nunca mande uma mensagem geral para todos os conhecidos dizendo que está atrás de oportunidades.
Quem faz isso perde o controle sobre os rumos da informação e corre o risco de que algum dos contatos comente o assunto com o chefe ou com um colega indiscreto. A aproximação deve ser personalizada. Os que conhecem seu trabalho são mais cuidadosos e vão indicá-lo para vagas condizentes com seu perfil.Vale também pedir a seus conhecidos que não comentem sobre o assunto.
Foi o que fez Eduardo Balardin, de 31 anos, gerente de processos do Grupo Ibmec Educacional. Sem perspectivas de crescimento no antigo emprego como coordenador produtivo de uma grande rede varejista, Eduardo conversou com alguns amigos sobre sua vontade de ir para um local em que pudesse desenvolver novas habilidades e mudar de setor.
“Um amigo me falou sobre a vaga no Ibmec. Pesquisei sobre a empresa, achei que combinava com meu perfil e entrei no processo seletivo”, afirma. O profissional deu sorte de estar de férias durante a etapa de entrevistas presenciais. Quando foi escolhido, aceitou. “Fui atraído pela possibilidade de crescimento e por um cargo mais alto.”
Um recurso para procurar emprego sem ser notado é tirar férias. A estratégia tem a vantagem de permitir que o profissional se concentre na busca. E a desvantagem de queimar dias de descanso. Quem não faz isso pode conciliar a rotina do trabalho com a dos processos seletivos.
Os recrutadores sabem que quem está no mercado não tem tanta disponibilidade. “Marcamos conversas em horários alternativos e até aos sábados”, diz Adriana Prates, da Dasein Executive Search, empresa de recrutamento executivo, de Belo Horizonte. Usar horários livres, como o do almoço, é o que sugere a maioria dos recrutadores.
É possível que, em algum momento, o profissional tenha de se ausentar do trabalho para cumprir uma etapa do processo. O melhor é avisar com antecedência sobre sua ausência: diga que tem um problema pessoal para resolver. Mas use o recurso com moderação para não se prejudicar.
Mantenha a ética
O local de trabalho não é o lugar correto para procurar um novo emprego. Parece óbvio, mas não custa lembrar que computadores e telefones corporativos devem ser usados apenas para questões profissionais.
E as empresas podem rastrear os equipamentos dos funcionários — e descobrir que um deles está usando as horas de trabalho para encontrar uma maneira de deixar o emprego. Isso também pega mal para quem está do lado de fora recrutando. “Mandar um e-mail de seu endereço corporativo para a empresa em que você almeja trabalhar demonstra falta de ética”, diz Carolina.
Na hora de bater o martelo com a nova empresa, seja sincero e mantenha a cortesia. Peça para conversar com seu chefe e diga que você quer se demitir. Conte que recebeu uma proposta atraente e explique os motivos da saída. Não se esqueça de negociar um período de transição. A média é de 15 dias.
Seu futuro chefe vai querer que você comece o mais rápido possível. Se houver muita pressão para isso, diga que você sente que deve isso em respeito à sua antiga empresa — e que, um dia, se você deixar a nova empresa, vai querer agir do mesmo jeito.
São Paulo - Em tempos de economia estagnada, como os que o Brasil enfrenta, a melhor maneira de procurar emprego é quando ainda se está com a carteira assinada. Fazer a transição sem enfrentar o desemprego tem algumas vantagens.
A mais mensurável é o impacto no bolso: quem está empregado costuma ter propostas com salários de 15% a 30% maiores em comparação com os ganhos anteriores, segundo um levantamento da Talenses, empresa de recrutamento executivo, de São Paulo. Já quem está sem trabalhar recebe propostas com salário igual ao do último emprego ou até mais baixo.
“Se você está fora do mercado, tem menos poder de barganha para negociar um rendimento mais alto”, diz Alexandre Benedetti, gerente executivo de finanças da Talenses. Além do ganho financeiro, um ponto positivo é a serenidade para encontrar a vaga certa.
“Como existe estabilidade financeira, os profissionais costumam pensar mais sobre a mudança e não aceitam qualquer oferta apenas por desespero”, diz Caroline Cadorin, gerente da Hays, consultoria de recrutamento executivo , de São Paulo.
Antes de enviar currículo, entenda o motivo de seu descontentamento. O problema é o salário? O chefe? A falta de perspectiva? Saber o que o deixa desanimado é crucial. Em alguns casos, dá para resolver a crise internamente em uma conversa franca com o chefe.
“Só vá para o mercado se tiver certeza de sua decisão”, diz Helena Ribeiro, presidente do Grupo Empreza, consultoria de RH, de Goiânia. Os indecisos costumam voltar atrás ao receber uma nova proposta porque percebem que ainda não estão prontos para mudar de emprego — ou porque notam que ainda têm planos na atual empresa.
A palavra de ordem para quem está procurando emprego nessas condições é discrição. Por isso, selecione as pessoas com as quais vai conversar sobre o assunto. Nunca mande uma mensagem geral para todos os conhecidos dizendo que está atrás de oportunidades.
Quem faz isso perde o controle sobre os rumos da informação e corre o risco de que algum dos contatos comente o assunto com o chefe ou com um colega indiscreto. A aproximação deve ser personalizada. Os que conhecem seu trabalho são mais cuidadosos e vão indicá-lo para vagas condizentes com seu perfil.Vale também pedir a seus conhecidos que não comentem sobre o assunto.
Foi o que fez Eduardo Balardin, de 31 anos, gerente de processos do Grupo Ibmec Educacional. Sem perspectivas de crescimento no antigo emprego como coordenador produtivo de uma grande rede varejista, Eduardo conversou com alguns amigos sobre sua vontade de ir para um local em que pudesse desenvolver novas habilidades e mudar de setor.
“Um amigo me falou sobre a vaga no Ibmec. Pesquisei sobre a empresa, achei que combinava com meu perfil e entrei no processo seletivo”, afirma. O profissional deu sorte de estar de férias durante a etapa de entrevistas presenciais. Quando foi escolhido, aceitou. “Fui atraído pela possibilidade de crescimento e por um cargo mais alto.”
Um recurso para procurar emprego sem ser notado é tirar férias. A estratégia tem a vantagem de permitir que o profissional se concentre na busca. E a desvantagem de queimar dias de descanso. Quem não faz isso pode conciliar a rotina do trabalho com a dos processos seletivos.
Os recrutadores sabem que quem está no mercado não tem tanta disponibilidade. “Marcamos conversas em horários alternativos e até aos sábados”, diz Adriana Prates, da Dasein Executive Search, empresa de recrutamento executivo, de Belo Horizonte. Usar horários livres, como o do almoço, é o que sugere a maioria dos recrutadores.
É possível que, em algum momento, o profissional tenha de se ausentar do trabalho para cumprir uma etapa do processo. O melhor é avisar com antecedência sobre sua ausência: diga que tem um problema pessoal para resolver. Mas use o recurso com moderação para não se prejudicar.
Mantenha a ética
O local de trabalho não é o lugar correto para procurar um novo emprego. Parece óbvio, mas não custa lembrar que computadores e telefones corporativos devem ser usados apenas para questões profissionais.
E as empresas podem rastrear os equipamentos dos funcionários — e descobrir que um deles está usando as horas de trabalho para encontrar uma maneira de deixar o emprego. Isso também pega mal para quem está do lado de fora recrutando. “Mandar um e-mail de seu endereço corporativo para a empresa em que você almeja trabalhar demonstra falta de ética”, diz Carolina.
Na hora de bater o martelo com a nova empresa, seja sincero e mantenha a cortesia. Peça para conversar com seu chefe e diga que você quer se demitir. Conte que recebeu uma proposta atraente e explique os motivos da saída. Não se esqueça de negociar um período de transição. A média é de 15 dias.
Seu futuro chefe vai querer que você comece o mais rápido possível. Se houver muita pressão para isso, diga que você sente que deve isso em respeito à sua antiga empresa — e que, um dia, se você deixar a nova empresa, vai querer agir do mesmo jeito.